FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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 Outubro 2009               Índice Geral


15/10/09

• Helio Costa de costas para o interesse público

de Flávia Lefèvre <flavialefevre@yahoo.com.br>
data 15 de outubro de 2009 21:10
assunto Helio Costa de costas para o interesse público

Obs: As matérias citadas no texto estão transcritas mais abaixo

Curiosíssima a atitude do Ministro Hélio ao dar de Costas e se afastar da Casa Civil justamente no momento em que se discute um plano nacional de banda larga com pelo menos oito anos de atraso. [Convergência Digital: Banda Larga nacional: Contrariado, Minicom se afasta das discussões na Casa Civil]

Na verdade, de acordo com as atribuições legais do MINICOM e considerando as tendências mundiais de convergência, que já se faziam presentes desde antes da privatização, a iniciativa de propor um modelo para banda larga e a definição de regime para a utilização de redes e espectros, já deveria ter ocorrido há muitos anos.

O MINICOM deixou o vazio e o deserto se instaurarem e a sociedade ficar na secura - apagões nos acessos a internet, backhaul concentrado nas mãos das monopolistas e sem regras de compartilhamento, ausência de estímulos para que a desagregação e neutralidade das redes ocorram,bilhões do FUST dormindo em berço esplêndido, enquanto a telefonia fixa regride a passos largos  - para, então, quando representante do Ministério do Planejamento e Casa Civil resolveram agir, dar uma de prima dona e fazer o joguinho do "não brinco mais".

Vamos ser realistas! O silêncio de anos do MINICOM, incluindo o do Ministro Helio Costa, foi muito conveniente para as concessionárias e, certamente, para o PMDB .... E a ceninha de agora, fazendo "o ofendido", mas falando em nome das empresas que formam o oligopólio brasileiro das telecomunicações também é muito conveniente; para ele, que vai disputar o governo de Minas, e para as teles, que querem continuar dominando as redes públicas e engordando as burras em detrimento do interesse público.

Os fatos reforçam a minha tese. Vejam a fala cheia de coragem do Luis Eduardo Falco nesse dia 15, no Futuecom, preocupadíssimo com o Brasil, alegando que o país não pode se dar ao luxo de duplicar a infraestutura.   [Convergência Digital: Banda Larga: Brasil não pode se dar ao luxo de duplicar infraestrutura]

Ahhhhhhhh!!!! Quanto espírito público! Então, tomada por esse arroubo de patriotismo, porque a Oi não libera as redes públicas, apropriadas indevidamente com o auxílio da ANATEL, para que as empresas concorrentes possam utilizá-las em igualdade de condições? [Tele.Síntese: Provedores de internet reclamam de falta de acesso ao backhaul

E por que será que ele também prefere que a Telefonica compre a GVT, ao invés da Vivendi? [Tele.Síntese: Para Oi, é melhor competir com a Telefônica ]
Será que o mercado mais cartelizado é melhor para o Brasil?

Bom ... o Ministro já tomou partido. O partido das empresas monopolistas. Mas deu as Costas para os consumidores e pequenos e médios empresários. Mas o correto não seria que o Ministro atuasse de forma integradora com a intenção de compatibilizar eventuais propostas das concessionárias à proposta do governo?

Esperemos que o Presidente Lula abra seus ouvidos para o Rogério Santana e para o André Barbosa e fique do lado dos cidadãos brasileiros, que querem ter direito ao serviço de voz depois de onze anos de privatização e também ter direito à ofertas não discriminatórias de serviços de comunicação de dados com qualidade, preços módicos e universalizados (basta um Decreto - art. 18, I, e 65, par. 1o., da LGT). [Teletime:
Presidente Lula intervém para evitar polêmicas sobre Plano de Banda Larga]   

Que o Presidente olhe para os pequenos e médios empresários das telecomunicações, que enfrentam verdadeiro calvário nas mãos das teles.

Escolher o lado certo vai tirar o setor de telecomunicações das trevas e nos levar a tarifas adequadas à serviços públicos e a velocidades dignas de serem denominadas de banda larga, a exemplo do que vem ocorrendo na Europa e Japão. Até porque isso também fará muito bem para os planos de poder. Trará progresso e, consequentemente, votos.

