FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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Julho 2009 Índice Geral
19/07/09
• A Anatel, a Telefonica, o BNDES e os princípios da publicidade e eficiência
E nem o BNDES deveria
cair, pois, afinal, o dinheiro que empresta deveria
estar à serviço do interesse público e não do
interesse do Grupo Telefonica. O BNDES deve nos
demonstrar que tem controle sobre a destinação dos
recursos que libera.
A Associação dos Engenheiros de Telecomunicações tem
dito que São Paulo não merece a Telefonica. É verdade.
Vale a transcrição de parte de uma mensagem do Eng.
Ruy Botesi - da AET, a respeito do assunto:
1. Nível de Investimento:
A Telefonica informou que em 2008 investiu R$ 2
bilhões, sendo R$ 500 milhões destinados para a rede
de dados. Este ano (2009) na rede de dados a
Telefonica estará investindo R$ 750 milhões, ou seja,
aumento de 34% de um ano para outro, conforme citado
na Folha de São Paulo de 28/06/2009. O orçamento de
investimento da Telefonica para o Brasil em 2009 é de
R$ 2,4 bilhões (Estadão e DCI 08/07/2009). No nosso
entendimento, esses pronunciamentos por parte do
Presidente da Telefonica são meramente especulativos,
com números arbitrários, uma vez que não estamos
conseguindo identificar junto aos fornecedores e
prestadores de serviços os gastos com contratações.
Considerando que essa empresa é uma concessionária de
serviços públicos, a mesma deveria ter obrigação de
abrir seus contratos para a sociedade, como forma de
justificar e comprovar os níveis de investimentos
anunciados ano a ano.
2. Imposto Estadual (ICMS):
Estamos recebendo denúncias de que a Telefonica não
está cumprindo (em dia) com suas
obrigações tributárias, principalmente em relação ao
recolhimento do imposto ICMS. Dessa forma, entendemos
que antes de providenciar a remessa de lucros para a
sua matriz na Espanha, a Telefonica deveria quitar
(colocar em dia) todas as obrigações tributárias
pendentes no Brasil, não deixando de fazer isso a
posteriori. A denúncia refere-se à obrigação de
recolhimento efetivo do imposto ICMS devido em anos
passados (em montante superior a R$ 500 milhões). Em
nosso entendimento a transparência neste caso deveria
ser recíproca, tanto da Telefonica, como do Governo do
Estado de São Paulo".
Preocupante, não é?
Mas se São Paulo não merece a Telefonica, o Brasil não
merece a ANATEL funcionando do jeito que está. A
agência tem responsabilidade direta no cenário que
temos enfrentado, pois, criminosamente, depois de onze
anos de privatização, resiste em implementar o modelo
de custos e não fiscaliza, como deveria, o precioso
bem público - a infraestrutura de telecomunicações do
país. A rede de comunicação de dados das
concessionárias é bem público - é backhaul. Essa
discussão não pode ser negligenciada. O que a
Telefonica está fazendo com o patrimônio da nossa
antiga Telesp?
Vejam que não é só a Telefonica que vem apresentando
problemas.
Matéria
publicada no último dia 17 de julho no O Estado de São
Paulo, assinada por Gerusa Marques, dá conta que a
segurança na prestação do serviço em todo o país está
em risco. E a ANATEL é muito responsável por isso,
especialmente por sua omissão imoral, que leva a
ineficiência, contrariando garantias constitucionais
(art. 37 e art. 175, da Constituição Federal)
Na matéria encontramos o seguinte:
"O alerta para o risco de uma
falha sistêmica, envolvendo a infraestrutura de outras
empresas de telefonia fixa, celular e de internet em
alta velocidade, vem de setores da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel).
"O problema não é só do Speedy", diz uma fonte
graduada do órgão regulador. Levantamento obtido pelo
Estado mostra que, nos primeiros sete dias de julho,
houve pelo menos cinco falhas (ver quadro) nas redes
da Oi, Vivo e TIM. São problemas nos serviços de
telefonia fixa, banda larga e telefonia celular,
provocados por rompimentos de cabos de fibra ótica,
queda de enlaces e falhas na conexão de roteadores,
por exemplo. Também há situações mais comuns, como
velocidade de conexão à internet abaixo da contratada
e problemas para completar ligações telefônicas.
O aumento da frequência de "pequenas panes", segundo a
mesma fonte, é atribuído à falta de manutenção nos
equipamentos e a investimentos insuficientes para a
expansão das redes. Apesar do diagnóstico, a Anatel,
responsável pela fiscalização das empresas, estaria
com a sua atuação limitada por não dispor de
instrumentos atualizados para checar a qualidade da
prestação dos serviços.
A Agência, como admite fonte do setor, não concluiu os
estudos para elaboração de modelos de regulação
econômica que lhe permitam exigir das empresas o
cumprimento de planos estratégicos de atendimento da
demanda e de modernização das redes. "A Anatel faz
padrão de qualidade com base em uma norma da época da
Telebrás", diz a fonte.
O ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros
considera que a Anatel está "super atrasada" na
elaboração do modelo de custos, iniciada em 2005, que
ofereceria um detalhamento contábil para identificar
quanto é gasto em cada setor das empresas e a receita
obtida com cada serviço.
"Não adianta só fiscalização física, o modelo de
custos é fundamental para ver o que de fato está
ocorrendo", disse.
Diante das circunstâncias, vou continuar batendo na
tecla no art. 65, da Lei Geral de Telecomunicações,
estabelecendo que não serão deixados à exploração
exclusivamente no regime privado os serviços
essenciais, como é o caso da comunicação de dados.
Vou continuar batendo na tecla do que está disposto no
Decreto 4.733/2003, que obriga a ANATEL a adotar
medidas para regular o compartilhamento da rede e
ampliar a concorrência e a implantar o modelo de
custos, desde 2006 e até hoje não se fez nada.
E, ainda, continuar a perguntar: por que o Governo,
que adora alardear que a banda larga é tão importante
para seus programas de inclusão digital, não cumpre a
lei?
Risco sistêmico? Falta de concorrência? Preços
extorsivos? Falta de acesso aos serviços essenciais?
Depois de onze anos da privatização? Quem merece?
Abaixo estão transcritas estas duas matérias citadas:
Fonte: Teletime
[17/07/09]
Telefônica diz ter
concluído ajustes e quer retomar vendas do Speedy
- Da Redação
Fonte: Estadão
[17/07/09] Panes
nos serviços das teles vão muito além do Speedy
por Gerusa Marques
Abraço a todos.
Flávia Lefèvre Guimarães
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