FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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Dezembro 2008 Índice Geral
04/12/08
• Satiagraha e BeOI
----- Original Message -------------------------------
Fonte: Blog
de Flávia Lefèvre
[05/11/08]
Votação do PGO na Anatel- Voto divergente de Flávia Lefèvre
Guimarães, Representante das Entidades Representativas dos
Usuários
Transcrição das
"Notas de rodapé" (4)
e (5):
(4) Oi
pressiona governo para autorizar a ‘supertele’
Sem alarde, o empresário Carlos Jereissati (La Fonte) e o executivo Otávio
Azevedo, lugar tenente de Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez), desembarcaram em
Brasília nesta quinta-feira (8). Estavam acompanhados de Luiz Eduardo Falco,
presidente da telefônica Oi (antiga Telemar).
A trinca reuniu-se reservadamente com o ministro Hélio Costa (Comunicações).
Foram pedir que o governo apresse a mudança da norma legal que impede a
efetivação de um negócio de mais de R$ 12,3 bilhões: a compra da Brasil Telecom
pela Oi.
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2008-05-04_2008-05-10.html
Sobre a venda da Brasil Telecom
Relatório 02/08 – STG:
Áudios\21 8128 8143 13mar2008 10h14m32s Guilherme e Luiz Eduardo.way
Em 13/03/2008, às 10:14:32 – HUMBERTO (“ALBERTO”/”GUGA”) x LUIZ EDUARDO
(“GOMES”) – REUNIÃO – HUMBERTO diz que “ fomos convocados ontem” com o
comprador, com meu amigo daqui, era 3ª. reunião, com pessoal daqui e o pessoal
de fora, dando 48 horas. A conversa foi extraordinária, eles falaram que está
tudo bem. A conversa não pode passar deste prazo, 48 horas daria na sexta-feira
a noite. Reunião para segunda-feira, todos, caso já tiver acertado, fecha tudo
na segunda-feira. LUIZ EDUARDO diz que tentou conversar com minha amiga
(possivelmente a Ministra Dilma) recebeu “um não”, ela disse que “GOMES” que têm
que se entender entre eles. Marquei com outra pessoa somente dia 24, meu limite
se estabeleceu. Estarei com ELA (Ministra Dilma), 17:00 em Brasília, que teria
mandado o recado: diga ao “GOMES” que eu não quero falar sobre este assunto, que
o GOVERNO já se meteu demais sobre este assunto. Esse assunto é para morrer
mesmo. Com a turma do Rio tem sabotagem, manipulação de imprensa. No primeiro
“americano” tem sabotagem, no rapaz que ganha muito, veio para cá. E na nossa
opinião vai fechar. LUIZ EDUARDO diz que tem uma coisa preocupante, se não sair
ficará no nosso colo. HUMBERTO diz que para isolar o DANIEL DANTAS da imprensa.
HUMBERTO tentou conversar ontem com ELA (possivelmente Ministra Dilma), em uma
solenidade com a presença do Presidente. Ela não foi, o secretário diz que ela
disse que já se meteu demais, somente dia 24.
Análise: Trata-se de diálogo entre HUMBERTO e LUIZ EDUARDO. Sempre se apresentam
nos diálogos como se fossem respectivamente “ALBERTO ou GUIGA” e GOMES”. Tanto
no diálogo entre si como nos diálogos com DANIEL VALENTE DANTAS. HUMBERTO seria
HUMBERTI BRAZ, que atua como lobista, e seria o responsável pelo comando de
trabalhos de espionagem empresarial realizada pelo Grupo Opportunity. LUIZ
EDUARDO RODRIGUES GREENHALGH, ex-deputado federal com muitos contatos dentro do
Governo Federal e diretamente ligado a JOSÉ DIRCEU. HUMBERTO e LUIZ EDUARDO
tratam no diálogo cifrado sobre possível acordo que está sendo firmado entre
CITIBANK e GRUPO OPPORTUNITY. Com a criação de uma “Supertele” com a fusão das
operadoras Oi-Telemar, Telemig, BrasilTelecom e Amazônia Celular, possivelmente
com a autorização da Presidência (via decreto, já que a fusão atualmente é
ilegal) e recursos do BNDS, daí a necessidade de reunião com a Ministra Dilma
Russef (o que pode caracterizar tráfico de influência).