Abraço a todos.

Flávia Lefèvre Guimarães

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Fonte: Convergência Digital
[08/10/09]  Banda Larga nacional: Contrariado, Minicom se afasta das discussões na Casa Civil - por Luís Osvaldo Grossmann

O Ministério das Comunicações está fora das discussões carreadas pela Casa Civil e que desenham um plano nacional de banda larga, com o objetivo de ampliar as conexões de internet em todo o país. A pasta vai apresentar ao presidente Lula uma proposta alternativa, costurada com as operadoras de telefonia fixas e móveis. A iniciativa prevê a troca de benefícios, como reduções tributárias, pelo compromisso de as empresas universalizarem o serviço.

"Ao contrário do que um grupo está pensando, que pode fazer sozinho, eu estou achando, e digo abertamente, que é impossível fazer sozinho. E se tem um grupo que vai tocar isso sem a participação dos empresários, eu prefiro apresentar o meu projeto em separado", afirmou o ministro Hélio Costa nesta quinta-feira, 8/10, depois de uma reunião com os presidentes das operadoras, em seu gabinete, em Brasília, em que pediu sugestões para o plano de banda larga.

Além disso, a área técnica do Minicom revelou que não mais participa das reuniões do grupo de trabalho que discute a banda larga na Casa Civil. O grupo mencionado pelo ministro é uma referência , especialmente, ao secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, que em eventos públicos, como o seminário promovido pela Câmara dos Deputados sobre o assunto há duas semanas, apresentou os contornos do plano desenhado na Casa Civil.

Esse plano prevê a utilização de uma vasta rede pública de fibras óticas (31 mil km) - da Eletronet, Petrobras, Chesf, Furnas, Eletronorte - na estruturação de um backbone nacional. Nas contas de Santanna, o governo precisaria investir cerca de R$ 1,1 bilhão para, a partir desse backbone, levar a rede até a entrada de 4,2 mil municípios. A última milha seria negociada, especialmente, com pequenos provedores de internet, em troca do acesso garantido a hospitais, postos de saúde, delegacias, prefeituras, etc. Caso não haja parceiros para o acesso, a conta subiria para R$ 3 bilhões.

Rogério Santanna não é porta-voz do Projeto da Banda Larga, dispara Costa

O ministro Hélio Costa, porém, se mostrou descontente com a divulgação dessas ideias, as quais entende serem discussões internas do grupo de trabalho montado pelo presidente para o plano de banda larga e disparou, evidenciando uma divisão no Governo.

"Rogério Santanna não é porta-voz desse grupo. Quem estiver falando em nome desse grupo não está falando pelo grupo, está dando opiniões pessoais. O grupo técnico não pode ficar dando entrevistas, não pode ficar falando à imprensa, não pode ficar dando informações que não estão concluídas. A palavra final é dos ministros", disparou.

Costa também discorda dos números apresentados. "Vamos precisar, evidentemente, da infraestrutura das próprias empresas, de todos os recursos que elas possam ter. São necessários enormes investimentos, que imaginamos que nos próximos dois anos, eles podem chegar a R$ 10 bilhões, para podermos ter um plano nacional de banda larga", calcula o ministro, sustentando, assim, ser “absolutamente impossível” fazer um plano de banda larga sem as empresas.

Essas, por sinal, demonstraram muita satisfação no convite feito pelo ministro. "Vamos procurar trabalhar em conjunto, que é exatamente a proposta que nós tínhamos feito lá no Guarujá, colocar a banda larga como prioridade nacional, ter um conjunto de ações mais concretas que passam por desoneração da oferta, licenças, espectro", diz o presidente da Telefônica, Antônio Carlos Valente, que também lidera a Telebrasil, associação que reúne as grandes teles.

