FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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Agosto 2008 Índice Geral
----- Original Message -----
From: Flávia Lefèvre Guimarães
Sent: Wednesday, August 13, 2008
12:04 PM
Subject: IRRESPONSABILIDADE, CONVERGÊNCIA, PODER, SEXO E
ROCK'N ROLL
Bom dia!
A notícia publicada pela Folha de São Paulo reflete bem os
riscos aos quais estaremos sujeitos daqui para frente.
E isso pela forma ilegal como a alteração da política de
telecomunicações vem sendo encaminhada pelo Governo e ANATEL.
Enfiaram dentro do contrato de concessão do STFC - único
serviço prestado em regime público - os custos para a
implantação da rede para suporte do serviço de comunicação
de dados - as NGNs (Next Generation Network), com base no
Decreto 6.424/2008, cuja legalidade já está sendo
questionada na Justiça, por conta da ação civil pública
movida pela Pro Teste - Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor.
As redes que serão construídas ficaram para fora da lista de
bens reversíveis, pela manobra torpe e gravemente ilegal de
retirada da cláusula 3ª dos aditivos aos contratos do STFC,
firmados em abril deste ano, para materializar a alteração
do Plano Geral de Metas de Universalização - PGMU.
O serviço de comunicação de dados - denominado pela ANATEL
de SCM - Serviço de Comunicação Multimídia é prestado em
regime privado e, para ser prestado, utilizará as redes NGN
construídas com os recursos provenientes da tarifa de
assinatura básica e FUST.
Ou seja: às concessionárias o melhor dos mundos - receitas
PÚBLICAS garantidas para investimentos em bens e serviços
prestados em regime PRIVADO.
Repito o que tenho dito desde o início do processo de
alteração do PGMU. Se o Governo entende que o serviço de
comunicação de dados é de interesse coletivo (art. 62, LGT),
essencial e estratégico e merece ser expandido com recursos
públicos, deve incluir esse serviço no rol dos serviços
prestados em regime público, nos termos do parágrafo 1° do
art. 65 da LGT:
"§ 1º Não serão deixadas à exploração apenas em regime
privado as modalidades de serviço de interesse coletivo que,
sendo essenciais, estejam sujeitas a deveres de
universalização".
E lembro mais, uma nova política de telecomunicações, como
vem alardeando o Governo e a ANATEL deve ser feita por meio
de lei e não por Decreto, nos termos do art. 175, da
Constituição Federal.
O resultado dessa lambança já começou e vem muito mais pela
frente, com a convergência (plagiando um amigo da defesa do
consumidor - convergência de problemas).
As concessionárias prestam serviço de comunicação de dados
de forma ilegal (art. 86, LGT), sem obrigações de
investimento e sem fiscalização e os efeitos dessa liberdade
é a predominância que têm no mercado, sem nenhuma restrição.
Entrem nos sites (terra, por exemplos) das nossas
concessionárias e se divirtam nos sites que fazem propaganda
de sexo, em salas de bate-papo, sem nenhuma restrição.
Nossos filhos podem, agora, de seus computadores, estar em
plena conversa com qualquer um que queira vender sexo.
Comecem por esse link e vejam como é fácil
http://chat.terra.com.br/sexo.htm
O mercado já se consolidou - a BrOi e empresas de TV e
conteúdo que o digam, mas a ANATEL está pensando em
regulamentar o serviço de banda larga, como disse o
Conselheiro Bedran, conforme matéria publicada pela Teletime.
Isso sem contar o prejuízo ao erário público que toda essa
operação está causando, que envolve muitos BILHÕES.
Esperamos que as autoridades competentes atuem com a mesma
agilidade e efetividade que os poderosos tem agido.
Abraços.
Flávia
Ver abaixo as transcrições:
Fonte: Folha de S.Paulo
[13/08/08]
Pane da internet expõe fragilidades por Guilherme Barros
Fonte: Teletime News / TI Inside
[11/08/08]
Bedran diz que há estudos sobre regulamentação para Internet
por Samuel Possebon
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Fonte: Folha de S.Paulo
[13/08/08]
Pane da internet expõe fragilidades por Guilherme Barros
A pane da Telefônica, que tirou do ar centenas de empresas e
residências no mês passado, trouxe à tona a fragilidade dos
projetos de continuidade, chamados de "plano B", que têm o
papel de manter as empresas em funcionamento,
independentemente da natureza dos problemas apresentados.
Uma pesquisa inédita realizada pela Daryus Strategic Risk
Consulting revela que nem mesmo as operadoras de telefonia
possuem planos efetivos de continuidade.
A Daryus é uma companhia especializada em gestão de riscos
que atende algumas das maiores corporações do país. O
levantamento, realizado com 112 das 500 maiores corporações,
indica que apenas um terço possui um projeto eficiente para
evitar catástrofes ou falhas de comunicação.
Durante a pane da Telefônica, órgãos públicos, bancos,
administradoras de cartões, entre milhares de companhias,
tiveram suas atividades comprometidas. Muitas ficaram com
sua rede de dados inoperante fazendo com que até suas vendas
ficassem comprometidas por causa do problema.
"Em situações como essa, os setores financeiro e de serviços
são os que registram maiores perdas logo nas primeiras
horas", afirma Jeferson D'Addario, diretor-geral da Daryus.
"Caso elas persistam por mais de 24 horas, os prejuízos
financeiros diminuem, mas aí ocorre um dano de imagem."
Os números dão idéia dos prejuízos que as grandes empresas
podem ter sofrido com o "apagão" da Telefônica, que durou 36
horas. Na primeira hora, as empresas afirmam que panes como
a interrupção dos canais de comunicação afetam 25% de seus
processos (atividades como recebimento de pedidos de
clientes ou autorização para serviços de assistência
técnica, por exemplo), provocando perdas de até R$ 500 mil.
Com interrupções de até 24 horas no fornecimento de serviços
essenciais, como a transmissão de dados, acesso à internet
ou telefonia, pelo menos 18% dos processos seriam
comprometidos, causando perdas superiores a R$ 100 milhões
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Fonte: Teletime News / TI Inside
[11/08/08]
Bedran diz que há estudos sobre regulamentação para Internet
por Samuel Possebon
Durante o debate de abertura da ABTA 2008, evento de TV por
assinatura que começou nesta segunda, dia 11, em São Paulo,
o conselheiro da Anatel Antônio Bedran tocou em um tema
extremamente polêmico para empresas de telecomunicações: a
possibilidade de estabelecer um serviço público inerente à
oferta de banda larga. "Essa discussão, de certa forma, foi
colocada quando houve a consulta pública do Serviço de
Comunicações Digitais (SCD). Estamos discutindo sim a
Internet como serviço público, mas não algo no lugar do
STFC. É uma ação conjunta com o Executivo, para melhorar a
oferta de banda larga". Ele disse que é um assunto ainda no
começo e que passa necessariamente pelo governo. "A
possibilidade de criar novos serviços públicos foi dada ao
presidente da República pela Lei Geral de Telecomunicações",
disse.
A colocação foi motivada por conta de uma pergunta sobre
como a agência observava o que se passou com a rede de dados
da Telefônica, que após uma pane ficou 36 horas fora do ar.
Vale lembrar que no início do ano o conselheiro Antônio
Bedran já havia se manifestado sobre a possibilidade de uma
revisão das regras do serviço de comunicação multimídia
(SCM), que hoje disciplina a maior parte da oferta de
serviços de Internet.