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Leia na Fonte: Teletime
[04/06/14]
Para operadoras de cabo, programa de desoneração amplia mercados viáveis
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Samuel Possebon
As operadoras de telecomunicações estão buscando pressionar o governo para que
prorrogue o prazo para a inscrição de projetos ao REPNBL, programa de
desoneração que prevê a isenção de impostos federais na compra de equipamentos e
serviços para a construção de redes de telecomunicações. Um estudo realizado
pela ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) junto a algumas de suas
operadoras de cabo mostra que os argumentos para que o REPNBL seja estendido por
mais tempo vão além dos objetivos do governo. O programa estaria, na prática,
ampliando a atratividade econômica de muitas cidades brasileiras. Não é por
acaso que a Net Serviços é hoje a operadora que tem mais projetos aprovados no
REPNBL
A proposta original do Ministério das Comunicações era simplesmente antecipar
investimentos das empresas até o momento atual. Ou seja, projetos que seriam
implantados até 2016, se fossem implantados agora, teriam os benefícios
tributários previstos de isenção de PIS e Cofins. Mas o que as operadoras
perceberam é que, tirados os impostos, mais cidades se tornam atrativas
economicamente para receberem investimentos em construção de novas redes, e
dentro das cidades que já eram interessantes, novas áreas passam a ser cabeáveis
por redes de TV e banda larga. A proporção é impressionante: a cada 10% de
desoneração, 40% a mais de domicílios se tornam viáveis. Ou seja, se a
desoneração for de 25%, dobra-se o potencial de domicílios viáveis para
investimentos em infraestrutura.
Não existe um limite de corte linear para saber que municípios são viáveis. Essa
decisão passa pela renda média, mas também pela geografia e densidade. No caso
da Net Serviços, a estimativa é de que a operadora possa dobrar o número de
projetos apresentados ao REPNBL por conta da viabilização de novos municípios. A
Net estima ter entre 150 e 200 projetos novos apresentados, desde que, é óbvio,
o prazo de 30 de junho possa ser prorrogado.
Isso não quer dizer que o programa não mereça ajustes. Além da questão do prazo,
muitas operadoras, inclusive as de TV por assinatura, se queixam da dificuldade
de conseguir preencher os requisitos de conteúdo nacional (tecnologias e
serviços produzidos no Brasil ou com PPB). Para as empresas de TV paga, complica
a questão dos cabos coaxiais, cujo único fabricante local não tem PPB. Como os
cabos HFC são parte importante dos projetos, a desoneração acaba sendo mais
limitada do que poderia. Segundo estimativa de uma operadora, com a
desburocratização desta exigência legal, seria possível dobrar a quantidade de
projetos apresentados.