FLÁVIA LEFÈVRE GUIMARÃES
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Maio 2013              Índice Geral


02/05/13

• O ministro das Comunicações e os consumidores

Fiquei surpresa com a reação do Ministro Paulo Bernardo e do Diretor Presidente da ANATEL João Rezende por conta dos alertas que a PROTESTE E A AET fizeram por meio do ofício enviado a agência, conforme noticiado no post do dia 29 de abril último.

Nossa surpresa é principalmente por conta da seguinte pérola publicada por mais de um veículo:

Convergência Digital
[30/04/13]   4G Brasil: Ao criticar PROTESTE, Paulo Bernardo diz que consumidor não quer ser 'tutelado'

Teletime
[30/04/13]  Bernardo: tendência é migrar frequências para o LTE

Rezende rebateu argumentos da Proteste feitos na segunda-feira, aconselhando usuários a não optarem pelos planos LTE por ainda não ser compatível com a banda de 700 MHz no Brasil. "Não queremos tutelar o consumidor, eles têm a opção: se não estiverem satisfeitos, irão entupir o call center da Anatel e da Vivo", afirmou.

Parece que o Ministro e o Presidente da ANATEL desconhecem a Constituição Federal que diz no art. 5º, que "cabe ao Estado a defesa do Consumidor" e o próprio Código de Defesa do Consumidor, que, no art. 4º, que trata dos fundamentos e princípios que devem orientar a Política Nacional das Relações de Consumo, impõe em primeiro lugar "O RECONHECIMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR".

No nosso caso, a vulnerabilidade é exacerbada, pois o setor de telecomunicações implica em alta complexidade técnica, que escapa aos consumidores em geral.

Por exemplo: como o consumidor pode entender que, mesmo o Governo tendo escolhido a frequência dos 700MHz para fazer par com a frequência de 2,5 GHz, como apoio para o Plano Nacional de Banda Larga, os principais modelos de telefone certificados pela ANATEL para 4G não são compatíveis com o 700 MHz? Como podem ter certeza de que, depois de pagarem entre R$ 1.000,00 e R$ 2.600,00, em menos de um ano podem ter de adquirir um novo celular a fim de poderem se beneficiar do serviço prestado na frequência dos 700 MHz?

Como o consumidor pode supor que a Motorola está anunciando um telefone 4G fora das especificações certificadas pela ANATEL e que esse telefone pode ou não funcionar nas frequências escolhidas pelo Governo para rodar o 4G se nem mesmo a ANATEL se tocou e este fato só veio à tona com o ofício das entidades?

Como não suspeitar que o lançamento do 4G nesse momento é precipitado, se as próprias empresas estão solicitando ampliação do cronograma de comercialização?

Teletime
[30/04/13]  Rezende: obrigação é lançar LTE comercialmente

Vejam a Portaria 14, de 6 de fevereiro de 2013:

Art. 1º Estabelecer diretrizes para a aceleração do acesso ao Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre – SBTVD-T e para a ampliação da disponibilidade de espectro de radiofrequência para atendimento dos objetivos do Programa Nacional de Banda Larga – PNBL.

Art. 2º Determinar que a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL inicie os procedimentos administrativos para a verificação da viabilidade da atribuição, destinação e distribuição da Faixa de 698 MHz a 806 MHz para atendimento dos objetivos do PNBL.

Entretanto, o mesmo Ministro que assina esta Portaria, cujo principal efeito e desalojar os radiodifusores das faixas que ocupam da frequência dos 700 MHz, disse o seguinte dia 30 de abril:

"A tendência é que mesmo as frequências que estão em uso para 2G e 3G, no futuro, sejam usadas para o 4G. Se puder fazer a migração e se a Anatel puder ajudar isso, por que não? Acho importante que se faça", afirmou. Ainda assim, ele reiterou a possibilidade de licitação da faixa de 700 MHz em 2014, comentando inclusive a opinião pública da Telefônica contrária a um novo edital. "Algumas empresas falam, mas quando era (para escolher) o 2,5 GHz, falavam a mesma coisa", brincou".

Ora, as teles ganharam o direito de explorar os 2,5GHz e no pacote veio a frequência de 450 MHz, apesar de a Telebrás ter manifestado oficialmente o interesse de explorar esta frequência para democratizar os serviços de telecomunicações; agora vão levar a frequência dos 700 MHz e ainda assim será necessária a utilização das frequências do 2G e 3G para rodar o 4G?

