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Fonte: O Globo Online

[11/09/07]   Indústria nacional quer garantir espaço no mercado de rádio digital  - por Mônica Tavares
 
A indústria nacional quer garantir seu espaço no mercado de rádio que vai surgir com a digitalização do sistema no país. O diretor da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Rogério de Souza Corrêa, que participou de audiência pública sobre o assunto na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, defendeu a transferência de tecnologia para o país. Ele disse que, se for adotado o sistema americano In Band On Channel (Iboc), que segundo Corrêa é protegido por royalties, a indústria poderá ficar fora do processo de digitalização das rádios.
 
De acordo com o diretor da Abinee, atualmente a indústria brasileira responde por mais de 90% dos equipamentos que estão nas emissoras brasileiras. A tecnologia americana, porém, é a defendida pelos radiodifusores porque permite as transmissões na mesma banda das dos sistemas AM e FM.
- Se a transferência tecnológica não acontecer, a nossa indústria não tem outra opção a não ser sair desse mercado - afirmou Corrêa.
 
O assessor técnico da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Ronald Barbosa, disse que a rádio digital vai tornar as emissoras AM mais competitivas, principalmente em relação às novas tecnologias, como MP3. Hoje, segundo ele, em todo o país 98% dos domicílios possuem rádio. Entre os veículos automotores, a parcela é de 83%.
 
O superintendente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ara Minassian, afirmou que, pelos relatórios enviados pelas emissoras de rádio à instituição, ainda não é possível escolher um padrão digital para o país. No entanto, ele mesmo informou que a Anatel já autorizou dez emissoras FM e oito emissoras AM a fazer testes com o sistema americano. A Universidade de Brasília (UnB) também foi autorizada a testar o sistema europeu DRM para ondas curtas, principalmente nas transmissões voltadas para a Amazônia.
 
- Os relatórios ainda não permitem qualquer conclusão por parte da agência - disse Minassian.
 
Mas a expectativa do governo, já divulgada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, no início do mês passado, é de que o país possa adotar um sistema híbrido no rádio. O padrão americano IBOC para as rádios AM e FM e o europeu DRM para ondas curtas, que tem maior alcance, podendo inclusive substituir as transmissões por satélite na região Amazônica.