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Leia na Fonte: Planalto/Casa Civil
[16/10/12]
Decreto nº 7.828, de 16 de outubro de 2012
Regulamenta a incidência da contribuição previdenciária sobre a receita
devida pelas empresas de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14
de dezembro de 2011.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 7.828, DE 16 DE OUTUBRO DE 2012
Regulamenta a
incidência da contribuição previdenciária sobre a receita devida pelas empresas
de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de
dezembro de 2011
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
DECRETA:
Art. 1º A
incidência da contribuição previdenciária devida pelas empresas de que tratam os
arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011,
ocorrerá em conformidade com o disposto neste Decreto.
Art. 2º Entre 1º
de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2014, incidirão sobre o valor da receita
bruta, em substituição às contribuições previstas nos
incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991, as contribuições das empresas que prestam exclusivamente os
serviços de Tecnologia da Informação - TI e de Tecnologia da Informação e
Comunicação - TIC, assim considerados:
I - análise e desenvolvimento de sistemas;
II - programação;
III - processamento de dados e congêneres;
IV - elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos;
V - licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;
VI - assessoria e consultoria em informática;
VII - suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de computação e bancos de dados; e
VIII - planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas.
§ 1º O disposto
neste artigo não se aplica às empresas que exerçam exclusivamente as atividades
de representante, distribuidor ou revendedor de programas de computador.
§ 2º Entre 1º
de abril de 2012 e 31 de dezembro de 2014, será aplicado o disposto no caput
às empresas de call center e de TI e TIC, ainda que se dediquem a outras
atividades, além das previstas nos incisos I a VIII do caput, observado o
disposto no art. 6º.
§ 3º Entre 1º
de agosto de 2012 e 31 de dezembro de 2014:
I - aplica-se o disposto no caput às empresas:
a) do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510-8/01 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0; e
b) que exerçam atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados;
II - não se aplica o disposto no caput às empresas que exerçam as atividades de representação, distribuição ou revenda de programas de computador e cuja receita bruta que decorra dessas atividades seja igual ou superior a noventa e cinco por cento da receita bruta total; e
III - no caso de
contratação de empresas para execução dos serviços referidos neste artigo, por
meio de cessão de mão de obra, na forma definida pelo
art.
31 da Lei nº 8.212, de 1991, a empresa contratante deverá reter três
inteiros e cinco décimos por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de
prestação de serviços.
§ 4º Entre 1º
de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2014, será aplicado o disposto no
caput às empresas:
I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional enquadradas nas classes 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0;
II - de manutenção e reparação de aeronaves, motores, componentes e equipamentos correlatos;
III - de transporte aéreo de carga;
IV - de transporte aéreo de passageiros regular;
V - de transporte marítimo de carga na navegação de cabotagem;
VI - de transporte marítimo de passageiros na navegação de cabotagem;
VII - de transporte marítimo de carga na navegação de longo curso;
VIII - de transporte marítimo de passageiros na navegação de longo curso;
IX - de transporte por navegação interior de carga;
X - de transporte por navegação interior de passageiros em linhas regulares; e
XI - de navegação de apoio marítimo e de apoio portuário.
§ 5º As
alíquotas da contribuição a que se refere este artigo serão de:
(Redação dada pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
I - dois inteiros e cinco décimos por cento: (Redação dada pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
a) no período
entre 1º de dezembro de 2011 e 31 de julho de 2012, para as empresas
referidas no caput; e
(Incluído pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
b) no período
entre 1º de abril de 2012 e 31 de julho de 2012, para as empresas
referidas no § 2º; e
(Incluído pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
II - dois por
cento, no período entre 1º de agosto de 2012 e 31 de dezembro de 2014,
para as empresas referidas no caput e nos §§ 2º e 3º;
(Redação dada pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
III - dois por cento, no período entre 1o de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2014, para as empresas referidas no inciso I do § 4o; e
IV - um por cento, no
período entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2014, para as
empresas referidas nos incisos II a XI do § 4º.
