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Leia na Fonte: Gazeta do Povo
[28/08/16]
Administradores da Oi culpam multas da Anatel e regulação por sua bancarrota
Empresa tem dívidas de R$ 65 bilhões e tem R$ 10 bilhões em passivos com a
Anatel
A situação da Oi em relação à geração de caixa e à capacidade de pagamento se
tornaria crítica antes do final de 2016 se a companhia não tomasse ações rápidas
para reestruturar a sua dívida, aponta documento entregue à Justiça pela
PricewaterhouseCoopers (PwC) e pelo escritório de advocacia Arnoldo Wald,
administradores judiciais do processo de recuperação judicial da tele. A
operadora entrou com pedido de recuperação judicial no dia 20 de junho, com
dívidas que somam cerca de R$ 65 bilhões.
“As recuperandas entendem que, em consonância com os aspectos apresentados, sem
que fossem tomadas ações rápidas para a reestruturação de sua dívida, a sua
situação quanto à geração de caixa e capacidade de pagamento se tornaria crítica
antes do final do ano de 2016”, diz o relatório preliminar apresentado à 7ª Vara
Empresarial do Rio, responsável pelo processo da Oi.
As multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) são
apontadas como um dos motivadores citados pelos administradores para a atual
situação financeira do grupo. São cerca de R$ 10 bilhões, informa o relatório. O
documento apresenta os motivos que levaram a companhia à crise, além de listar o
histórico das empresas do grupo em recuperação judicial e traz ainda a relação
de credores por segmentos.
O volume crescente de recursos retidos em depósitos judiciais também é
destacado. O documento aponta retenção de mais de R$ 14 bilhões em depósitos
judiciais. “A retenção afetou a liquidez, sendo que decorre da sujeição à
fiscalização nas diversas esferas governamentais (aspectos regulatórios,
fiscais, trabalhistas e cíveis)”, diz.
É citado que o ambiente regulatório desafiante resultou em forte histórico de
processos contra a Oi. Além disso, é apontado um conjunto de motivadores “mais
puramente financeiros e de gestão dos negócios, tais como a evolução da crise
financeira e na relação geração de caixa versus dívida do grupo”.
Os administradores judiciais citam que, por meio da análise das informações
recebidas da administração das empresas, é possível observar a deterioração da
posição de endividamento, tanto financeiro (empréstimos e financiamentos) quanto
operacional (contas a pagar) e nos aspectos litigiosos (valores a pagar de
natureza jurídica e retenções a título de depósito judicial) e regulatórios
(multas administrativas).
Pendências
A PwC e o Arnoldo Wald citam que, até a data de finalização do relatório, não
receberam todas as informações solicitadas às empresas. “O que limitou o
aprofundamento da análise de variações em alguns dos saldos patrimoniais e dos
resultados mais recentes das empresas, bem como a análise e validação em
detalhes da lista de credores produzida pela administração das recuperandas”,
dizem. Apesar disso, o entendimento é de que a administração está “envidando
esforços para que os próximos relatórios mensais de atividades sejam mais
completos e robustos”.
Os administradores judiciais também relatam que têm feito encontros com diversos
credores e outros interessados no plano de recuperação judicial, como a Bratel
(subsidiária da Pharol, maior acionista individual da Oi).
Também citam reuniões com o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson
Tanure, que trava uma batalha com os portugueses. Tanure quer destituir os
membros do conselho de administração ligados à Pharol e nomear os seus
indicados.