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Fonte: Terra Magazine
[15/06/07]   Indefinição sobre rádio digital continua
 
A definição do sistema brasileiro de rádio digital está prometida para, no máximo, setembro deste ano. Mas o governo não tem cumprido os prazos determinados para os debates sobre a questão, diz o deputado e coordenador da Frente Parlamentar da Radiodifusão, Paulo Bornhausen (DEM-SC)
 
Os padrões em discussão o o americano - Iboc (In-Band On-Channel) - e o europeu - DRM (Digital Radio Mondiale). A promessa: rádio AM com qualidade de FM e rádio FM com qualidade de CD.
 
A nova promessa de prazo foi feita no dia 30 de maio pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, Durante o 24º Congresso da Radiodifusão Brasileira, em Brasília. Enquanto o governo não se resolve, as emissoras já correm para adaptar seus equipamentos.
 
Desde 2005, 12 redes fazem testes, autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com o sistema norte-americano. A preferência pelo Iboc fica clara e tem um motivo: o sistema opera em AM e FM na mesma freqüência. O padrão europeu precisa de freqüências e bandas diferentes para operar nos dois modos.
 
O deputado ainda vê com cautela a implantação do sistema digital. Coordenador da Frente Parlamentar da Radiodifusão, Bornhausen foi o mediador de um dos painéis do Seminário Rádio Digital, organizado pela Câmara dos Deputados no final de maio.
 
Uma das questões, segundo Bornhausen, é a dúvida sobre a viabilidade financeira da rádio digital para as pequenas e médias emissoras do país. "Isso tem que ser discutido pra que o governo defina logo um padrão, se o sistema será acessível aos pequenos e médios radiodifusores".
 
Leia a entrevista com o deputado Paulo Bornhausen:
 
Terra Magazine - O painel coordenado pelo sr. tratou de "vantagens e desvantagens" do rádio digital. Quais são as vantagens e desvantagens?
Paulo Bornhausen - A primeira desvantagem é que o governo ainda não determinou qual é o padrão a ser utilizado. Outra questão o as dúvidas que se têm sobre se a rádio digital é economicamente viável. Isso tem que ser discutido pra que o governo defina logo um padrão, se o sistema será acessível aos pequenos e médios radiodifusores e, terceiro, saber se essa implantação tem que ser compulsória.
 
Qual o grande problema de ser compulsória?
O grande problema é o transmissor. Mas não é só a questão dos equipamentos para as rádios. Como é que se vai fazer isso para os consumidores de rádio no país todo? Essa transição é que não está organizada, você não tem equipamento, não sabe qual vai ser o padrão adotado.
 
A promessa de definição é para setembro...
Está tudo muito ainda no ar. O governo tem prometido algumas datas mas não tem cumprido.
 
Mas precisa ser compulsório?
O setor de radiodifusão deseja que não seja compulsório, mas não sei ainda como se poderia fazer isso.
 
Os custos envolvidos na implantação já foram estimados?
Ah, o custo é alto. O custo é bem alto. Principalmente para os pequenos e médios.