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Leia na Fonte: FGV-EAESP
[13/04/04
Governo lança projeto de lei sobre agências reguladoras
PL altera 10 leis federais que regulamentam a atividade dos órgãos reguladores,
além de estabelecer novas regras
O governo lançou oficialmente nesta segunda-feira, dia 12 de abril, o projeto de
lei (PL) que altera funções e regulamenta a atuação das agências reguladoras no
país. A cerimônia, no Palácio do Planalto, em Brasília, contou com a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de diversos ministros, entre eles Antonio
Palocci, da Fazenda, e Dilma Rousseff, de Minas e Enegia. O projeto, que segue
para o Congresso, deve ser publicado amanhã (13) no Diário Oficial.
No total, o PL altera 10 leis federais que regulamentam a atividade dos órgãos
reguladores, além de estabelecer novas regras. Entre as mudanças incluídas no
projeto está a uniformidade dos mandatos dos principais dirigentes (presidentes
e diretores-gerais) de cada agência, que com a aprovação da lei passará a ser de
quatro anos fixos, renováveis por mais quatro. Os períodos do mandato dos
executivos não poderão ser coincidentes entre as agências.
O presidente da República será responsável pela indicação dos dirigentes, que
terão que ser sabatinados e aprovados pelo Senado Federal. A partir do PL, o
chefe de Estado não mais poderá destituir os presidentes de agências dos seus
cargos - diferentemente da legislação atual. A perda de mandato, que terá que
acontecer em processos dentro dos próprios órgãos, está prevista em casos
relativos à gestão, entre eles os de improbidade administrativa.
As agências também terão que firmar contratos de gestão, que funcionarão na
prática como instrumentos de controle do funcionamento dos órgãos. A novidade
imposta pelo projeto de lei foi duramente criticada por entidades ligadas às
agências de regulação. Os contratos de gestão fixarão uma série de metas para os
dirigentes dos órgãos, que por sua vez terão que relatar semestralmente aos
respectivos ministérios as suas atividades operacionais.
Outra medida acarretada pelo projeto de lei é a instalação de ouvidorias em cada
órgão regulador. No discurso de apresentação do projeto, o ministro-chefe da
Casa Civil, José Dirceu, disse que a presença das agências é indispensável para
atração de investimentos privados no país. Segundo ele, a boa atuação dos órgãos
ajudará a reduzir o custo de capital aplicado pelos investidores e,
conseqüentemente, as tarifas públicas cobradas dos consumidores.
De acordo com o ministro, a regulação econômica deve ser constantemente
aperfeiçoada, visando à transparência. Neste sentido, disse o ministro, um dos
objetivos do projeto de lei é intensificar a relação das agências com órgãos de
defesa da concorrência ligados aos ministérios da Fazenda e da Justiça, como
CADE, Sae e SDE. "É preciso aprimorar o marco regulatório, com regras claras e
previsíveis, mas não estáticas", afirmou Dirceu no discurso.