Por que? As teles não querem fazer os investimentos necessários para a implantação da rede na frequência dos 700 MHz?

Isso significa que pagaremos caríssimo pelo 4G e vamos de fato receber o 3G?

O Ministro e o Presidente da ANATEL precisam entender que seus postos impõem publicidade e transparência e que um dos direitos básicos do consumidor (art. 6º, inc. III, do CDC) É A INFORMAÇÃO AMPLA.

Vejam que nossa preocupação a respeito do uso eficiente do espectro é bem anterior ao lançamento do 4G.

A AET, principalmente, publicou dois videos que postei com comentários em setembro do ano passado, sob o título "Obscuridade x Planejamento", nos quais as dúvidas quanto o respeito ao princípio da eficiência no caso das licitações de frequências foram levantadas:
10/09/12
Obscuridades X Planejamento (1) - Vídeo da AET (Associação dos Engenheiros de Telecomunicações)
20/09/12
Obscuridades X Planejamento (2) - Novo Vídeo da AET sobre a licitação de frequências realizada pela Anatel em junho

Portanto, qual o motivo da irritação?

Afinal de contas nosso ofício é um pedido de esclarecimentos que a agência e o MINICOM, se não conseguem aplaudir, pelo menos deviam responder.

Grande abraço.

Flávia Lefèvre Guimarães

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Leia na Fonte: Convergência Digital
[30/04/13]   4G Brasil: Ao criticar PROTESTE, Paulo Bernardo diz que consumidor não quer ser 'tutelado' - por Ana Paula Lobo

"O consumidor brasileiro é inteligente. Ele não quer ser tutelado. O 4G será, sim, muito procurado. Os preços já estão bem semelhantes aos do 3G e até mais baratos do que os do 3G, quando estes foram lançados", disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para rebater a nota oficial da PROTESTE, que questionou a oferta planejada pelas teles e recomendou aos brasileiros não comprar os planos por escassez de cobertura e aparelhos compatíveis com a faixa de 2,5GHz, além de preços considerados elevados.

Paulo Bernardo participou nesta terça-feira, 30/04, do lançamento comercial do 4G da Vivo, realizado na sede da tele, na capital paulista. Posição endossada pelo presidente da Anatel, João Rezende, também presente ao evento da Vivo. "O consumidor, se não ficar satisfeito, vai entupir as centrais de atendimento ao cliente da Anatel e dos call centers das operadoras. Mas não há porquê não apostar na nova tecnologia. O Brasil está na vanguarda. Poucos países no mundo têm operação no 4G". Ao mesmo tempo, Rezende sustentou que todas as teles estão sendo monitoradas e fiscalizadas. "Vamos fazer de tudo para que a cobertura de 50%, prevista para essa fase, seja atendida de fato", frisou.

Durante a sua apresentação, Paulo Bernardo - além de rebater as críticas da PROTESTE - também aproveitou para criticar as próprias teles. "Eu li muito que não ia dar certo. Que o prazo estava muito apertado. Mas é fato que, hoje, todas as teles estão com suas ofertas 4G, mesmo com a questão séria das antenas. Demos conta do recado", frisou o ministro das Comunicações. Também definiu serviços de telecom como essenciais. "Telefonia, seja móvel ou fixa, já é serviço essencial. A internet também. Para a população se desenvolver, esses serviços são essenciais", acrescentou.

Paulo Bernardo lembrou que a Copa do Mundo de 2014 será o primeiro grande teste mundial do 4G. "Os olhos do mundo vão estar aqui. Na Inglaterra, a Olimpíada não teve o 4G. Na Copa das Confederações, teremos ainda para poucos. Mas teremos grande procura", completou.

A expectativa do ministro com o 4G é tanta que ele considerou 'conservadora' a projeção feita pelo presidente da Anatel, João Rezende, que previu cerca de quatro milhões de assinantes 4G até dezembro. "Acho muito conservador. Vamos ter mais. Tanto que estou apostando um jantar com o Rezende", frisou, sem, no entanto, querer dar um montante para ser comparado ao final da 'aposta'.

