Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Recuperação judicial da Oi --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: JC Online
[06/04/17]
Reação de bancos faz MP de intervenção na Oi ser adiada
A publicação da MP que vai modificar as regras para abrir espaço para
intervenção da operadora Oi foi adiada porque o texto teria incomodado os bancos
A publicação da medida provisória que vai modificar as regras para abrir espaço
para intervenção da operadora Oi foi adiada porque o texto incomodou os bancos,
apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Por isso,
a edição deverá levar mais alguns dias, apesar de o ministro da Ciência e
Tecnologia, Gilberto Kassab, ter dito na segunda-feira que a MP seria publicada
ontem.
Anatel aprova entrada de fundo Société Mondiale no controle da Oi
Decisão da Justiça pode atrasar processo de recuperação da Oi
Donos de títulos da Oi e bancos se unem para pressionar acionistas
A principal preocupação dos bancos seria que a intervenção na Oi, caso seja
necessária, abra precedente que aumente o risco de crédito de outras
concessionárias. Kassab afirmou a MP será "genérica" - ou seja, abrirá espaço
para intervenção em empresas que tenham concessão, autorização ou permissão para
explorar serviços públicos em qualquer segmento.
Hoje, a lei de recuperação judicial só permite intervenção nos serviços
concedidos. O caso não atende a Oi, que atua em telefonia fixa, celular, TV paga
e internet - serviços com enquadramentos legais diferentes.
Segundo Kassab, a MP não vai estabelecer prazos ou a definição de um
interventor. "Esses detalhes não constam no texto. A intervenção, se acontecer -
e esperamos que não aconteça - ficará sob a responsabilidade da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações)", disse.
A movimentação do governo para embasar legalmente uma intervenção na Oi é
resposta à falta de acordo entre os acionistas da companhia e credores, como os
detentores de títulos e os bancos públicos, entre eles Caixa e Banco do Brasil O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é dono de 4,53% da
tele, cuja dívida é de R$ 65 bilhões.
A relevância da Oi para o mercado brasileiro levou o BNDES a dedicar boa parte
de seus esforços atuais à busca de um acordo para reestruturar a tele, disse a
diretora de mercado de capitais da instituição, Eliane Lustosa, ao Broadcast.
Segundo a executiva, o tempo dedicado à Oi tem sido desproporcional à
participação do banco na tele.
Segundo uma fonte, a MP seria uma forma de forçar as partes envolvidas na Oi a
buscar um consenso com mais afinco.
Último caso
Em entrevista ao Estado, Igor de Freitas, diretor da Anatel, disse ontem que,
apesar de o terreno para a intervenção estar sendo preparado, uma solução de
mercado, negociada entre acionistas e credores, seria a ideal. Segundo ele, o
colapso da companhia é um risco sistêmico para o setor, pois a operadora tem a
maior rede fixa do País e dá suporte de infraestrutura às concorrentes.
A Anatel tem acompanhado a operadora, fruto da fusão entre Oi e Portugal Telecom,
desde 2013. Nos últimos meses, a agência passou a mapear os riscos de uma
eventual falência da tele. A Anatel vem conversando com as outras operadoras
para mapear caso esse cenário mais crítico se confirme. "Estamos preparados para
o pior. Mas acreditamos que o juiz que cuida da recuperação judicial tem as
melhores ferramentas para administrar esse conflito (de acionistas e credores).
Não vamos interferir." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.