As empresas apresentaram, no fim de agosto, a Carta do Guarujá, redigida durante encontro da Telebrasil, que prevê uma meta de tornar a banda larga disponível a 150 milhões de pessoas até a Copa do Mundo de 2014. Em troca, pedem desoneração tributária de serviços e investimentos, eliminação de restrições urbanísticas, regras mais claras sobre custos de direitos de passagem e de uso do solo, faixas de radiofreqüências, novas outorgas de prestação de serviço e a eliminação de restrições de acesso em função da origem de capital.

Hélio Costa admite que na parte do governo haverá negociações para desoneração tributária e acredita em negociações que integrem os estados, uma vez que uma boa parcela dos tributos em telecomunicações se deve ao ICMS. Também entende que devam ser usados recursos de fundos como o Fistel.

"Já fizemos um levantamento muito importante de estatística das questões relacionadas à banda larga. Estamos cedendo esses dados para um grupo técnico das companhias. E o nosso pessoal e o grupo técnico das companhias vai produzir uma proposta. Agora é que eu senti, nesses últimos dois meses, uma disposição do Executivo, para não dizer do presidente da República. O Executivo entendeu que a banda larga é prioridade, absoluta prioridade, então as coisas começam a caminhar", concluiu o ministro.

A questão é saber como ficará o clima daqui em diante entre os governistas já que há, sim, um conflito de interesses, o qual deverá ser contornado em pouco menos de 30 dias, já que há a intenção de o presidente Lula de anunciar o seu projeto na primeira quinzena de novembro.

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Fonte: Convergência Digital - Cobertura Futurecom
[15/10/09]  Banda Larga: Brasil não pode se dar ao luxo de duplicar infraestrutura - por Ana Paula Lobo*

O Brasil não pode se dar ao luxo de duplicar infraestrutura de telecomunicações. Esta foi a posição defendida pelo presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, em sua participação no Futurecom 2009. Bem de acordo com seu estilo, o executivo deixou claro que o governo, se quiser, poderá ser visto como um concorrente e o será, dentro das regras de mercado. Mas disparou: as teles investiram R$ 11 bilhões em transmissão e têm mais de 200 mil quilômetros de redes construídas. "O dinheiro do Governo deve ser gasto em outras prioridades."

Em sua apresentação no Futurecom 2009, nesta quinta-feira, 15/10, a mais concorrida dos executivos do setor, Falco reforçou que banda larga é infraestrutura e qualquer plano nacional na área precisará ser sustentável e eficiente. A proposta dele é clara: somar os 200 mil quilômetros já construídos pelas teles com os 17 mil quilômetros da Eletronet. "É um ativo importante e deve ser usado", destacou.

Ao ser indagado sobre como as teles poderiam participar efetivamente do projeto, Falco reafirmou que as desonerações serão necessárias para garantir a oferta de um serviço nas regiões onde não há rentabilidade econômica. E enfatizou que a parceria entre as iniciativas pública e privada é a única saída. "O Brasil tem problema de capital. Não pode se dar ao luxo de duplicar uma infraestrutura já existente", completou.

O governo pode, sim, fazer um plano nacional de Banda Larga sem a participação das teles, admite Falco. Mas, para ele, essa seria uma decisão desfavorável ao cidadão brasileiro, uma vez que o poder executivo precisa investir em áreas como saúde, educação, transporte e outras.
*Com colaboração de Cristina De Luca e Luiz Queiroz

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Fonte: Tele.Síntese
[13/10/09]  Provedores de internet reclamam de falta de acesso ao backhaul - da Redação

O presidente da associação brasileira de provedores de internet - Abranet - ,Eduardo Parajo, está confiante de que o Plano Nacional de Banda Larga a ser lançado pelo governo federal irá estimular a oferta do backhaul para as pequenas empresas. "Não temos acesso ao backhaul que está sendo construído pelas incumbents", afirma Parajo.

Segundo ele, a Anatel só regulamento o preço da infraestrutura de dados de até 2 Mbps (a EILD), enquanto a maioria dos provedores já precisa contratar bandas de 100 Mbps para atender os seus clientes. Conforme o executivo, as concessionárias não vendem a sua capacidade ou estabelecem preços proibitivos. "Somos obrigados a procurar as redes das operadoras concorrentes, mas os preços também são muito altos", afirma.