Sem compartilhamento com a Claro

O serviço 4G da Vivo - que comprou 20 MHz + 20 MHz - está disponível nas seis cidades que sediarão a Copa das Confederações - Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Mas também já está presente em São Paulo - cuja meta seria dezembro. Para atender a essa cobertura, a tele afirma ter instalado 1.234 antenas 4G, que vão operar na faixa de frequência de 2,5 GHz. Até o final de maio, o serviço chegará também a Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

Indagado sobre o compartilhamento com a Claro, o presidente da Vivo, Antonio Carlos Valente, disse que como o contrato ainda não foi assinado, ainda não houve nenhum plano operacional feito de forma conjunta. "Vamos esperar assinar para definirmos como será o compartilhamento. Mas nessa etapa, temos operações distintas", declarou o executivo.

Batizado de Vivo 4G Plus, o serviço 4G chega com planos para smartphones, modems e tablets e também para o Vivo Box, um produto específico da Telefônica Vivo para conectar a casa do cliente à internet. Para smartphones, os planos oferecem franquia de dados de 2GB a 6GB, além de voz ilimitada para Vivo e SMS ilimitado para qualquer operadora, por preços a partir de R$ 149,00 (valor válido para o estado de São Paulo). Para modems e tablets, os planos vão de 5GB a 20GB, com preço inicial de R$ 99,90, mesmo valor para Vivo Box 4G Plus, que oferece o dobro de franquia de dados para usar em casa: até 40GB.

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Leia na Fonte: Teletime
[30/04/13]  Bernardo: tendência é migrar frequências para o LTE - por Bruno do Amaral

Durante o lançamento do 4G da Telefônica/Vivo em São Paulo nesta terça-feira, 30, o ministro Paulo Bernardo ponderou sobre a possibilidade de utilizar mais espectro para o LTE, além da faixa de 2,5 GHz atual. "A tendência é que mesmo as frequências que estão em uso para 2G e 3G, no futuro, sejam usadas para o 4G. Se puder fazer a migração e se a Anatel puder ajudar isso, por que não? Acho importante que se faça", afirmou. Ainda assim, ele reiterou a possibilidade de licitação da faixa de 700 MHz em 2014, comentando inclusive a opinião pública da Telefônica contrária a um novo edital. "Algumas empresas falam, mas quando era (para escolher) o 2,5 GHz, falavam a mesma coisa", brincou.

O ministro afirmou que não tem "nenhum preconceito ou dificuldade em discutir medidas que sejam capazes de melhorar o ambiente de negócio, a expansão do setor e a melhoria do serviço e da qualidade". Ele diz que o governo tem se empenhado para possibilitar o desenvolvimento do setor por achar que o acesso às tecnologias é essencial.

Com um eventual refarming, a ideia é poder oferecer mais capacidade para dados de acordo com a oferta de espectro. "Existia de certa forma uma vinculação entre frequência e determinada tecnologia, mas isso está sendo superado", afirmou o presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente. "Sob a ótica de um operador, acho que temos de utilizar toda a disponibilidade que existir. Isso sempre foi associado à utilização de bandas. Sabemos que o tráfego de voz consome parcela importante e elas (as frequências) terão de migrar, a exemplo do que aconteceu no passado com as tecnologias CDMA e TDMA, que gradativamente foram para o GSM. Isso é algo que tem sido feito naturalmente e, possivelmente, será feito no Brasil."

O presidente da Anatel, João Rezende, confirmou que há a possibilidade de se usar tecnologia de quarta geração em faixas eventualmente desocupadas por outro serviço. Mas, excetuando a atual pesquisa sobre condição da desocupação da faixa de 700 MHz pela TV analógica, ele diz que não existe nenhum trabalho sendo feito assim no momento. "Nós não temos nenhuma consulta das empresas em relação a isso. Não há problema para que haja a regulamentação e permissão, mas as companhias teriam de fazer o pedido diretamente à agência; não pode ser tão livre, temos necessidade de fiscalização do espectro."

Rezende rebateu argumentos da Proteste feitos na segunda-feira, aconselhando usuários a não optarem pelos planos LTE por ainda não ser compatível com a banda de 700 MHz no Brasil. "Não queremos tutelar o consumidor, eles têm a opção: se não estiverem satisfeitos, irão entupir o call center da Anatel e da Vivo", afirmou.

