ALBERTO MAGNO SILVEIRA BOAVENTURA

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04/09/2005

NGN

----- Original Message -----
From: Alberto Magno Silveira Boaventura
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Sunday, September 04, 2005 1:23 PM
Subject: Re: [Celld-group] NGN

Pergunta:
Olá, gostaria que alguém me enviasse informações sobre a nova abordagem NGN, pois estou fazendo tcc sobre o assunto.
Gostaria de saber o que é preciso mudar ou fazer na camada 1 (física) para a implantação da NGN, assim como na camada 2 (ATM) e camada 3 (IP)?
E conceitos, arquitetura entre outros sobre NGN.
Desde já agradeço muito. Mônica


Olá Mônica,

A NGN é uma designação recente para rede integrada de transporte de serviços multi-media.
Conforme é de conhecimento, o contexto de prestação de serviços hoje é baseado em redes legadas e especializadas, onde redes distintas de telefonia e dados prestam os respectivos serviços.
Historicamente, o ATM como a primeira solução surgiu de suporte aos serviços multi-media, no ínício dos anos 80, projeto Prelude no CNET, e as primeiras recomendações no ITU-T surgiram no início dos anos 90, por se tratar de uma rede não especializada, onde estabeleceu que o ATM seria a tecnologia de suporte aos serviços convergentes (voz+dados) de faixa-larga.
Coincidentemente, a Internet comercial iniciou (1994/1995) juntamente com as primeiras souluções do ATM, em face a ausência de massa crítica para serviços de dados de alta-velocidade na época (time-to-market), crescimento vertiginoso da rede IP, consumo de banda no ATM em torno de 10%, e, é claro, pressão de muitos fornecedores de solução IP, o ATM teve um rápido ciclo de vida tecnologico, identificado hoje como uma tecnologia ultrapassada, apesar de ser mais recente que o IP.
Em meados dos anos 90, surgiu uma solução alternativa ao MPOA (Multi-Protocol over ATM) para acomodar serviços IP (L3) em redes ATM (L2): o IPSwitching proposto pela IPSILON comprada pela NOKIA.
Esta seria a introdução de uma filosofia de soluções (passando pelo TAG-Switching da Cisco, VNN da Ascend) que mais tarde se consolidou como MPLS (Multi-Protocol Label Switching).
O MPLS define uma arquitetura e framework para implementação de suporte de serviços IP (L3) em redes de L2 (camada 2), como ATM, Frame-Relay, Gigabit Ethernet, ótico (GMPLS).
 
Um outro problema é a mobilidade. Com o grande apelo das comunicações móveis, e as redes de transporte serem originariamente concebidas para rede fixa, algumas adaptações estão sendo realizadas para adequação de endereçamento e mobilidade. Existem duas grandes propostas para mobilidade:
- uma é o Mobile-IP e a outra é
-  o SIP.

Também existem alguns estudos para adequação do MPLS.
As soluções, e como a topologia da rede deve evoluir, dependerão do mix de serviços (portifólio) existente e o contexto de investimento em sua rede.
Por exemplo, suponha que uma rede tenha evoluído de serviços de dados baseados em L2, leased lines, assim tipicamente esta rede se caracteriza por um grande número de nós ATMs e FRs.
Para suporte de serviços IP (L3), um dos caminhos é a implementação de MPLS.
Para o caso de ser uma rede IP (L3) - núcleo, e deseja-se o suporte a serviços L2, existem soluções que suportam L2 em L3 baseadas no draft de Martini-Kompella.
No texto em anexo, apesar de ter escrito em 2002, ainda está bastante atual, e explora um pouco este tema, e outros, com algumas indicações de texto.

BTW, tentando responder a sua primeira pergunta, não há necessidade de mudança da rede física, desde que esta rede suporte os requisitos de serviço para a NGN, que tipicamente são de taxa de transferência de informação elevadas (bps), com qualidade de serviço compatível.
Por exemplo, para as redes de comunicações móveis, para suporte de serviços convergentes, denominadas de 3G, o ITU-T estabeleceu alguns critérios de implementação através do IMT2000, onde o aumento da taxa na interface física era imperativo e determinante.
Porém, não houve mudança substancial na camada física da rede núcleo, ou seja, no seu paradigma, apenas aumento de velocidade compatível com a tecnologia disponível. Entretanto, para as camadas superiores houve a necessidade de alguma modificação, principalmente para o ganho da sinergia de serviços convergentes suportados por uma rede única.
Por exemplo, o R99 do 3GPP/UMTS, a rede núcleo era exatamente como a rede GSM/GPRS são hoje, redes legadas e segregadas.
Porém, os releases subseqüentes do 3GPP, R4 e R5, já introduziram voz sobre pacote (R4 sobre ATM, e R5 sobre IP e IMS).

Resumindo, a análise de migração de sua rede dependerá: da análise base de clientes/serviços, ciclo de vida de seu portfólio, análise de custo de sua rede (implementação de nova tecnologia, alugar ou implantar).
Ou seja, um bom business plan, lembrando que o cliente não percebe a diferença entre voz sobre TDM, FR, ATM, IP, MPLS etc, e com certeza, voz ainda é a grande vaca leiteira (cash cow) de qualquer empresa.

Espero que tenha ajudado,
Alberto Boaventura


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