FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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Agosto 2008 Índice Geral
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Original Message -----
From: Flávia Lefèvre Guimarães
To: ...
Sent: Thursday, August 07, 2008 10:07 AM
Subject: Alice Ramos, Mendes Thames e a atuação ilegal do
governo
Prezados
Enviei o comentário a respeito do
brilhante artigo da Alice Ramos e o
pronunciamento do Dep. Fed. Mendes Thame, pois ambos
expressam o consenso dos diversos segmentos da sociedade -
consumidores, potenciais competidores, trabalhadores, setor
importante da classe política.
O perigo de tudo isso é que a grande imprensa tem tratado o
assunto como se o relevante fosse o desacordo entre as
empresas e entre elas e a ANATEL.
Ninguém teve, até agora, a coragem que transborda do artigo
da Alice, de responsabilizar o governo pela forma ilegal
como tem conduzido o processo de revisão do modelo:
- Deixando o interesse privado pautar a dinâmica do processo
de alteração do marco regulatório, que, é consenso, precisa
mesmo ser revisto;
- Deixando de respeitar o art. 175, da Constituição Federal,
cujo parágrafo único dispõe:
"Art. 175: Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias
de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e
de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado".
Ora, as mudanças apresentadas pelo Governo estão alterando o
regime de prestação de serviços, o caráter do contrato e a
política tarifária, uma vez que está transformando as
empresas que, hoje, só podem prestar o serviço prestado em
regime público em suas áreas de concessão, para empresas
multiserviço.
Essa mudança implica na alteração de outro aspecto da Lei
Geral, que é a proibição de subsídio entre as modalidades de
serviço.
Sendo assim, toda essa alteração só poderia ser feita por
lei e não por Decreto, como está pretendendo o Governo.
É pena que a grande imprensa esteja ignorando toda a
sociedade e fechando o foco na discussão a respeito da
separação ou não dos STFC e SCM em empresas distintas e na
briguinha entre concessionárias - as afiliadas da ABRAFIX e
a Embratel - a respeito da desagregação.
Quem tem de discutir a desagregação é o órgão regulador e o
Governo, com o foco exclusivo no interesse público. Até
porque as redes são bens públicos e não podem mais ficar à
disposição exclusiva do interesse de grandes grupos
econômicos privados.
Vamos seguindo na luta e aguardando que o Ministério Público
Federal se sensibilize e assuma alguma postura contudente e
adequada ao terço de ilegalidades praticadas.
Abraço.
Flávia