FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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 Maio 2009               Índice Geral


29/05/09

• Flávia Lefèvre comenta a notícia: "Anatel prorroga por 21 dias consultas dos contratos, PGMU e PGMQ"

----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Cc: Flávia Lefèvre Guimarães
Sent: Friday, May 29, 2009 9:44 PM
Subject: Flávia Lefèvre comenta a notícia: "Anatel prorroga por 21 dias consultas dos contratos, PGMU e PGMQ"
 
----- Original Message -----
From: Flávia Lefèvre Guimarães
To: Helio Rosa
Sent: Friday, May 29, 2009 7:49 PM
Subject: Re: Msg de Flávia Lefèvre - Carta ao presidente da Anatel - Pedido de prorrogação de prazo de contribuição para as Consultas Públicas 11, 13 e 14
 
Oi, Helio e Grupos
 
Sobre a notícia transcrita mais abaixo - Anatel prorroga por 21 dias consultas dos contratos, PGMU e PGMQ - acho que podemos interpretar que a pressão feita pelas entidades de defesa do consumidor e pelo Conselho Consultivo da Agência de alguma forma incomoda a ANATEL.
 
Porém, não o suficiente para fazer com que ela realmente mude sua rota de trajetória e se volte para o comprometimento com o interesse público, com a transparência e com os princípios democráticos. É só para inglês ver.
 
Adiaram os prazos por mais 21 dias para "cumprir tabela", para tentar calar a boca do povo. Se realmente a ANATEL estivesse comprometida com a importância do processo de consulta pública, teria prorrogado por mais, pelo menos, 60 dias as consultas sobre a revisão dos contratos do STFC e sobre o PGMQ.
 
Quero lembrar que a ANATEL, pelo contrato de concessão, deveria ter publicado a consulta pública relativa aos contratos de concessão em até 31 de dezembro de 2008. Mas para ela mesma ela deu 90 dias, pois alterou o contrato e prorrogou o prazo para 31 de março de 2009.
 
Entretanto, para nós sociedade, com dificuldades de obtenção de documentação e informações técnicas a respeito das concessionárias, 80 dias devem ser suficientes para nos manifestarmos sobre 3 propostas de norma.
 
Aliás, não sei por que a ANATEL demorou tanto para apresentar o contrato, pois apresentou pouquíssimas propostas de mudança, sendo que a metade diz respeito a adequações gramaticais e renumeração de cláusulas. É incrível!!! 11 anos de privatização, milhares de mudanças, convergência, backhaul etc.... e o contrato é o mesmo, desde julho de 1998.
 
Pasme!!! A cláusula 25.2 continua a mesma. Nem isso eles mudaram!!! É ou não é uma vergonha???
 
"Cláusula 25.2.
Cláusula 25.2.  A partir de 1º de janeiro de 2008, serão adotados valores para a Tarifa de Uso da Rede Local (TU-RL) que considerem modelo de custo de longo prazo, estabelecido nos termos da regulamentação e do disposto na cláusula 13.1.
 
§ 1º Os valores máximos das Tarifas de Uso da Rede Local (TU-RL) estarão limitados ao produto do multiplicador M pelas tarifas de utilização do serviço local, observada a modulação horária e demais condições fixadas no Anexo n.º 03 deste Contrato e na regulamentação, sendo que:
 
I -  de 1º de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2006, M será igual a 0,5 (zero vírgula cinco); e
 
II -  de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2007, M será igual a 0,4 (zero vírgula quatro).
 
Cadê o modelo de custos que a ANATEL  não faz e já deveria estar em vigor desde janeiro de 2006, data da entrada em vigor dos contratos de concessão prorrogados, como determina o Decreto 4.733/2003? Faz 6 anos que a ANATEL sabe que tem de fazer o modelo de custos e não faz nada. Recebe montanha de informações das concessionárias e sabe-se lá o que faz  com a montanha de papel que recebe ...
 
Quanto ao novo PGMRU - Plano Geral de Metas de Retrocesso na Universalização - o primeiro PGMU estabeleceu 7,5 TUPs por 1000 hab, o segundo, 6,0 por 1000 hab e este último em consulta pública, 4,5 por 1000 hab.
 
Não é incrível? Um plano de metas de universalização que diminui os telefones ao invés de aumentar?
 
E, pior, que está estabelecido sobre premissas absolutamente inconsistentes, pois não há NENHUM estudo econômico (pelo menos não mostraram nem para os consumidores e nem para as empresas) avaliando qual o benefício que as empresas terão com a diminuição de TUPs, quanto passarão a ganhar com a exploração do backhaul.
 
E o que dizer da cláusula 22.1 que trata dos bens reversíveis? A ANATEL deixou claro que só será reversível o que for essencial para o STFC, mesmo que for construído com recursos públicos, no contexto de cumprimento de metas de universalização. Ou seja, leia-se backhaul, que será implantado com recursos da tarifa do STFC e FUST; mas como pouco dele será utilizado para a telefonia fixa, o restante passará a ser integrado ao patrimônio das concessionárias, como declarou com todas as letras o Presidente da OI (disse que só 1% do backhaul vai ser utilizado pelo STFC) e o Renato Guerreiro. Vejam a proposta de alteração da cláusula, que, pela minha análise configura grave improbidade administrativa:
 
Cláusula 22.1.
Cláusula 22.1.  Integram o acervo da presente concessão, sendo a ela vinculados, todos os bens pertencentes ao patrimônio da Concessionária, bem como de sua controladora, controlada, coligada ou de terceiros, e que sejam indispensáveis à prestação do serviço ora concedido, especialmente aqueles qualificados como tal no Anexo 01 - Qualificação dos Bens Reversíveis da Prestação do Serviço Telefônico Fixo Comutado Local.
 
