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Leia na Fonte: Terra
[11/10/12]
Operadoras de telefonia acirram disputa em corrida para 4G
- por
Sérgio Spagnuolo
As maiores operadoras de telecomunicações no Brasil mostraram nesta semana que a
corrida para entrar na telefonia móvel de para o tema da banda larga em geral,
seja móvel ou fixa, e da qualidade de suas redes, que deve ser um diferencial
daqui para frente no setor, à medida que o preço por megabit tende a cair.
A Telefônica informou ter fechado setembro com 100 mil clientes finais em sua
rede de fibra ótica e ampliará a velocidade de serviços para 200 megabits por
segundo nessa rede.
A TIM fechou contrato de compartilhamento de fibra ótica com a Telebrás no Norte
e Nordeste do país, visando apoiar a rede 3G e posteriormente a 4G na região,
enquanto estatal quer fortalecer o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
A Claro, do grupo mexicano América Móvil, e a Oi também reforçaram
comprometimentos com investimentos em infraestrutura.
"O 4G está dentro da visão da banda larga, operadoras focadas nisso para
construir essa infraestrutura, que exige investimentos pesados e é o caminho
para qualidade", afirmou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, que
participou do Futurecom.
Mas, para que esses investimentos se tornem realidade, as operadoras têm pregado
que o auxílio do governo é fundamental, principalmente no incentivo à construção
de rede e menor fardo tributário sobre os serviços de telecomunicações.
Soma-se a isso um apelo por segurança regulatória , principalmente e m um
momento no qual a indústria está em intenso escrutínio público por conta do
rigor das autoridades reguladoras.
Em julho, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) suspendeu as vendas de
TIM, Claro e Oi em diversos Estados por alegações de má prestação de serviço e
de atendimento, e a partir de dezembro lança um ranking mensal para medir a
qualidade do serviço.
Em discurso no evento, o presidente do conselho e executivo da Telecom Italia,
Franco Bernabé, foi enfático ao dizer que o futuro do setor depende de
parcimônia regulatória.
"A capacidade de reguladores de compreender como facilitar o crescimento sem
prejudicar a evolução com uma regulação invasiva, com altos regimes de impostos,
será chave para o sucesso do ecossistema (móvel)", disse Bernabé, também
presidente do conselho da GSMA, associação mundial de operadoras móveis.
A Anatel tem sinalizado mudanças que podem, segundo seu presidente, João
Rezende, ser positivas para o setor, a partir da reformulação de seu regimento
interno para dar maior "coerência nas decisões" da autarquia.
O governo tem sinalizado também com medidas positivas, como desoneração sobre
construção de redes e tablets e smartphones, que devem tornar estes dispositivos
mais baratos para o consumidor e impulsionar o uso de dados móveis, mas o setor
ainda considera que mais pode ser feito.
Francisco Valim, presidente da Oi, por exemplo, disse em sua apresentação no
Futurecom que a operadora recolheu 70 bilhões de reais em tributos diretos e
indiretos nos últimos cinco anos.
"Claro que é positivo (o sinal do governo)... mas quando se olha para o imposto
sobre os serviços, as taxas estão entre as mais altas do mundo", disse Tude, da
Teleco.
Nesse palco no qual as operadoras concordam sobre temas de interesse comum do
setor, o 4G deve representar um novo potencial para essas empresas, mas também
será um motivador para acirrar ainda mais a concorrência.
"Quem vai ganhar o jogo é quem executar melhor e mais rápido", cravou o diretor
operacional da Oi, James Meaney.