Wireless |
|
WirelessBrasil --> Bloco Tecnologia --> Recuperação judicial da Oi --> Índice de artigos e notícias --> 2017
Obs: Os links originais das fontes, indicados nas transcrições, podem ter sido descontinuados ao longo do tempo
Leia na Fonte: Convergência Digital
[28/09/17]
Desacertos entre acionistas e credores da Oi acendem sinal vermelho na Anatel
- por Luís Osvaldo Grossmann
Relator do processo que pode culminar na cassação das licenças da Oi, o
conselheiro da Anatel, Leonardo de Morais, explicou nesta quinta 28/9, que a
decisão de adiar a deliberação sobre o caso tem relação direta com novas
preocupações com a operadora, notadamente pelos desacertos entre acionistas e
parte dos credores, em conflito que prejudica as negociações. Além disso,
apontou para divergências sobre o uso do caixa da Oi no plano de recuperação.
“Uma parcela importante dos bondholders que representam uma quantidade de
créditos relevante tem tido dificuldade muito grande de ter tratativas negociais
com os shareholders. Essa polaridade extrapola o esperado em uma situação que já
é normalmente difícil, com interesses contraditórios. Estão mais polarizados que
o normal nessa situação, o que gera prejuízo ao desenvolvimento das tratativas
que são importantes de serem realizadas”, afirmou Morais.
Além disso, o relator resolveu adotar cautela extra ao ouvir detalhes da reunião
da véspera do Conselho da Oi – particularmente a intenção de parte dos
integrantes de usar o caixa da supertele para pagar dívidas. “Informações do
representante da Anatel que participa das reuniões do Conselho de Administração
da Oi mostra que há posicionamentos significativamente divergentes sobre a forma
de endereçar o caixa da empresa nesse processo de recuperação judicial”, revelou
Morais.
“A ausência de um alinhamento de interesses em prol da companhia nos causam
maior preocupação. São legítimos os interesses dos acionistas e credores. Mas
têm primazia os interesses da companhia no longo prazo”, insistiu o conselheiro
da Anatel. Segundo ele, o plano precisa dar condições à operadora que retome
investimentos, especialmente por já vir há anos realizando aportes abaixo dos
concorrentes.
“É preciso que não apenas um plano de recuperação judicial seja aprovado, mas
que seja um plano que dê à companhia perspectivas de investimentos no longo
prazo, inclusive porque é notório que houve um subinvestimento em rede. Se olha
a relação de Capex e receita, vis a vis seus pares de mercado, é uma relação
muito inferior aos demais. É preciso investimentos numa rede muito importante,
de capilaridade enorme e que bem explorada pode trazer benefícios para o
Brasil.”