Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Recuperação judicial da Oi --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[06/11/17]
Conselho da Oi rechaça plano de recuperação proposto por bondholders -
Rafael Bucco
O conselho de administração da Oi rechaçou, na mesma reunião em que nomeou
diretores ligados aos atuais acionistas, realizada na sexta-feira, 3, a proposta
de plano de recuperação apresentada pelo grupo de bondholders reunidos pelas
assessorias Moelis, FTI Consulting e G5 Evercore – juntos, esses credores têm
cerca de R$ 20 bilhões em títulos da tele. O conselho considerou a proposta um
mero “esboço” de plano de recuperação e classificou os termos nele presentes
como “inaceitáveis”.
A companhia argumenta que não pode aceitar o plano alternativo “porque não se
trata de uma proposta firme e vinculante”. Diz, ainda, que o texto “propõe um
desequilíbrio de tratamento entre diferentes stakeholders, reserva o direito de
continuar litigando contra os interesses da Companhia e/ou contra
administradores, pressupõe alteração do regime regulatório para sua
implementação, trazendo assim atraso e incerteza para a Recuperação Judicial”.
Société Mondiale
O fundo Société Mondiale, de Nelson Tanure, e que controla o board, também se
manifestou a respeito da desaprovação do plano sugerido pelos bondholders.
Elencou uma série de itens que, a seu ver, justificam a recusa. Além dos itens
enunciados pela própria Oi, o fundo afirma que a proposta não é assinado por
nenhum credor nem traz o compromisso de que os credores participantes aprovem o
plano de recuperação judicial da companhia.
Ressalta que o aporte de R$ 2,5 bilhões do plano alternativo não traz nenhum
compromisso ou explicação da origem do dinheiro. Que o aumento de capital, de R$
0,5 por ação, é muito abaixo do valor de mercado hoje, de quase R$ 5 a ação.
Lista, ainda, que o plano:
Reflete condições inaplicáveis à luz da legislação brasileira e que contradizem
as regras de governança corporativa, entre as quais uma composição do Conselho
de Administração desproporcional à futura participação acionária;
Traz condições precedentes que permitem aos proponentes se liberarem dos
compromissos propostos, mesmo depois de assinados, inclusive quanto ao aporte de
novos recursos na Companhia;
Foi uma proposta hostil (não solicitada) e que não busca aproximação com o Plano
de RJ da Oi, a ser votado na Assembleia Geral de Credores.
Maioria?
O fundo considera um blefe o argumento dos bondholders de que, sem contar a
dívida da Oi com a União, teriam maioria na assembleia de credores que será
realizada na sexta-veira, 10. “Ao contrário do que buscam difundir, os termos da
correspondência não contam com o apoio da maioria de credores. Moelis, FTI e G5
são assessores e seus clientes se reservam o direito de não aceitar os termos
que estes assessores eventualmente venham a negociar”, diz o fundo, em nota.
Por fim, o acionista da Oi diz que a única garantia contida na proposta é a de
que os bondholders ficarão com a maioria da companhia. “A correspondência ainda
deixa explícita que o eventual aporte de recursos dependerá de uma série de
eventos, que podem não acontecer. No terreno das certezas, têm-se que, mesmo
desobrigados a aportar um único real, os subscritores do esboço de proposta se
prontificam a ficar com 88% do capital da Companhia”, finaliza.
Termos de compromisso à RJ aprovados
O Conselho de Administração da Oi aprovou ainda, na mesma reunião, os termos
finais do Plan Support Agreement (PSA) – o compromisso de apoio ao Plano de
Recuperação Judicial da Companhia protocolado na Justiça, e também um
compromisso de aporte de capital.
A empresa diz ter apoio significativo de credores a seu PSA, que protocolado
ainda hoje, 6, na Justiça. O PSA prevê termos genéricos para o tratamento de
dívidas da ANATEL, “o que permite acomodar qualquer solução que a
Advocacia-Geral da União (AGU) venha a apresentar”, diz a empresa. Só entra em
vigor se o Plano de Recuperação Judicial for aprovado, até 31 de dezembro.
Segundo o Société Mondiale, os termos foram elaborados “por um número relevante
de bondholders, que se comprometem e garantem apoiá-lo, têm embasamento
financeiro e, principalmente, jurídico, que assegura um tratamento isonômico e
justo para todos os credores de sua classe”.
O fundo explica, ainda, porque a Oi decidiu remunerar o capital de grandes
bancos (credores classe 3) que bancarem o novo plano de recuperação. “A Oi está
solicitando que tais investidores reservem capital, a ser chamado em até 2 anos,
a critério da Companhia. Assim como um banco cobra uma taxa para emprestar
recursos, os credores que optarem por capitalizar a Oi também cobram uma
remuneração razoável pelo capital empregado”, explica.
Os bancos têm duas alternativas na RJ, uma que prevê aporte de capital, outra
apenas a extensão do prazo de pagamento. No caso da escolha por aporte há “um
desconto imediato e relevante no seu principal. Com o objetivo de se chegar à
mesma remuneração das outras opções, é necessário remunerar seu capital”,
argumenta o fundo.