ALBERTO MAGNO SILVEIRA BOAVENTURA

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14/03/03

GSM x CDMA

----- Original Message ----- 
From: Alberto Magno Silveira Boaventura 
To: wirelessbr@yahoogrupos.com.br ; Celld-group@yahoogrupos.com.br 
Cc: lnassif@uol.com.br 
Sent: Friday, March 14, 2003 9:48 AM
Subject: [wireless.br] GSM vis-à-vis CDMA

Saudações a todos,
Tenho acompanhado as discussões sobre o assunto em referência, e gostaria de compartilhar alguns pontos. 
Até recentemente, a indústria de serviços telecomunicações era considerada como monopólio natural. Neste contexto, os serviços eram monolíticos dependentes da tecnologia, de sua rede de suporte, e normalmente incitados pela oferta (technical push): Se criava o produto (tecnologia), que estava diretamente relacionado com o serviço a ser oferecido. Após serviço criado ter sido, a necessidade deste serviço era criada, e em seguida e o mercado se conformava. Com a competição, convergência e barateamento tecnológico, as novas necessidades dos usuários, os serviços deixaram de ser monolíticos, eliminando a antiga paridade serviço-produto. Hoje, a nova ordem é: beneficio do usuário, necessidade do usuário, mercado e posteriormente desenvolvimento de produto/serviço. Felizmente é assim. Se seguíssemos a antiga ordem, estaríamos usando um Vídeo-Texto fornecido por um terminal Minitel a uma taxa de no máximo 2B+D, ao invés de modem ADSL, com Browsers multimedia!!! 
Dada as características atuais: ciclo rápido de desenvolvimento, orientação ao mercado, curto ciclo de vida de serviços e produtos, a indústria de telecomunicações passa a ser um exemplo clássico da Criação Destrutiva de Joseph Schumpeter. Onde o processo de criação, diferenciação e melhoria de um dado produto/serviço é contínuo, e a consolidação na indústria é determinada pela flexibilidade de entendimento das seguintes variáveis: necessidade, mercado, políticas e tecnologia. Não mais deve ser conformada pela imposição desta ou aquela tecnologia. 
Por exemplo, qual é a necessidade de um usuário realizar a transferência de um arquivo a 100Km/h? Hoje existem tecnologias que permitem transferências com ambiente veicular a taxas de 54Kbps, 155Kbps, 600Kbps e 2Mbps. Porém quais seriam as aplicações onde os usuários seriam compelidos a usar tais tecnologias e pagar US$500 o terminal? Para o usuário, não seria interessante usar 11 Mbps, e pagar US$100 o terminal? – a única perda seria a rápida mobilidade. Poucos tem a habilidade para acessar emails dirigindo :). Outrossim, a criação de barreiras para introdução de novas tecnologias representam uma grande perda para a sociedade, onde seria cerciada do direito de escolher aquele produto ou serviço de acordo com a sua necessidade. E lembrando que, para usuário, é indiferente se está transmitindo dados usando GPRS/EDGE/1xRTT/EVDO/UMTS/WLAN/HipperLAN/Bluetooth (ufa). O importante é se a sua aplicação funciona, dentro de premissas de qualidade de serviço, e se for de missão crítica, que tenha redundância e segurança. É isto. Service Level Agreement. O usuário deve ser atendindo dentro daquilo que contratou, com garantia de SLA, ao preço que percebe para este serviço. 
Finalmente, este assunto remete à mesma abordagem do tipo Keynes vs Hayke, Euro vs Dolar etc. Pertencemos a outra realidade, que ao menos não temos a chance de desenvolver a nossa tecnologia adequada à nossa realidade, pelo menos escolher – deve haver espaço para todos – e que vença o melhor. 
Um forte abraço,
Alberto Boaventura


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