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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[15/05/07]
Padrão norte-americano não serve para o
Brasil, diz Frente
A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital
apresentou na última segunda-feira (14/05) documento em resposta à Consulta
Pública nº 771, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que propõe
Critérios e Procedimentos para Avaliação do Sistema de Rádio Digital IBOC.
Foi a primeira vez que a Anatel colocou sob consulta o tema da digitalização
dos sistemas de rádio.
Entre outras questões, o texto aponta que não
há justificativas para a Consulta se referir exclusivamente ao padrão
norte-americana IBOC, já que o padrão livre DRM (Digital Radio Mondiale)
também recebeu autorização da própria Anatel para ser testado.
Especificamente em relação ao padrão, o
documento destaca a preocupação das entidades na interferência que uma
emissora IBOC causa em outras emissoras de baixa potência, notadamente em
rádios comunitárias. Outra questão que afeta diretamente a sobrevivência de
algumas rádios é o fato do padrão ser proprietário e possui uma lógica de
licenciamento que é “economicamente inviável para emissoras públicas e mesmo
as comerciais de pequeno porte”.
Fato consumado e metodologia
O documento das entidades também alerta sobre
o potencial “fato consumado", na medida em que as grandes emissoras já estão
comprando equipamentos pertencentes ao padrão norte-americano. As entidades
da Frente afirmam que “num futuro próximo, esse parque de transmissores ‘já
instalados’ pode se tornar um argumento para inviabilizar a definição por
qualquer outro padrão”.
Outra questão apontada pelas entidades se
refere à metodologia de avaliação, que “indica a realização de testes
pulverizados, em lugar de um teste mais amplo realizado por um consórcio de
entidades”, citando como exemplo a ser seguido o método realizado com a TV
Digital em São Paulo. Ainda no âmbito da metodologia, o documento critica a
falta de clareza em relação à amostragem nas diversas etapas dos testes. “Na
falta deste plano, qualquer resultado ‘quantitativo’ terá um aspecto
tecnicamente frágil, pois um resultado num caso específico não será
indicador seguro de que aquele comportamento se dará em todas ou pelo menos
na maioria das situações”.
A Frente também reivindica transparência,
equidade e publicidade na realização dos testes, por meio de uma maior
participação de outros atores da sociedade. Ela também questiona o fato da
Consulta tratar o tema como “uma mera substituição dos receptores analógicos
por outros de melhor qualidade, digitais”. De acordo com o documento,
“trata-se de uma mudança de paradigmas (...) rumo a um mundo mais
convergente e integrado”.
O documento é assinado pelas entidades do
Grupo de Trabalho Nacional da Frente: Intervozes - Coletivo Brasil de
Comunicação Social; Fittel - Federação Interestadual dos Trabalhadores em
Telecomunicações; Sintpq – Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência
e Tecnologia - SP; Amarc - Associação Mundial de Rádios Comunitárias –
Brasil; Abraço - Associação Brasileira de Rádios Comunitárias; FNDC - Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação e; Comunicativistas (RJ).
Para fazer o download do documento, clique
aqui.