Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Recuperação judicial da Oi --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[23/01/17]
AGU não tem interesse em negociar dívida com Oi na RJ - por Miriam Aquino
O juiz Fernando Viana, da 7 Vara Empresarial estipulou o prazo de até 25 de
fevereiro para que a comissão de mediação apresentasse uma proposta de R$ 20
bilhões. Até agora, a única posição da AGU é a mesma- só aceita o parcelamento
em sete anos.
A um mês para que vença o prazo estipulado pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara
Empresarial do Rio de Janeiro, para que AGU, Anatel e Oi fechem uma proposta
sobre a bilionária dívida da concessionária para com a União, não houve até hoje
uma proposta concreta, por parte dos representantes da União, informam fontes do
governo.
Em 24 de novembro, na primeira reunião de conciliação da dívida de R$ 20 bilhões
da Oi com os representantes da União, o magistrado Fernando Viana decidiu
dividir as discussões em duas: um grupo iria se encarregar das dívidas
“constituídas”, ou aquelas que já estão na Dívida Ativa, e por isso sob o
controle direto da AGU, e outras “não constituídas”, ainda na esfera
administrativa da Anatel.
Mas nada andou. Conforme fontes do governo, a AGU não abre mão de cobrar
integtralmente o que, no seu entender, seriam recursos devidos à União, e não
passíveis de qualquer outra negociação. ” No máximo, a Advocacia aceita apenas
parcelar os R$ 6 bilhões que estão sob sua alçada em 84 prestações mensais,
ininterruptas e com as devidas correções”, assinala a fonte.
Essa posição, para muitos do mercado e do governo, inviabiliza qualquer proposta
firme de credores e mesmo de novos acionistas para assumir a Oi. Isso porque,
avalições já feitas até por bancos oficiais – e grandes credores, como o Banco
do Brasil – indicam que qualquer proposta de renegociação de dívida, que tire a
Oi da dificílima situação a que se encontra, teria que levar em consideração um
prazo de 15 a 20 anos para sua quitação, se não houver qualquer deságio. “Sete
anos para pagar uma dívida desse tamanho, para uma empresa em recuperação
judicial, é muito pouco”, avalia esse interlocutor. Só para se ter uma ideia do
montante que se estáfalando, a Oi tem hoje em caixa pouco mais de R$ 6 bilhões,
depois de alguns meses sem pagar um tostão aos credores.
A Advocacia, por sua vez, insiste que todos os créditos – sob sua jurisdição e
os da Anatel – não podem ser passíveis de recuperação judicial. Afirma a AGU: “A
Advocacia-Geral tem reforçado junto à Anatel que os créditos que a agência
possui contra a Oi, especificamente quanto aos definitivamente constituídos e
aos inscritos em dívida ativa, estariam limitados à possibilidade de
parcelamento apenas. Desta forma, competiria à empresa solicitar autorização
para a medida, nos temos do artigo 37-B da Lei nº 10.522/2002, o que dispensaria
um processo ou procedimento de mediação.”
A proposta da Oi, ainda não conhecida em sua integralidade, prevê a troca dessa
dívida por investimentos e mesmo subsídio direto aos consumidores. Em evento em
Brasília, no ano passado, o CEO da empresa Marco Schoereder
Ação
A disputa sobre esses créditos chegou a parar no STJ – Superior Tribunal de
Justiça -. A Oi conseguiu que parte das execuções juidicais de sua dívida fosse
repassada para a 7ª Vara. Mas a AGU reforça que foi feito um embargo de
declaração questionando se o juiz Fernando Viana não teria extrapolado de sua
competência. Mas a Corte Superior ainda não se manifestou sobre esse
questionamento.
Os números
Nem toda a dívida estimada em R$ 20 bilhões está sob a Recuperação Judicial ou
em litígio. Além dos cerca de R$ 6 bilhões sob a batuta da AGU, a Anatel estima
que a Oi tem dívidas de R$ 11 bilhões em multas não pagas, que poderiam ser
transformados em investimentos em banda larga, além da correção dos problemas
que provocaram essas multas, conforme os Termos de Ajustamento de Condutas (TACs)
criados pela agência reguladora.
Os demais créditos – cerca de R$ 4 bilhões – são dívidas fiscais, que a Oi, AGU
e Anatel sabem que não são mesmo passíveis de ser incluídas nas regras da RJ. E
serão pagas – ou não – conforme as decisões proferidas pela Justiça.