Expectativa

De qualquer forma, restrito ao 2,5 GHz, o LTE brasileiro ainda está engatinhando. "A Copa do Mundo vai ser o primeiro evento esportivo mundial com telefonia 4G, e isso com certeza ajuda a estimular. Mas o serviço é para a população brasileira, que demanda, que tem curiosidade e que quer", afirmou Paulo Bernardo, lembrando que o momento agora é de fase inicial de implementação da infraestrutura, pensando na prestação do serviço "para os próximos 15 anos".

Mesmo considerando apenas o espectro atual, Bernardo tem uma visão otimista em relação à adoção da nova tecnologia. "Eu não tenho receio de dizer que o serviço será muito procurado, todas as projeções que vi são muito conservadoras. A Anatel diz que terá quatro milhões de usuários 4G até o final do ano, mas eu aposto que vai ter mais porque as pessoas irão migrar rapidamente", diz.

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Leia na fonte: Teletime
[30/04/13]  Rezende: obrigação é lançar LTE comercialmente - por Bruno do Amaral

Durante o anúncio do lançamento comercial da rede LTE da Oi no Rio de Janeiro na semana passada, a operadora afirmou que, por conta dos ajustes finais, poderia apenas disponibilizar, em vez de oferecer ao consumidor, a rede 4G nas outras cinco cidades-sede da Copa das Confederações (Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Brasília e Salvador) a partir desta terça-feira, 30. Diante dessa possibilidade, o presidente da Anatel, João Rezende, foi categórico: a obrigação é com o lançamento comercial. "A Anatel não tem dúvida que (precisa ser) oferta comercial a partir do dia 30. Iniciamos a fiscalização em várias cidades e iremos adotar todas as medidas cabíveis", disse ele.

Entretanto, não parece que será necessária alguma atitude do tipo. Procurada por este noticiário, a Oi informou, por meio da assessoria de imprensa, que, a partir desta terça, já está com o serviço 4G lançado de forma comercial em todas as seis cidades obrigatórias.

Segundo Rezende, fosse o caso da Oi não ter cumprido a meta de oferecer ao consumidor final a rede LTE nas cidades-sede, seria instituído um processo para calcular o valor da multa. "Não tem como precisar o quantitativo neste momento", garantiu, durante coletiva de imprensa no lançamento do 4G da Telefônica/Vivo em São Paulo nesta terça.

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Leia na Fonte: Estadão / Link
[01/05/13]  4G entra em operação com serviço parcial - por Nayara Fraga

Prazo para lançar serviço nas seis primeiras cidades terminou ontem; falta transparência sobre área de cobertura

SÃO PAULO – A telefonia celular de quarta geração (4G) já está em operação no Brasil. Em várias cidades é possível contratar o plano de dados que promete velocidade até dez vezes maior que a 3G – sem pagar nada mais por isso. O preço é o mesmo da geração anterior em alguns casos. O difícil é saber em que lugares o usuário vai conseguir navegar na internet com a supervelocidade prometida pela 4G.

Ontem, terminou o prazo para as operadoras cumprirem o acordo de ofertar a cobertura 4G em até 50% de cada cidade-sede da Copa das Confederações (Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte e Rio). O cronograma, segundo a Anatel, foi cumprido, e teve quem antecipou a cobertura para outras regiões, como Porto Alegre, Curitiba e São Paulo.

Mas, como o avanço da cobertura será gradual, há pontos em que o celular (mesmo suportando conexão 4G) continuará na internet 3G. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, diz que o órgão ficará vigilante quanto ao avanço da cobertura.

A Vivo, que anunciou oficialmente ontem a oferta comercial do 4G, diz que informa em seu site os locais onde a rede está disponível. Claro e Oi afirmam o mesmo. O caminho para encontrar a informação, porém, é longo. O site vivo.com.br/4gplus explica o que é o 4G em vídeo. Para ir até o mapa de cobertura (que não oferece visualização em zoom), é preciso navegar por três páginas e dar sete cliques. Também na Oi e na Claro é necessário exame minucioso para chegar ao mapa. A TIM ainda não informa os pontos com 4G.

As campanhas de divulgação do serviço já estão no ar, sem o alerta da disponibilidade parcial do serviço. “O consumidor não tem capacidade técnica para avaliar isso e pode ser induzido ao erro”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora da associação de consumidores Proteste. “Ele deve prestar atenção na oferta limitada do 4G antes de contratar o serviço.”


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