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Leia na Fonte: Conjur
[23/10/17]
Anatel duvida de capacidade de investimentos da Oi e rejeita TACs
O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) desistiu de
celebrar dois termos de compromisso de ajustamento de conduta (TACs) com o grupo
Oi, em recuperação judicial. Segundo a Anatel, o plano de recuperação formulado
pela empresa não é capaz de garantir os investimentos que seriam firmados nos
TACs. A Oi acumula dívidas de R$ 64 bilhões em bônus, dívidas bancárias e
responsabilidades operacionais.
Em 2016, um TAC com a Oi chegou a ser aprovado na Anatel por 4 votos a 1. Ele
previa a substituição de R$ 1,2 bilhão em multas por R$ 3,2 bilhões em
investimentos na rede. Porém, sua tramitação foi suspensa pelo Tribunal de
Contas da União (TCU), justamente pelo fato de a Oi estar em recuperação
judicial.
Nesta segunda-feira (23/10), em reunião extraordinária, o Conselho Diretor
analisou a proposta de um segundo TAC, relativo aos temas Direitos e Garantias
dos Usuários, Fiscalização e Interrupções Sistêmicas. Porém, diante da dúvida da
capacidade do grupo de honrar os compromissos, o Conselho Diretor rejeitou o
segundo TAC e voltou atrás em relação ao primeiro, revogando a decisão de 2016.
"Ao longo dos dezesseis meses transcorridos desde o pedido de recuperação
judicial foi possível verificar que os sucessivos planos apresentados pela
empresa não contemplaram garantias de haveres lastreadores suficientes ao
cumprimento dos compromissos a serem firmados no âmbito dos TAC’s. Ressalte-se
que tais obrigações negociais devem ser executadas em um prazo máximo de quatro
anos, conforme previsto na regulamentação aplicável", afirmou o Conselho Diretor
da Anatel em nota.
Batalha judicial
A Anatel e a Oi travam uma batalha judicial em torno das dívidas da empresa
junto à agência reguladora. O centro da disputa é a inserção do valor das
multas, conseguido na Justiça pela Oi, no endividamento total da companhia. O
montante é estimado em mais de R$ 11 bilhões.
A agência, por meio da Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia-Geral da
União (AGU), contestou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio, que a incluiu na
Assembleia Geral de Credores da Oi, submetendo créditos das multas ao plano de
recuperação judicial da tele, com o argumento de que a inclusão representa risco
à ordem e à economia pública.
A Anatel chegou a encaminhar, no início do mês, um pedido para que o Superior
Tribunal de Justiça analise a retirada de seus créditos com a Oi do processo de
recuperação judicial. “Conforme destacado, a Anatel é credora de aproximadamente
R$ 11 bilhões e está enquadrada, no Plano de Recuperação Judicial apresentado,
na Classe III de credores (credores quirografários), a qual abrange
aproximadamente R$ 60 bilhões de créditos.
Isso significa que, se os seus créditos se submeterem à Assembleia Geral de
Credores, a Oi sequer conseguirá impedir a aprovação do Plano pela Classe de
Credores na qual foi enquadrada, haja vista que o voto nessa classe considera o
montante dos créditos e os demais credores detêm aproximadamente R$ 48 bilhões”,
disse o pedido encaminhado ao STJ.
A corte, entretanto, negou o pedido no dia 3 de outubro. Na decisão, a ministra
Laurita Vaz, presidente do STJ, disse que a Anatel errou o tipo de pedido
protocolado. A magistrada afirmou que foi descabido o uso do instrumento da via
suspensiva para conseguir a tutela negada antes pela Justiça do Rio. Portanto, o
ato impugnado – inclusão da Anatel como credora quirografária – não constitui
cautela judicial, mas ato administrativo", argumentou a magistrada.
A Anatel informou que vai recorrer. Na última quarta-feira (18/10), a agência
nomeou Carlos Baigorri para representá-la na Assembleia Geral de Credores. Caso
tenha que votar na assembleia, Baigorri já foi orientado a votar contra o novo
plano de recuperação. Com informações da Agência Brasil e Assessoria de Imprensa
da Anatel.