Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Desoneração tributária para redes de telecom --> Índice de artigos e notícias --> 2013
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[18/03/13]
Desoneração de redes deixa de fora os pequenos provedores - por Fátima
Fonseca e Marina Pita
REPNBL-Redes barra empresas optantes do Super Simples Nacional
A regulamentação do Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda
Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações (REPNBL-Redes), publicada na
semana passada pelo Ministério das Comunicações (MiniCom), não foi desenhada
para atender aos pequenos provedores de internet (ISPs). Eles se consideram
excluídos da medida apesar de, segundo eles, terem sido os grandes investidores
em infraestrutura no país nos últimos anos, ao construir pequenas redes em
cidades menores não atendidas pelos grandes operadores. “A desoneração (de
impostos) não vale para os pequenos provedores porque quem paga imposto pelo
Simples está de fora e a grande maioria dos 3 mil provedores de serviço de
internet se enquadra nesse regime”, afirma Marcelo Siena, presidente da rede
Telesul.
“O projeto todo da desoneração não foi feito pensando nos provedores regionais”,
emenda Basílio Rodriguez Perez, presidente da Associação Brasileira de
Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint). “As empresas do Simples
ficaram de fora e, com isso, 80% dos pequenos provedores não têm a menor chance
de participar”, afirma. Na sua avaliação, os ISPs até poderiam criar um convênio
para trabalhar conjuntamente, mas a medida é complexa e o prazo determinado pela
lei (30 de junho) para a apresentação dos projetos não ajuda. O presidente da
Abrint avalia que a desoneração da construção de rede é boa porque vai facilitar
o acesso à banda larga para o público em geral. Mas alerta: “Os projetos vão
acontecer nos centros urbanos, isso é um fato”.
Na avaliação do presidente da Telesul, o governo abriu mão de parte dos
objetivos da desoneração, e de fazer com que a banda larga chegue a todos os
brasileiros. “Isso porque apenas os pequenos provedores têm interesse em levar
internet para cidades pequenas”, argumenta. Siena também acredita que são os
pequenos e médios provedores os maiores compradores de empresas de equipamentos
de telecom no país e com tecnologia nacional. “A participação dos pequenos
provedores nas compras de empresas como Parks, Furukawa, Cianet e Intelbras é
cada vez maior”, afirma.
Visão estratégica
Para o diretor da Via Real, Manoel Santana, o MiniCom “percebeu que não teria
condições de avaliar um monte de pequenos projetos. A justificativa é que os
pequenos provedores já têm uma carga menor de impostos por serem optantes do
Simples, mas este é um benefício na hora de pagar imposto. No caso da
desoneração estaríamos falando de desoneração na compra de equipamentos. A meu
ver são coisas diferentes”, pondera.
Santana reforça o argumento de que, juntos, os provedores regionais são os
grandes compradores e, também, quem vai fazer o backhaul nas pequenas cidades.
“A injustiça maior está no fato de que neste último período foram os pequenos
provedores que investiram nas redes, em fibra óptica”, lamenta. “Minha opinião é
de que falta visão estratégica do governo nessa questão. As grandes empresas não
farão backhaul unindo as pequenas cidades, de 10 mil ou 20 mil habitantes. Se
houvesse maior estímulo à construção de redes de fibra óptica pelos ISPs, por
exemplo, as operadoras poderiam utilizá-las para as redes 4G, que não funcionam
em estrutura apenas de rádio”, acrescenta.