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BRASÍLIA - O Brasil poderá adotar dois padrões
para o rádio digital: o
americano IBOC para as rádios AM e FM e o padrão europeu para as rádios de
ondas curtas. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta
quarta-feira, depois de reunião Comitê do Rádio
Digital, acreditar que em setembro poderá ser
escolhido o padrão ou padrões digitais que serão usados no Brasil.
Depois disso, a informação seria repassada
para a indústria, que levaria de quatro a cinco meses para colocar os
primeiros equipamentos no mercado. Segundo o ministro, existe um consenso
tanto da área técnica, dos radiodifusores e dos ministérios que estão
envolvidos no procedimento de que há algumas barreiras sendo analisadas
sobre o IBOC.
A proposta do rádio
digital no Brasil tem uma exigência, temos que
atender ao rádio AM e ao rádio
FM e também ao rádio de ondas curtas. O sistema IBOC
tem já testes sendo realizados no Brasil há dois anos, que tem os sistemas
AM e FM, e nós estamos iniciando entendimentos para que seja realizado os
testes do sistema europeu, que é o único que tem o sistema de ondas curtas.
O sistema europeu não tem o sistema FM. Seria praticamente impossível
convencer hoje um radiodifusor brasileiro de que ele vai fazer um sistema de
rádio digital que não tem
FM. Há uma tendência dos radiodifusores que leva ao sistema IBOC - disse
Costa.
O ministro disse que o país tem 50 emissoras
de ondas curtas, explicando a importância da digitalização dessas rádios.
Para ele, isso vai beneficiar principalmente a região Amazônica. Ele disse
que a Radiobrás transmite a partir de Brasília uma programação específica
para a região. O sistema vai substituir o uso do satélite. Segundo ele, um
transmissor digital de 50 quilowatts (kw) alcança
toda a América Latina, com qualidade de som de CD, sem qualquer
interferência.
- Esperamos fazer a utilização da onda curta
para fazer o ensino a distância, da rádio MEC, para
a utilização da rádio pública que nós temos. Vai
diminuir o custo de qualquer sistema nacional de rádio,
principalmente de rádio pública e vai substituir o
satélite, que é caríssimo - disse Hélio Costa.
Segundo o ministro, há preocupação de
conversar com a indústria automobilística para que os modelos de carro de
2008 já possam chegar ao mercado com rádios digitais. Além disso, ele
acredita que as emissoras das capitais e das cidades pólos poderão operar
com o sistema a partir do próximo ano.
Os investimentos na troca de equipamentos,
principalmente transmissores, também foram discutidos na reunião. Para
Costa, é importante que o BNDES possa financiar o setor como está fazendo
para a TV digital. Porém, neste caso, o valor terá
que ser mais baixo. O limite mínimo do financiamento da TV
digital é de R$ 500 mil. Ele também quer uma linha de crédito mais
favorável. O ministro estima que a troca de um transmissor de uma
rádio no interior do país, com capacidade entre 1
quilowatt (kw) de potência e 10 kw, custe entre R$ 20 mil e R$ 100 mil.