§ 6º Não farão
jus às reduções previstas no caput do
art. 14 da Lei nº 11.774, de 17 de setembro de 2008:
I - a partir de 1º
de dezembro de 2011, as empresas que prestam exclusivamente os serviços de TI e
TIC referidos nos incisos I a VIII do caput; e
II - a partir de 1º
de abril de 2012, as empresas que se dediquem a outras atividades além das
referidas nos incisos I a VIII do caput e as empresas de call
center.
§ 7º As empresas
que prestam exclusivamente os serviços a que se referem os incisos I a VIII do
caput e as empresas de call center continuam fazendo jus às
reduções das contribuições devidas a terceiros a que se refere o
§ 7º do art. 14 da Lei nº 11.774, de 2008.
Art. 3º Entre 1º
de dezembro de 2011 e 31 de dezembro de 2014, incidirão sobre o valor da receita
bruta, em substituição às contribuições previstas nos
incisos
I e
III
do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, as contribuições das empresas
que fabriquem os produtos classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo
Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, nos seguintes códigos:
I - 3926.20.00, 40.15, 42.03, 43.03, 4818.50.00, 63.01 a 63.05, 6812.91.00, 9404.90.00 e nos capítulos 61 e 62; e
II - 4202.11.00, 4202.21.00, 4202.31.00, 4202.91.00, 4205.00.00, 6309.00, 64.01 a 64.06.
§ 1º Entre 1º
de abril de 2012 e 31 de dezembro de 2014, aplica-se o disposto no caput
às empresas que fabriquem os produtos classificados na TIPI nos seguintes
códigos e posições:
I - 41.04, 41.05, 41.06, 41.07 e 41.14;
II - 8308.10.00, 8308.20.00, 96.06.10.00, 9606.21.00 e 9606.22.00; e
III - 9506.62.00.
§ 2º Entre 1º
de agosto de 2012 e 31 de dezembro de 2014:
I - aplica-se o disposto no caput: (Redação dada pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
a) às empresas que fabricam os produtos classificados na TIPI nos códigos referidos no Anexo I, até o dia 31 de dezembro de 2012; e (Incluído pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
b) às empresas
que fabricam os produtos classificados na TIPI nos códigos referidos no Anexo
II, a partir de 1º de janeiro de 2013;
(Incluído pelo Decreto nº 7.877, de 2012)
II - não se aplica o disposto no caput às empresas:
a) que se dediquem a atividades diversas das previstas neste artigo, cuja receita bruta delas decorrente seja igual ou superior a noventa e cinco por cento da receita bruta total; e
b) aos fabricantes de automóveis, comerciais leves - camionetas, picapes, utilitários, vans e furgões; caminhões e chassis com motor para caminhões, chassis com motor para ônibus, caminhões-tratores, tratores agrícolas e colheitadeiras agrícolas auto propelidas.
§ 4º As
alíquotas das contribuições referidas neste artigo serão de:
I - um inteiro e cinco
décimos por cento, no período de 1º dezembro de 2011 a 31 de julho de
2012; e
II - um por cento, no
período de 1º de agosto de 2012 a 31 de dezembro de 2014.
§ 5º O disposto
no caput aplica-se apenas em relação aos produtos industrializados pela
empresa.
§ 6º Para os
fins do § 5º, serão considerados os conceitos de industrialização e
industrialização por encomenda previstos na legislação do Imposto sobre Produtos
Industrializados - IPI.
§ 7º Nos casos
em que a industrialização for efetuada parcialmente por encomenda, o disposto no
caput aplica-se também às empresas executoras, desde que de suas
operações resulte produto discriminado neste artigo.
Art. 4º As
contribuições de que tratam os arts 2º e 3º têm caráter impositivo
aos contribuintes que exerçam as atividades neles mencionadas.
