Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Recuperação judicial da Oi --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[03/04/17]
Anatel vai investigar mais o conselho de administração da Oi - por Miriram
Aquino
O conselho diretor da Anatel publicou hoje, 3, no DOU a decisão tomada em
circuito deliberativo, de não aceitar a indicação de Nelson Tanuri e Pedro
Grossi para o conselho de administração da Oi, por eles não serem independentes
de um dos controladores da concessionária, o Fundo Societé Mondeale. Uma leitura
mais atenta ao voto do conselheiro Otávio Rodrigues, que embasou a decisão,
aponta que a agência decidiu também investigar mais a fundo outros integrantes
do conselho da Oi, para confirmar a sua independência.
Isso porque, conforme o Otávio Rodrigues, há incongruência nas informações
prestadas pela empresa em diferentes momentos, principalmente relacionados a
três conselheiros: Ricardo Reisen; Thomas Cornelius Azevedo Reichenheim e seu
suplente, Sergio Bernstein.
No caso de Reisen, em seu recurso à Anatel, o fundo Societé aponta que ele foi
indicado pelo BNDES, e portanto é seu representante, não podendo ser considerado
“independente”, como alegou a Anatel. Mas, para a agência, o BNDES não é mais
controlador da empresa – e não indica qualquer integrante – desde 2015. Isso
porque, a companhia informou à época para a Anatel que: a Oi é desde 1 de
setembro de 2015, uma companhia de capital pulverizado(2) e sem controlador
definido, não havendo qualquer acordo de acionistas vinculando direito de voto e
de indicação de membro para os órgãos sociais da Oi arquivado na sede da
Companhia. 6. Desta feita, tem-se que o BNDES não possui direito de indicar
membro para os órgãos sociais da Companhia.”
No caso dos outros dois integrantes, Reichenheim e Bernstein, a agência ainda
vai apurar se, afinal, a La Fonte, ou Jereissati Telecom, é ou não ainda
acionista da Oi. A empresa comunicou o mercado que desde 1º de setembro de 2015
não tinha mais qualquer participação na concessionária brasileira. Mas a Anatel
apurou que, ao fazer o pedido de recuperação judicial, em junho do ano passado,
a Oi apresenta ainda o Jereissati com 0,70% e 0,52% das ações ordinárias e
preferenciais da operadora.
Alertou o relator: “Sabe-se que a Oi protocolizou seu pedido de recuperação
judicial em 20 de junho de 2016. Tal data é anterior à informada à CVM pela
Jereissati Telecom S.A., por meio do Formulário de Referência datado de 6 de
janeiro de 2017″. Não se encontrou nos autos comunicação formal à Agência que
garantisse a saída da Jereissati Telecom em 1º de setembro de 2015. Entende-se,
dessa forma, pela impossibilidade de se garantir, no presente momento, a não
vinculação dos Senhores Thomas Cornelius Azevedo e Sergio Bernstein com algum
acionista até que se realize a apuração efetiva do controle da Oi S.A. Não
devem, portanto, ser considerados independentes”.
Controle
Se há ainda contradições sobre a saída de antigos controladores da Oi, a Anatel
tem certeza, no entanto, que não se pode mais admitir que a concessionária teve
seu controle pulverizado para o mercado de capitais. Disse o conselheiro da
Anatel:
“A tese vertida no pedido de reconsideração baseou-se na premissa de que não há
controle definido do Grupo Oi. A ser verdadeira essa premissa, que vem repetida
algumas vezes no texto do pedido da interessada (documentos SEI nº 1129085 e
1282551), não se poderia ter deferido anuência para nenhum dos indicados,
hipótese defendida em meu voto vencido. Não se pode acreditar que o Grupo Oi
defenda tal premissa, salvo se pretenda que o Conselho Diretor revise sua
anterior decisão para excluir a todos os conselheiros indicados”.
A Oi diz em seu estatuto que devem ser 4 de 22 os representantes independentes
e, para a Anatel, o veto à indicação dos nomes de Tanure e Grossi se fundamenta
nas razões de que controle exercido pelo Société Mondiale, ainda que
minoritário, tem o “potencial de influenciar significativamente nos negócios
sociais da Oi e na escolha de seus administradores, exigindo atuação da
agência.”