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Leia na Fonte: Estadão
[13/10/17]
Maiores credores da Oi rejeitam novo plano de recuperação
A Oi protagoniza o maior processo de recuperação judicial do Brasil Foto: Paulo
Vitor/Estadão - 17/6/2010
Dois dias após a publicação do plano de recuperação judicial da Oi, os maiores
comitês de credores da companhia se manifestaram contra as propostas, colocando
em risco a viabilidade da aprovação de um acordo na assembleia agendada para o
dia 23.
A negativa foi comunicada há instantes, em uma nota distribuída à imprensa
conjuntamente pelos dois grandes grupos detentores de títulos (bondholders) da
Oi, que são representados pelas consultoria G5/Evercore e pela Moelis & Company,
apoiados pela FTI Consulting. Juntos, eles concentram dívidas de R$ 22 bilhões
da Oi. O processo de recuperação judicial da tele totaliza dívidas de R$ 65
bilhões.
"O plano de reestruturação revisado do grupo Oi ignora as preocupações
fundamentais dos credores, ameaça a viabilidade da empresa a longo prazo e
enriquece, abusivamente, os atuais acionistas", descrevem, em nota.
Os comitês afirmam que a proposta de aumento de capital sugerida pela companhia
não aponta o compromisso firme de investidores e tende a não atrair
investidores, uma vez que as condições não são favoráveis.
Os credores também reclamam que, se implementado, o plano resultará em uma
empresa maciçamente alavancada, com uma proporção de dívida ante o patrimônio
que impedirá a operadora de acessar os mercados de capitais brasileiros ou
internacionais para tomada de crédito.
"A incapacidade de aumentar o financiamento futuro tornará menos provável que a
empresa seja capaz de fazer os investimentos vitais de que precisa, o que pode
resultar em um novo declínio em seus negócios", afirmam.
Fora isso, a proposta de reestruturação financeira da Oi não engloba mudanças na
governança corporativa. Na visão dos bondholders, os investidores não terão
interesse em aportar recursos na companhia sem que haja reformas na governança
corporativa, que é justamente um dos elementos que levaram a operadora para o
processo de recuperação judicial.
Enriquecimento dos acionistas. Uma das maiores críticas dos bondholders se
refere ao que classificam como um "enriquecimento injusto" dos atuais
acionistas.
Os credores alegam que, ao invés de contribuir para a reestruturação, os
acionistas são duplamente enriquecidos pela proposta, mantendo uma alocação
imprópria do patrimônio após a reorganização e obtendo uma valorização desmedida
após o aumento de capital.
"Se o plano revisado foi implementado, é improvável que qualquer detentor da
debênture conversível jamais se converta no capital próprio dado o preço de
conversão e, como tal, o patrimônio antigo manteria quase todo o patrimônio
reorganizado antes da diluição de novas contribuições de capital monetário",
dizem.
Proposta. A proposta divulgada pela direção da tele na noite de quarta-feira, 11
prevê uma capitalização de R$ 9 bilhões, sendo R$ 6 bilhões de dinheiro novo -
R$ 2,5 bilhões vindos de acionistas e R$ 3,5 bilhões de credores. Outros R$ 3
bilhões viriam de conversão de dívida em ações.
A nova versão do plano também propõe diferentes alternativas para a equalização
das dívidas com os credores sem garantia real, ou quirografários, classe em que
estão os bondholders. As propostas consideram a equalização dos passivos com ou
sem a conversão das dívidas em capital da empresa.
A conversão de dívida em capital da Oi é voltada para os grandes grupos de
bondholders. Para esses credores, a tele sugere encaminhar R$ 5,8 bilhões em
novos títulos que serão pagos em dez anos a taxa de juros de 10% ao ano. Outra
parte, de R$ 3 bilhões, será transformada em debêntures conversíveis, com duas
opções: conversíveis em até 119 milhões de ações (15% do capital) ou em até 225
milhões de ações (25% do capital).