Parágrafo único. As empresas que se dedicam exclusivamente às atividades referidas nos arts. 2o e 3o, nos meses em que não auferirem receita, não recolherão as contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991.
Art. 5º Para
fins do disposto nos arts. 2º e 3º:
I - a receita bruta
deve ser considerada sem o ajuste de que trata o
inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976; e
II - na determinação da base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a receita, poderão ser excluídos:
a) a receita bruta de exportações;
b) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;
c) o IPI, quando incluído na receita bruta; e
d) o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário.
§ 1º As
contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º deverão ser apuradas
e pagas de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica.
§ 2º A
informação e o recolhimento das contribuições de que tratam os arts. 2º e
3º ocorrerão na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil do Ministério da Fazenda, em ato próprio.
§ 3º As
empresas a que se referem os arts. 2º e 3º continuam sujeitas ao
cumprimento das demais obrigações previstas na legislação previdenciária.
Art. 6º No caso
de empresas que se dediquem a outras atividades, além das previstas nos arts. 2º
e 3º, até 31 de dezembro de 2014, o cálculo da contribuição obedecerá:
I - ao disposto nos
arts. 2º e 3º, em relação às receitas referidas nesses artigos; e
II - quanto à parcela
da receita bruta relativa a atividades cuja contribuição não se sujeita às
substituições previstas nos
arts. 2º
e 3º, ao
disposto no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, reduzindo-se o valor das
contribuições referidas nos
incisos
I e
III
do caput do mencionado art. 22 ao percentual resultante da razão entre a
receita bruta de atividades não relacionadas aos serviços de que trata o
caput do art. 2º ou à fabricação dos produtos de que trata o caput
do art. 3º e a receita bruta total.
§ 1º Nos meses
em que não auferirem receita relativa às atividades previstas nos arts. 2º
e 3º, as empresas a que se refere o caput deverão recolher as
contribuições previstas nos
incisos
I e
III
do caput do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, sobre a totalidade da folha de
pagamentos, não sendo aplicada a proporcionalização de que trata o inciso II do
caput.
§ 2º Nos meses
em que não auferirem receita relativa a atividades não abrangidas pelos arts. 2º
e 3º, as empresas deverão recolher a contribuição neles prevista, não
sendo aplicada a proporcionalização de que trata o inciso II do caput.
§ 3º O disposto
neste artigo aplica-se às empresas que se dediquem a outras atividades, além das
previstas nos arts. 2º e 3º, somente se a receita bruta decorrente
dessas outras atividades for superior a cinco por cento da receita bruta total.
§ 4º Não
ultrapassado o limite previsto no § 3º, as contribuições a que se referem
os arts. 2º e 3º serão calculadas sobre a receita bruta total
auferida no mês.
Art. 7º
Relativamente aos períodos anteriores à tributação da empresa nas formas
instituídas nos arts. 2º e 3º, mantém-se a incidência das
contribuições previstas no
art. 22
da Lei nº 8.212, de 1991, aplicada de forma proporcional sobre o
décimo-terceiro salário.
Parágrafo único. Para
fins de cálculo da razão a que se refere o inciso II do caput do art. 6º,
aplicada ao décimo-terceiro salário, será considerada a receita bruta acumulada
nos doze meses anteriores ao mês de dezembro de cada ano-calendário.
Art. 8º A União
compensará o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, de que trata o
art. 68
da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - Lei de
Responsabilidade Fiscal, no valor correspondente à estimativa de renúncia
previdenciária decorrente da desoneração, por meio de transferência do Orçamento
Fiscal, de forma a não afetar a apuração do resultado financeiro do Regime Geral
de Previdência Social.
Parágrafo único. A compensação de que trata o caput será feita na forma regulamentada em ato conjunto da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, e do Instituto Nacional do Seguro Social.
Art. 9º Este
Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de
outubro de 2012; 191º da Independência e 124º da República.
DILMA ROUSSEFF
Nelson
Henrique Barbosa Filho