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Leia na Fonte: O Globo
[19/07/17]
AGU questiona na Justiça processo de recuperação da Oi - por Bruno Rosa
Anatel quer incluir em medida provisória conversão de dívida da tele em
investimento
RIO e BRASÍLIA - A Advocacia-Geral da União (AGU) questionou na 7ª Vara
Empresarial do Rio de Janeiro o plano de recuperação judicial da Oi. No
documento, a AGU diz que a dívida da operadora com a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), de R$ 11 bilhões, não está sujeita às deliberações da
assembleia geral de credores, que deve avaliar o plano entre setembro e outubro.
“No plano, a Oi pretende afastar as normas que disciplinam o pagamento de
dívidas com o poder público e submeter ao crivo de credores privados regras de
parcelamento, carência e correção da dívida que não estão previstas em lei”,
destacou a AGU em nota ontem. Fontes ressaltam, porém, que a própria Justiça já
aprovou a lista de credores da tele, da qual a Anatel faz parte.
Esse é mais um imbróglio no processo de recuperação da Oi. Sem convencer o
Palácio do Planalto a publicar uma medida provisória (MP) e um projeto de lei
que transformam dívida em investimento e que permitam a intervenção na Oi, a
Anatel partiu para um plano B. Representantes da agência pediram para incluir um
dispositivo em outra MP já publicada para permitir que dívidas com a agência
sejam convertidas em investimentos em banda larga.
A solução estava prevista numa minuta da medida provisória enviada à Casa Civil.
O Palácio do Planalto, no entanto, segurou as propostas da Anatel e publicou
outra MP que permite renegociação de dívidas não tributárias com agências
reguladoras, sem prever conversão de multas em investimentos.
Agora, a Anatel quer colocar essa possibilidade na legislação do setor, o que
aliviaria o caixa da Oi. Diretores da agência pediram ao relator da MP 780, que
instituiu o Programa de Regularização de Débitos Não Tributários, senador Wilder
Moraes (PP-GO), para que a medida seja alterada. Apesar de já estar em vigor,
por se tratar de uma MP, o programa de renegociação de dívidas com agências
depende de regulamentação.
Pela proposta inicial, o devedor pode optar por vários prazos de pagamento, mas,
em todas as modalidades, é exigido quitar no mínimo 20% dos débitos consolidados
na primeira prestação. A intenção da Anatel é que o restante da dívida seja
convertida em investimentos. Essas proposta, no entanto, encontra resistência da
equipe econômica. Segundo analistas, o novo caminho traçado pela Anatel é
cercado de desafios.
— É preciso fazer duas emendas numa MP que ainda terá de passar pelo Congresso.
É preciso permitir que empresas em recuperação judicial façam a opção de adesão
à renegociação de dívidas. É preciso outra emenda para que a Anatel transforme
multas em investimento por meio de novos termos de ajuste de conduta — disse um
analista.
Procurada, a Oi disse que vai aguardar a decisão da Justiça sobre a solicitação
da AGU. “Até o momento todas as decisões da Justiça confirmaram que os créditos
da Anatel devam permanecer na recuperação judicial”, disse a tele.