Áudios\61 9288 2878 27mar2008 20h36m12s DANIEL DANTAS e GUILHERME.way
Em 27/3/08, às 30:38:12, DANIEL V. DANTAS diz para GUILHERME que acabou..., que
fecharam o acordo.
Áudios\61 9288 2878 27mar2008 21h12m31s Guilherme e Heráclito Fortes.way
Em 27/3/08, 21:12:31. GUILHERME fala com “SENADOR HERÁCLITO FORTES” dizendo que
foi tudo resolvido e que todas as pendências foram resolvidas, agradecendo a
grande ajuda do “Senador”.
(5) Parte
do relatório do Satiagraha:
A partir de dados obtidos no HD, bem como nas interceptações
telefônica e telemática, foi possível vislumbrar a
ocorrência de desvio de recursos, especialmente através de
práticas de manipulação dos resultados contábeis das
empresas do grupo, da aprovação e pagamentos de despesas de
uma empresa por outra, de contatos simulados de mútuos
firmados entre as diversas empresas financeiras e não
financeiras do grupo e de AFACS (adiantamentos para futuro
aumento de capital) com a utilização de manobras contábeis
ardilosas e complexas operações societárias objetivando
esconder ativos desviados. Além disso, verificamos ainda, a
realização de investimentos com uso de informações
privilegiadas, principalmente nas operações relacionadas à
aquisição de ações da Brasil Telecom.
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Fonte: Teletime
[03/12/08]
De
Sanctis lembra exemplo de sentença internacional contra
Dantas por Samuel Possebon
A sentença do juiz federal Fausto De Sanctis que condenou
Daniel Dantas a 10 anos de prisão por corrupção diz
textualmente que ele usa métodos não-usuais nas disputas
empresariais em que se envolve. Para reforçar sua
argumentação, De Sanctis traz uma referência importante: a
citação de uma sentença proferida pela Justiça de Cayman,
especificamente pelo Juiz Burton Kellock em meados de 2002,
em ação que envolvia o CVC Opportunity Equity Partners Ltd e
Luis Roberto Demarco, ex-sócio de Daniel Dantas. Este CVC
envolvido nesta ação era o administrador do fundo CVC
Opportunity Equity Partners LP (CVC Internacional), fundo
também baseado em Cayman, gerido pelo Opportunity e por meio
do qual o Citibank fazia seus investimentos no Brasil,
especialmente nas empresas de telecomunicações Brasil
Telecom, Telemig Celular, Telemar e Amazônia Celular.
A sentença de Kellock transcrita por De Sanctis diz que
Dantas e o Opportunity "criaram documentos falsos" e que as
provas produzidas eram "criadas e falsificadas". Esta
decisão de Kellock foi relatada por TELETIME News à época.
Mais recentemente, em 2006, a mais alta corte britânica, o
Privy Council ratificou esta decisão do juiz Kellock.
TELETIME News, mais uma vez, noticiou o fato, por se tratar
de empresa que estava relacionada à cadeia de controle da
Brasil Telecom.
TELETIME ainda procurou saber, junto à CVM, quais seriam as
implicações de tal fato no Brasil, e encaminhou uma série de
perguntas ao então presidente da autarquia, Marcelo
Trindade. As perguntas ficaram mais de duas semanas sem
resposta, o que levou TELETIME News a optar por publicar as
perguntas. Trindade alegou que com a publicação das
questões, não iria mais respondê-las. Dois dias depois,
Daniel Dantas entrou com mais uma ação contra a editora e
seus jornalistas, alegando supostos danos morais pela
publicação da notícia. A ação foi vencida por TELETIME em
primeira e em segunda instância.
TELETIME News lembra que esta citação a um juiz estrangeiro
trazida por De Sanctis na sentença de condenação não é a
única passagem desconfortável para Dantas em disputas
internacionais. Confira, a seguir, uma coletânea de outras
passagens proferidas em momentos diferentes e em diferentes
instâncias e países:
1) Juiz Henry Graham, da Grande Corte de Cayman, em processo
movido pela TIW, em 2001: "São inúmeras as alegações de
perjúrio, falsificações, difamação e espionagem doméstica.