Parejo explica que então os provedores de internet acabam optando por construírem o seu próprio backbone, com tecnologias sem-fio. "Enquanto as operadoras tradicionais cobram mais de R$ 10 mil/mês por 100 Mbps, podemos comprar rádios sem-fio a R$ 3 mil/mês pelo cartão BNDES, que tem juros de apenas 1%", complementa. Para o presidente da Abranet, o melhor seria que as redes de dados instaladas fossem abertas para os demais prestadores de serviços.

Estão concentrados na Abranet os provedores de internet que também prestam o serviço de telecomunicações com as licenças de SCM (Serviço de Comunicação Multimídia).

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Fonte: Tele.Síntese
[15/10/09]  Para Oi, é melhor competir com a Telefônica - por Lúcia Berbert

O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, voltou a defender a compra da GVT pela Telefônica. Segundo ele, a vinda de um novo player poderá prejudicar o mercado. “Acharia estranho se a Vivendi entrasse no Brasil, porque iria balançar um pouco nosso modelo”, disse.

O argumento de Falco é de que a Telefônica já conhece bem o Brasil, conhece o retorno sobre investimento, a parte fiscal e a de licenças. “Quando chega um novo player, e sempre é bom um novo player, mas que não entende do sistema tributário, não sabe os custos escondidos, dos problemas trabalhistas e começa a fazer conta e joga o preço para baixo, isso não é bom para o sistema. Pode inicialmente parecer bom para o consumidor, mas em longo prazo prejudica, porque destrói valor das companhias”, disse.

Falco ressalta que a compra da GVT é a prova da sua tese, de que o mercado de telecom ficaria consolidado em três grandes grupos. “Nós fizemos um esforço gigantesco para comprar a Brasil Telecom. E a consolidação continua”, disse.

A GVT, única empresa espelho que deu certo no Brasil, está sendo disputada pela Telefônica e a Vivendi, grupo francês que é líder mundial no setor de entretenimento.

PL 29
O presidente da Oi criticou a intenção de alguns parlamentares de regulamentar a internet. Segundo ele, a versão atual do PL 29/07, que regulamenta o mercado de TV por assinatura e permite a entrada das teles no setor, tenta travar a rede mundial de computador, numa atitude completamente equivocada. “A internet é um mundo anárquico, ninguém controla”, disse.

Falco também considera absurdo continuar proibindo as teles de entrarem no mercado de TV por assinatura. “Qualquer sistema de TV paga lançado agora vende até rachar. Uma prova de que esse mercado está mal atendido”, disse. Ele ressalta que somente sete milhões de brasileiros têm acesso ao serviço, num mercado potencial de 30 milhões de usuários.

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Fonte: Teletime
[13/10/09]  Presidente Lula intervém para evitar polêmicas sobre Plano de Banda Larga

O presidente Lula decidiu intervir nesta terça, dia 13, na polêmica estabelecida entre diferentes setores do governo em relação ao Plano Nacional de Banda Larga. Basicamente, o presidente pediu que os envolvidos nas discussões "baixem a bola", ou seja, evitem expor publicamente posições pessoais ou questões não definidas. As divergências centrais acabaram ficando em torno das posições manifestadas por Rogério Santanna, secretário de logística e TI do Ministério do Planejamento, com críticas à participação das empresas privadas em projetos de políticas de inclusão digital, e as manifestações do ministro das Comunicações Hélio Costa, que desautorizou Santanna publicamente. O que ficou acertado é que o presidente Lula é quem definirá qual o papel de cada um dos ministérios nesse processo, e que as diretrizes finais serão tiradas depois que o Comitê de Inclusão Digital receber de todos os envolvidos os estudos pedidos pelo presidente,o que deve acontecer dia 10. A avaliação entre diferentes membros dos grupos de trabalho criados para discutir a questão é de que Santanna, que está há mais tempo debruçado sobre um projeto de infraestrutura pública de banda larga, tem uma ideia madura, mas que outras propostas ainda devem ser debatidas até que o Plano Nacional de Banda Larga esteja plenamente concluído.


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