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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[22/02/17] "Os credores e o mercado já estão
considerando quase impossível a Oi conseguir transformar a sua dívida"
Mercado já acha irreversível que Oi quite a dívida com a AGU - por Miriam
Aquino
No comunicado de hoje, 22, em resposta à CVM a operadora informa que irá se
manifestar sobre a oferta da Moelis, mas isso não quer dizer que "será uma
posição formal da companhia". E o mercado já aguarda uma proposta da Oi para a
AGU, tendo em vista que União não poderá aceitar a troca por investimento.
Os credores e o mercado já estão considerando quase impossível a Oi conseguir
apoio na queda de braços com a AGU (Advocacia Geral de União) para transformar a
sua dívida de pouco mais de R$ 6 bilhões em investimentos, conforme proposta da
operadora apresentada ao governo.
A ideia da publicação de uma Medida Provisória que abrisse essa possibilidade ou
que autorizasse uma negociação para mais além aos sete anos de parcelamento que
a atual legislação permite está cada vez mais remota.
Isso porque, todos dentro de fora do governo já se deram conta de que se a Oi
conseguir um tratamento privilegiado como esse, estaria aberta uma enorme
porteira para a União perder trilhões de reais, já que são centenas as empresas
que têm dívidas bilionárias com o Fisco, que poderiam se apropriar da mesma tese
defendida pela concessionária.
A Oi advoga que todas as multas a ela aplicadas pela Anatel – sejam os valores
“constituídos”, que estão na esfera da AGU – ou os “não constituídos”, que estão
ainda na esfera administrativa da agência, de cerca de R$ 8,5 bilhões – não
devem ser encaradas como dívida tributária, e por isso passíveis de incluídas na
Recuperação Judicial.
Em Brasília, o presidente da Oi, Marco Schroeder, chegou a afirmar que, se não
houver acordo na reunião de conciliação marcada pelo juiz Fernando Viana,
prevista para a primeira semana de março, a Oi vai “judicializar” a questão,
tendo em vista que as multas aplicadas são “completamente” desproporcionais aos
defeitos provocados pelo serviço.
Mas o mercado está aguardando por uma proposta de pagamento a ser apresentada
pela operadora que caiba no fluxo de caixa da empresa. A dívida que a Oi tem com
a AGU representa hoje quase todo o caixa , e por isso é principal foco de todos.
Dívida com a Anatel
Em relação à dívida com a Anatel, diferentes analistas entendem que, com o apoio
do Tribunal de Contas da União (TCU), ela irá ser transformada em TAC (Termo de
Ajuste de Conduta) e em investimentos na rede.
Mas para a Anatel, a proposta da Oi terá que ficar muito melhor a que foi
apresentada e aí, a negociação vai ser longa.
Proposta Moelis e Comunicado Oi
Conforme a agência Bloomberg, o juiz Fernando Viana há dois dias mandou a Oi se
posicionar formalmente sobre a proposta apresentada pela Moelis&Company, que
representa os bondholders que detêm um montante de US$ 19 bilhões da dívida.
Conforme a agência, a Oi teria que se posicionar em cinco dias sobre a oferta
feita em dezembro. Esses credores, que trabalham com o bilionário egípcio Naguib
Sawiris, propuseram investir cerca de R$ 37 bilhões (US$ 11,9 bilhões) em cinco
anos. Os detentores também recomendaram trocar R$ 24,8 bilhões em dívida por uma
participação de 95% na empresa, injetando US$ 1,25 bilhão em capital novo e
instalando um novo conselho. A dívida remanescente, após a troca, seria
substituída por R$ 5,8 bilhões em novos títulos.
No comunicado de hoje, em resposta aos questionamentos da CVM à essas notícias
veiculadas na segunda-feira, a Oi informa que:
“A Oi esclarece que, nos termos do despacho proferido pelo Juízo da 7ª Vara
Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro em 14.02.2017, irá se manifestar, no
curso normal do processo de recuperação judicial, sobre a apresentação da
proposta de plano alternativo pela Moelis, o que não representará, contudo, uma
posição formal da Companhia sobre o conteúdo do referido plano alternativo, nem
tampouco qualquer decisão com relação a qualquer alteração no plano de
recuperação apresentado pela Companhia.”