Um documento foi obtido pelo Dantas (...). Neguei-me a
expedir essa ordem por descobrir que o documento havia sido
roubado pelos representantes de Dantas. (...) A questão
crucial é se ocorreu fraude ou falsificação. Neste caso,
descobri que o comportamento do Opportunity e de seus
representantes foi desonesto e que o documento foi obtido
dessa maneira. (...).Descobri tratar-se de um documento
confidencial obtidos por meios desonestos pela Opportunity."
2) Chief Justice Anthony Smellie, da Grande Corte de Cayman,
em processo movido pela TIW contra Daniel Dantas, em 2002:
"Requer-se que ele (Dantas), dentro de 10 dias a partir da
aprovação de uma minuta por este Tribunal, escreva uma carta
para as autoridades brasileiras (...). A intenção será a de
explicar às autoridades brasileiras que este Tribunal
conclui que o documento TIW é um documento confidencial que
foi roubado do Sr. Demarco"
3) Juiz Burton Kellock, da Grande Corte de Cayman, em ação
do Opportunity contra o ex-sócio Luis Roberto Demarco,
início de 2002: "A incapacidade tanto de Dantas ou de sua
irmã de proverem explicações coerentes sobre como isso
deveria funcionar contribuiu com minha conclusão que o
contrato verbal sobre o qual eles se baseiam nunca foi
feito. Isso também me levou a concluir que as evidências
trazidas por Dantas e sua irmã eram manufaturadas ou falsas"
4) Daniel Dantas, em declaração assinada de próprio punho,
se retratando ao Ministério Público do Rio de Janeiro, no
dia 14 de março de 2002: "A Grande Corte das Ilhas Cayman
ordenou-me que escrevesse para os senhores para explicar que
a Corte concluiu que o documento da TIW era um documento
confidencial furtado do Sr. Demarco, e que evidencia em seu
conteúdo nada além de um acordo para compartilhamento dos
serviços de advogado (...)".
5) Juiz Lewis Kaplan, Justiça de Nova York, em ação do
Citibank contra o Opportunity, em 17 de março de 2005: "Isso
cheira roubo. O que vejo é que seu cliente quer uma
compensação para sair quieto do negócio. Não há defesa
aqui".
6) Juiz Lewis Kaplan, Justiça de Nova York, em 30 de setembro
de 2005: "Os registros mostram claramente que o Sr. Dantas
tem resistido à sua remoção da posição de controle na Brasil Telecom (...) com o mesmo fanatismo que as tropas
norte-americanas enfrentaram na marcha pelo Pacífico durante
quatro anos. Ele (Dantas) tem tirado vantagens de todas as
maneiras possíveis imagináveis pela mente humana, sejam elas
legais ou não. (...) Ele tem se engajado continuamente em um
comportamento obstrutivo que, em minha visão, constitui
manifestação bruta de abuso de seus deveres fiduciários.
(...) Tenho poucas dúvidas de que ele tenha agido em um
instinto de auto-preservação e com uma completa falta de boa
fé ao longo desse processo".
7) Juiz Lewis Kaplan, Justiça de Nova York, 10 de dezembro
de 2007 : "A moção do Banco Opportunity S/A para obrigar a
produção dos documentos está negada. Os pedidos em questão
são, no mínimo, excessivamente amplos. E parecem quase que
totalmente desenhados para obter evidências para outras
disputas, no Brasil, tendo relação apenas tangencial, se
muito, com esta disputa".
Ressalte-se que a ação em Nova York era movida pelo Citibank,
que desistiu da ação após um acordo com Daniel Dantas para
viabilizar a negociação da venda do controle da Brasil
Telecom para a Oi. Em Cayman, as ações que envolviam o
ex-sócio Luis Roberto Demarco foram todas vencidas por
Demarco. A Brasil Telecom chegou a acionar a Justiça de
Cayman contra o Opportunity Fund, mas a ação também foi
encerrada no acordo judicial.