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Leia na Fonte: Agência Brasil
[12/10/17]
Oi protocola novo plano de recuperação na Justiça
A Oi protocolou na quarta-feira (11) o plano de recuperação judicial na 7ª Vara
Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, responsável por
conduzir o processo. A proposta, que altera as condições para a negociação com
credores, foi aprovada na terça-feira (10) pelo conselho de administração e pela
diretoria e prevê uma capitalização de R$ 9 bilhões.
Desse total, parte viria da conversão de dívidas em participação acionária,
cerca de R$ 3,6 bilhões; R$ 3,5 bilhões em dinheiro aportado por bondholders
(detentores de títulos) e R$ 2,5 bilhões vindos dos acionistas. A empresa espera
conseguir consenso entre acionistas, bondholders e credores para que a proposta
possa ser colocada em votação em Assembleia de Credores, já marcada para o dia
23 de outubro.
"Com a capitalização, o patamar de investimento anual da companhia passará de R$
5 bilhões ao ano para aproximadamente R$ 7 bilhões ao ano, pelos próximos três
anos. O adicional de investimento a ser feito anualmente será destinado a
projetos de expansão de fibra ótica, aumento da cobertura 4G, projetos de
digitalização e TI", disse a empresa por meio de nota.
Além disso, a Oi disse que vai negociar com os bondholders, que reúnem montante
superior a R$ 22 bilhões de créditos. "A companhia já assinou acordos de
confidencialidade com representantes destes grupos e iniciou discussões para
buscar aprovação ao plano de recuperação da Oi", disse a tele em nota.
Em agosto, a Oi apresentou para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
uma proposta de recuperação judicial, que incluía uma capitalização de R$ 8
bilhões. Na ocasião, a agência determinou, diante do que considerou
inconsistências, que o plano fosse refeito antes de ser submetido aos credores
no final de setembro.
A situação das dívidas da Oi com a Anatel ainda está sem resolução. A empresa
disse que a partir deste momento, "há ampla oportunidade de avançarem as
discussões com instituições e autarquias públicas que são credores da Oi e
também com as autoridades e regulador do Governo, que vêm se manifestando
publicamente pelo interesse comum de preservar os serviços prestados pela Oi e
os empregos gerados pela companhia."
A empresa deve cerca de R$ 11 bilhões em multas a agência reguladora. Na tarde
de terça (10), após se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a
ministra da Advocacia Geral da União (AGU), Grace Mendonça, disse que o governo
cogita uma mudança na legislação para ajudar a Oi, caso a solução definida pelo
grupo não tenha respaldo na legislação vigente.
O governo poderia enviar uma proposta (projeto de lei ou medida provisória) ao
Congresso, segundo a advogada-geral da União. “É um início de trabalho. Não há a
exclusão de nenhuma possibilidade”, disse após a reunião do grupo.
A AGU é responsável por fazer a interlocução junto à Justiça dos interesses do
governo e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e participa de um
grupo de trabalho com representantes de vários ministérios para encontrar uma
saída legal para a companhia.
Grace Mendonça disse que o grupo de trabalho está disposto a analisar todas as
opções, desde que haja sustentação jurídica. Entre as hipóteses, estão a
renegociação parcial da dívida bilionária dentro das regras da Medida Provisória
780, que criou o parcelamento para as autarquias; o alongamento de prazos para o
pagamento dos débitos e a conversão em investimentos de parte das multas
aplicadas pela Anatel à operadora.
O grupo Oi fez a requisição do pedido de recuperação judicial em 20 de junho de
2016. O caso é o maior e mais complexo processo de recuperação judicial da
história do país. A empresa disse que vem trabalhando para resolver o imbróglio.
"O objetivo da diretoria estatutária é assegurar a recuperação da Oi e por isso
a companhia vem empenhando todos os melhores esforços para manter a companhia
estável operacionalmente, tendo evoluído em todos os indicadores de qualidade, e
também mantendo seu equilíbrio econômico-financeiro e competitividade
comercial", disse.