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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[07/03/18]
Juiz afasta Pharol e Société Mondiale do conselho da Oi - por Rafael Bucco
Em decisão proferida hoje, juiz Fernando Viana retira os direitos políticos dos
acionistas que participaram da assembleia extraordinária convocada pela Pharol
em 7 fevereiro, exceto por aqueles que se abstiveram de votar.
O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, acatou o pedido feito pelo Ministério Público para retirar direitos
políticos dos acionistas que participaram da assembleia extraordinária ocorrida
e 7 de fevereiro.
O evento foi convocado pela Pharol, dona de pouco mais de 22% do capital social
da Oi, e contou com participação de parte dos minoritários, entre os quais, o
fundo Société Mondiale, de Nelson Tanure.
“Acolho integralmente o parecer do MP e suspendo os direitos políticos dos
subscritores da ata da AGE, à exceção daqueles que se abstiveram de votar, e
afasto os membros do Conselho de Administração por eles eleitos/indicados, até
que seja realizado o aumento de capital, previsto no plano”, sentencia o juiz
Viana.
Ele ressalta o argumento usado em outras ocasiões, de que os interesses dos
acionistas não deve se sobrepor à sobrevivência da companhia em recuperação
judicial, nem ao do conjunto de todos os credores. A recuperação judicial da Oi
prevê renegociação de dívida com cerca de 55 mil credores.
Puxão de orelha
Segundo o juiz, em um processo de recuperação todos os envolvidos “perdem um
pouco, cedem um pouco” para que ao fim a empresa volta a operar com saúde. “Os
acionistas minoritários precisam entender isso e a realização da AGE de
07/02/2018 é a prova mais eloquente de que essa lição ainda não foi absorvida”,
resume.
O juiz ainda recupera decisão anterior, em que recusou pedido semelhante ao do
MP, mas feito por credores, para afastar os acionistas do poder na tele. À
época, ele via risco menor de ingerência sobre a execução do plano de
recuperação da operadora.
“Lembre-se que há alguns meses o juízo indeferiu o pedido feitos por relevantes
credores de suspensão dos direitos políticos desses acionistas, mas o cenário
agora é gravíssimo, tendo culminado com a realização de uma assembleia de
acionistas que é uma afronta escancarada às decisões deste Juízo”, afirma o
magistrado.
Ministério Público
O MP-RJ enviou o pedido de suspensão dos direitos políticos dos acionistas em 23
de fevereiro. Além de afastar aqueles que participaram da AGE e votaram contra o
plano de recuperação judicial, solicitava provas de acusações contra a diretoria
da Oi.
Na assembleia, os acionistas decidiram processar a atual diretoria sob o
argumento que teriam cometido ilegalidades e desvios nos últimos anos. Por isso,
Viana ordena que eles etreguem em juízo os documentos que indiquem os desvios
mencionados. Com os documentos em mãos, poderá abrir vista das acusações.
Mudanças no conselho
Nesta quarta-feira já houve mudanças na Oi. A companhia confirmou a eleição de
Carlos Brandão para o cargo de diretor de finanças e relação com investidores.
Além disso, saíram os diretores sem designação específica João do Passo e Hélio
Costa, o primeiro, indicado da Pharol, o segundo, do Société Mondiale.