§ 1º  Integram também o acervo dos bens vinculados à concessão as autorizações de uso do espectro de radiofreqüências que lhe sejam outorgadas e, quando couber, o direito de uso de posições orbitais, observado o disposto nos art. 48 e 161 da Lei n.º 9.472, de 1997, e ainda o constante da cláusula 4.1 do presente Contrato.
 
Proposta de Inclusão:
§ 2° Integram também o acervo dos bens vinculados à concessão as atividades e processos necessários à prestação do STFC em regime público, objetivando a preservação da continuidade do serviço, levando em consideração a essencialidade desses itens e as constantes mudanças tecnológicas inerentes a sua prestação.
 
Nossa esperança fica mesmo com o Ministério Público, que ainda conta com figuras como o Dr. Duciran Van Marsen Farena, claramente comprometido com o interesse público, com os princípios da universalização, com o fim das desigualdades sociais e defensor do patrimônio público, da transparência e da moralidade administrativa.
 
Para a ANATEL, o cumprimento da tabela é o suficiente .... Discutir com a sociedade dá muito trabalho e esse povinho não entende nada. O grande negócio da ANATEL é garantir o equilíbrio do contrato em favor das concessionárias.
 
Uma frase dita por um superintendente da ANATEL na audiência pública em São Paulo expressa bem o funcionamento da autarquia: O papel da ANATEL é garantir a infraestrutura; a garantia de acesso ao serviço não está na alçada da agência.
 
Aproveito a oportunidade para enviar na proxima mensagem uma carta que recebi do Eng. Ruy Bottesi, que trabalhou por 20 anos na Telesp e, assim como eu, assiste atônito à atuação da ANATEL e ao silêncio de outros agentes que, apesar de terem poder, não o exercem em prejuízo imensurável para a sociedade brasileira. Acredito, mesmo, que a ANATEL chegou no limite!!! 
 
Lamentemos muito e... paguemos bastante pelo serviço e... aguentemos os apagões, call centers, cobranças abusivas... e agentes da ANATEL que saem direto das superintendências para trabalharem nas concessionárias e... sumiço de cláusulas que garantem patrimônio público... é melhor parar por aqui.
 
Abraço.
Flávia Lefèvre Guimarães
 
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Fonte: Teletime
[29/05/09]   Anatel prorroga por 21 dias consultas dos contratos, PGMU e PGMQ por Mariana Mazza
 
A sociedade terá mais 21 dias para encaminhar à Anatel sugestões sobre as propostas de contratos do STFC que vigorarão a partir de 2011 e dos novos planos de metas de universalização (PGMU) e de metas de qualidade (PGMQ) da telefonia fixa. A agência reguladora prorrogou, nesta sexta-feira, 29, as consultas públicas nº 11, 13 e 14 até o dia 22 de junho, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União. A nova data vale apenas para contribuições encaminhadas por meio eletrônico. Sugestões por carta, fax ou e-mail devem ser enviadas à agência até o dia 18 de junho.
 
As três consultas estavam previstas para terminar na segunda-feira, 1º de junho. A prorrogação do prazo ocorreu por conta de apelos da sociedade e de instâncias da própria Anatel para que houvesse mais tempo para análise dos documentos. De acordo com a portaria publicada hoje, a Anatel deu especial atenção ao requerimento encaminhado pelo Conselho Consultivo da agência no último dia 22. O documento pedia, no entanto, que o prazo fosse estendido em 30 dias, com um voto em separado do conselheiro José Zunga, presidente do Instituto Iost e representante da sociedade, solicitando a ampliação por 60 dias.
 
Além do pedido feito pelo Conselho Consultivo, provocado pelo conselheiro Roberto Pfeiffer, diretor-executivo do Procon/SP e representante dos usuários, a Anatel recebeu diversos apelos de associações do setor e entidades de defesa do consumidor para que as consultas fossem mantidas em aberto por mais tempo. A maioria desses pedidos sugeria um alongamento de, pelo menos, 30 dias no prazo.
 
A escolha pela prorrogação por somente 21 dias teria relação com as providências que a Anatel vem tomando para apaziguar o principal ponto de atrito entre agência, empresas e entidades de defesa do consumidor: a falta da apresentação de um estudo que comprove a existência de equilíbrio econômico e financeiro nas metas impostas no novo PGMU. Este noticiário apurou que a agência teria se comprometido com as concessionárias a apresentar os estudos tão logos as consultas sejam concluídas.
 
Na portaria publicada hoje, a agência reguladora justificou a decisão de alongar os prazos considerando que as propostas têm "grande relevância para o público geral, mostrando-se importante sua efetiva participação mediante a apresentação de contribuições e sugestões à Anatel". O Conselho Diretor também ponderou sobre os "ganhos socioeconômicos" e o "interesse público" da implementação dos novos planos de metas e da renovação contratual.
 

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