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Fonte: Telesíntese

[29/05/07] 
Rádio digital deve continuar gratuita - por Luiz Henrique Ferreira     
 
As discussões para adoção tecnológica do padrão de rádio digital brasileiro deverão considerar aspectos importantes do veículo para garantir a sobrevivência do segmento. O alerta partiu da professora de Comunicação da UnB, Nélia Del Bianco, durante apresentação no Seminário sobre Rádio Digital, promovido hoje, pela Câmara.
A professora disse que o processo de adoção deve atender a gratuidade de acesso ao rádio e oferecer uma programação gratuita, não inviabilizando a oferta de dados e serviços pagos, além de proporcionar qualidade de aúdio, fator que caracteriza o veículo. Ela defendeu menor custo do aparelho receptor para que se possa popularizar o acesso, evitando assim, a divisão digital.
 
Outro ponto importante diz respeito ao aproveitamento de parque técnico. Segundo ela, a escolha da tecnologia deve permitir um bom aproveitamento do parque instalado. “Embora haja um desejo de se adotar o padrão Iboc, o ideal seria que não tivéssemos uma tecnologia proprietária”, frisou.
 
Na opinião da professora, os radiodifusores querem o Iboc, porque a tecnologia oferece uma possibilidade de se manter na mesma freqüência, sem que haja necessidade de novas concessões. “As outras possibilidades são fora da banda, ou seja, os radiodifusores teriam que migrar para outra faixa e, nessa migração, aqueles que já estão estabelecidos se sentem ameaçados”, disparou.
 
Nélia salientou que, na hora da escolha, também devemos considerar a portabilidade. Ela afirmou que a tecnologia escolhida não pode interferir na transmissão terrestre e ainda deve possibilitar uma adequada recepção móvel. Segundo a professora, é importante observar a tecnologia do ponto de vista da interatividade em si e com outros meios.
 
Outra questão defendida por ela é a necessidade de uma tecnologia que proporcione a coevolução e a coexistência com o sistema analógico existente. “No caso do rádio digital, assim como na TV Digital, deve ocorrer um período de transmissão simultânea de conteúdo, até que o número de receptores digitais possibilite ficar com o novo formato”, enfatizou.