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Leia na Fonte: Convergência Digital
[18/02/13]
Desoneração de redes favorece o 4G - por Luís Osvaldo Grossmann
A publicação nesta segunda-feira, 18/2, do Decreto que prevê a desoneração de
redes de telecomunicações, é um alento especial para as operadoras, notadamente
no cumprimento das obrigações de implantação da quarta geração da telefonia
móvel no país. As redes 4G são as principais beneficiadas.
O Decreto materializa a previsão legal de suspensões de tributos – IPI, PIS e
Cofins – na implantação de redes e nos serviços e obras civis associados.
Mas restam uma portaria do Ministério das Comunicações, indicando quais projetos
podem ser beneficiados, bem como uma instrução normativa da Receita Federal.
Essa portaria vai listar 13 tipos de projetos que, com o crivo do Minicom, vão
usufruir das isenções fiscais até 2016. “É uma janela de oportunidade. Tem prazo
para apresentação e realização dos projetos”, diz o secretário de
Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão. “O operador tem seus planos
de curto, médio e longo prazo. Ele vai verificar se é mais interessante
antecipar alguns para se beneficiar do regime. Nisso, a gente espera, em uma
previsão conservadora, antecipar entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões em
investimentos”, calcula.
Há 13 áreas beneficiadas:
1- Data center
2- Rede de acesso metálico
3- Rede de acesso móvel
4- Rede de acesso óptico
5- Rede de acesso em sistema SmartGrid
6- Rede de acesso sem fio ponto a ponto
7- Rede de Acesso sem fio na faixa de 450 MHz
8- Rede de transporte óptico
9- Rede de transporte óptico por meio de cabos OPGW
10- Rede de transporte por meio de cabo submarino
11- Rede de transporte sem fio
12- Rede Local sem fio
13- Sistema de comunicação por satélite
Nelas, as redes 4G se destacam, pois as empresas envolvidas não deverão cumprir
novas exigências.
Para fazerem jus aos benefícios fiscais, as redes devem, em geral, respeitar
percentuais de equipamentos fabricados no país, com Processo Produtivo Básico e
tecnologia nacional.
No caso das redes 4G, as exigências (50% de PPB e 20% de tecnologia nacional) já
estavam previstas no leilão da faixa de 2,5 GHZ.
Em tempo: a única distinção é que no leilão o percentual de tecnologia nacional
sobe de 10% a 20% entre 2012 e 2022.
Não surpreende operadoras tenham sugerido a retroatividade do benefício – visto
que pelo menos em seis capitais, as sedes da Copa das Confederações, o 4G já
deve chegar em meados deste ano. O governo disse que não.
Em essência, cada um dos 13 tipos de projetos terão percentuais distintos de
fabricação e desenvolvimento de equipamentos no Brasil. Além disso, há casos
como os investimentos em redes de fibras ópticas, que também deverão prever
contrapartidas em regiões menos desenvolvidas. Assim, projetos para a construção
de fibras nas regiões Sul e Sudeste do país só receberão o benefício fiscal caso
incluam alguma implantação de redes de fibras ópticas no Centro-Oeste, Norte e
Nordeste – embora o Minicom adiante que não será uma contrapartida linear: 100km
de fibras no Sudeste não exigirão os mesmos 100km no Norte, por exemplo.
Há também outro tipo de distinção. Caso haja pedidos relacionados a projetos de
redes 3G, apenas haverá benefícios para implantação em municípios que atualmente
não possuam essa tecnologia. Como há cerca de 3,1 mil municípios onde a Anatel
diz existir 3G, as isenções só valerão, nesse caso, para os outros 2,4 mil
municípios.
O incentivo ao compartilhamento de infraestrutura, no entanto, acabou ficando
mais tímido do que o inicialmente defendido. Na prática, a portaria não vai
exigir nada diferente das regras que já existem na Anatel – apenas promete que
pedidos apresentados em consórcio serão analisados com prioridade.
A aposta do Minicom é de que o setor terá grande interesse nos benefícios do
regime especial para redes. “Nenhum executivo vai dizer para seu conselho de
administração que não quer comprar equipamentos com desoneração”, afirma
Martinhão. Como alguns equipamentos podem chegar a ter 17% de IPI, além dos
9,25% de PIS/Cofins, a conta é de que valerá a pena aderir ao REPNBL.
O Minicom vai receber propostas até 30/6 deste ano por um sistema via Internet.
As empresas que tiverem seus projetos aprovados – comprovado em portaria
ministerial, como funciona com os Processos Produtivos Básicos – encaminham
então os pedidos à Receita.