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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[24/04/17]
Anatel tem relatório de intervenção na Oi pronto e o interventor é Isaac
Averbuch - por Miriam Aquino
A Medida Provisória para a intervenção na Oi deverá ser publicada esta semana,
antes da Assembleia Geral Ordinária (AGO), marcada pela operadora para a próxima
sexta-feira dia 28. Embora o quadro político não apontasse para mais esse flanco
a ser aberto, devido à carregada pauta do Congresso Nacional desta semana
(quando pretende votar a reforma trabalhista) , é forte a pressão para que a MP
saia antes do dia 28 e o mais provável é que isso deverá mesmo ocorrer. O
ministro Kassab disse hoje, em coletiva em São Paulo, que a MP deverá sair “nos
próximos dias”.
Ele confirmou ainda o que já se sabia nos corredores de Brasília: que a sanha
intervencionista da versão elaborada pelo MCTIC e Fazenda – que abarcava todas
as concessões existentes no país – desde as de infraestrutura, passando pela de
radiodifusão, conforme o documento publicado com exclusividade pelo Tele.Síntese
– se arrefeceu. Na verdade, a intenção intervencionista não mudou, mas ela não
ocorrerá mais sobre os serviços de radiodifusão, seetor que acabou convencendo o
governo a deixá-lo de fora.
O governo ainda mantém a intenção de publicar a MP inicialmente como um
mecanismo de alerta para a Oi acelerar o seu processo de negociação com os
credores. E decidiu que ela irá englobar os demais serviços concedidos – não só
o de telecomunicações, como também os de energia elétrica, portos, aeroportos,
etc. – porque dessa maneira, a MP ganha mais embasamento constitucional. (Embora
existam muitos juristas que questionam a legalidade dessa medida provisória)
Com a MP, a Anatel ganha poderes para, principalmente:
-intervir em toda a Oi, e não apenas a concessão
-acabar com questionamento sobre a dívida tributária com a AGU – ela poderá ser
transformada em investimentos;
– e parcelar en até 20 anos os cerca de R$ 4 bilhões que a Oi tem em débitos
tributários (e não contestados pela empresa)
Intervenção
Com a carta branca que passa a ter, a Anatel precisará justificar os motivos que
poderão levar a uma intervenção, se ela chegar a decidir por essa medida. E a
agência já está pronta para ela.
Conforme fontes que tiveram acesso ao documento, a Anatel elaborou um relatório
de mais de 100 páginas, com os argumentos do porquê da intervenção. A linha
mestra da justificativa é a má administração da empresa, que colocaria em risco
a prestação do serviço. A Medida Provisória a ser publicada, autoriza a
intervenção sempre que a “situação econômica-financeira da empresa coloque em
risco a prestação dos serviços à população”.
Para aqueles que pensavam que a agência iria contratar uma empresa para gerir a
Oi durante o processo de intervenção,para não colocar em seu colo tamanha
responsabilidade, o nome que surge no relatório, surpreendentemente, vem de seus
próprios quadros: É o de Issac Pinto Averbuch. Ele é assessor do conselheiro
Igor de Freitas.
Averbuch já teve experiência em outra intervenções, embora não possa ser
comparável a empresa onde atuou no passado com os desafios que poderão estar em
sua frente,com a Oi, caso se confirme mesmo a sua indicação. Enquanto integrava
a Aneel, ele foi interventor da Celtins – Central Elétricas de Tocantis, hoje do
grupo Energisa. Essa foi uma das credenciais para a sua escolha ao novo papel,
se tiver que assumir.
A MP dará poder ao interventor para destituir toda a diretoria e o conselho de
administração da Oi atuais.