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Fonte: Tele.Síntese
[18/07/14]
Teles agora querem programa de incentivo a redes, ao invés da prorrogação do
REPNBL - por
Lúcia Berbert
Medida teria caráter mais permanente e o incentivo viria, entre outras coisas,
do abatimento de débitos das operadoras com o Fistel.
Diante da intransigência do Ministério da Fazenda em prorrogar as inscrições de
projetos no Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga (REPNBL),
as operadoras mudam a estratégia e passam a negociar a criação de um programa
permanente de incentivos para construção de redes de telecomunicações. É o que
mostra a emenda apresentada pelo deputado Jorge Bittar (PT-RJ) na Medida
Provisória 651/2014, que tramita no Congresso Nacional.
O prazo para submissão de propostas ao Regime Especial de Tributação do Programa
Nacional de Banda Larga (REPNBL), que prevê a redução de impostos federais na
implantação dessas infraestruturas, foi encerrado dia 30 de junho deste ano. A
proposta inicial dos deputados era de que esse prazo seja reaberto por mais um
ano.
O texto da nova emenda prevê a concessão de créditos que, entre outras
utilidades, poderiam ser usados para descontar os repasses obrigatórios ao
Fistel (Fundo de Fiscalização de Telecomunicações). Os créditos seriam
concedidos por meio de um processo de seleção pública, com o objetivo de
realização de ações e projetos prioritários para a consecução das metas do
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Segundo o autor da emenda, com o intuito de ampliar o rol de interessados nessa
licitação, o texto permite que os créditos sejam transferidos entre empresas ou
grupos econômicos, portanto uma empresa com baixa contribuição ao Fistel não
estaria alijada da disputa. Bittar argumenta que, muitos países do mundo
estabeleceram incentivos financeiros estatais para a expansão das redes de
telecomunicações de nova geração. “Acredita-se que a implantação dessa medida no
Brasil tem um potencial de aumentar significativamente a disponibilidade de
banda larga de última geração e a velocidade média da banda larga no país”,
sustenta.
A seleção daria prioridade a projetos de expansão e aumento da capacidade das
redes de transporte de telecomunicações por fibra óptica; ou de aumento da
disponibilidade de acesso à internet por meio de banda larga fixa de alta
velocidade. Para seleção dos projetos, o governo poderia considerar a
contrapartida oferecida; a tecnologia utilizada; a velocidade de conexão; o
preço de ofertas de serviços, quando for o caso; o valor do crédito a ser
concedido em função da realização da ação ou projeto prioritário. Esses
critérios e as formas de utilização dos créditos seriam regulamentados por norma
complementar do Executivo.
Vantagens
Para fontes ligadas às operadoras, esse modelo de incentivo acaba com a pecha de
pura desoneração, que prevalece sobre o REPNBL e que incomoda ao governo. Além
do mais é perene, o que pode indicar uma continuidade de incentivos para a
construção de redes e ataca um dos custos que mais penalizam as operadoras, que
são os repasses ao Fistel. Segundo dados divulgados pela Anatel e pelo
SindiTelebrasil, de 2004 a 2012, o fundo arrecadou R$ 36 bilhões, ao passo que,
nesse mesmo período, foram aplicados cerca de R$ 2,8 bilhões pela agência.
Mas esse ponto será nova batalha com a Fazenda. O Ministério das Comunicações e
o Congresso Nacional já apresentaram propostas de redução dessas taxas, sem
muito sucesso. A exceção ficou para o uso de femtocell e chips M2M. Isto porque
a maior parte dos recursos arrecadados serve para reforçar o superávit primário
do governo e, portanto, difícil de que a Fazenda queira abrir mão.
Uma providência das operadoras e dos parlamentares foi apresentar a emenda à
Medida Provisória com um tema correlato. E a 651 trata, entre outras coisas, da
remodelação do Refis, programa de parcelamento de débitos com o Fisco,
reinstitui o Reitegra, regime especial que devolve às empresas exportadoras
tributos cobrados sobre a cadeia de produção de bens vendidos ao exterior e
torna permanente o benefício da desoneração da folha de pagamento para os
setores já contemplados.
Outra vantagem é que a comissão mista, criada para apreciar a MP, tem como
presidente o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o deputado Newton Lima (PT-SP) como
relator, que já se manifestaram favoráveis às pretensões das teles. O senador
Walter Pinheiro (PT-BA), também simpático à reivindicação, é o relator-revisor.
A primeira reunião da comissão deve acontecer dia 5 de agosto.