José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Novembro 2005 Índice dos assuntos deste website
28/11/05
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As
Necessidades Naturais de Comunicação do Homem e a Convergência Tecnológica -
por José Roberto de Souza Pinto
Artigo publicado em 28/11/05 no Portal Teleco
O surgimento das Telecomunicações, bem como, a sua evolução tem sido
reconhecido, como uma enorme contribuição para a integração e desenvolvimento
econômico, cultural e social das comunidades, povos e do mundo de uma maneira
geral.
Entretanto, por outro lado, limitado pelas disponibilidades tecnológicas, criou
certas restrições na comunicação entre os homens, quando estes se encontravam
distantes.
Foi assim com o telegrafo, que transmitia mensagens, com a telefonia limitada à
voz, com o telex o fax, a comunicação de dados e a Televisão, todas estas
tecnologias que se transformaram em serviços, sendo que sempre de forma
segmentada, em sinais de voz, dados, textos e imagens.
A tecnologia digital introduziu uma variável nova com a transformação de todos
estes diferentes sinais, em dados, permitindo que todos sejam tratados como
bits, e desta forma viabilizando a sua integração.
Temos um entendimento, que as necessidades de comunicação do homem, sempre foram
no sentido de poder realizar uma comunicação, se utilizando de todos os sinais
integrados, que é a forma natural do homem se comunicar.
E mais ainda, não é por acaso que o telefone sem fio em sua residência, ou mais
recentemente o celular, tem apresentado um grande sucesso, pois o comprimento do
fio do telefone, sem dúvida sempre foi uma limitação imposta ao usuário do
serviço. Na realidade o homem é móvel, e, portanto mobilidade é também um
atributo natural do homem.
Quando se fala hoje em convergência de redes e serviços de telecomunicações,
estamos buscando de forma mais efetiva, propiciar aos usuários o atendimento as
suas naturais necessidades.
Sem dúvida a tecnologia digital responsável por este maravilhoso avanço, está
permitindo esta digitalização e integração de todos os sinais em um só terminal
de comunicação para o usuário.
Se nos recordarmos da seqüência com que esta digitalização e integração vêm
acontecendo, encontramos primeiro o núcleo central das redes de
telecomunicações, onde independente dos diferentes serviços prestados, seja a
telefonia, a comunicação de textos e dados e a televisão, todos os sinais já se
encontram totalmente integrados e misturados, nas fibras ópticas, nos sistema de
radio e satélites e operando com protocolos únicos de comunicação.
O passo seguinte foram os acessos, que são as conexões individuais de cada
assinante ou usuário da sua residência ou escritório ao núcleo das redes de
telecomunicações, vencido com as novas tecnologias DSL (digital subscriber line),
TV a cabo (cabe modem), que permitem que sinais de voz, texto, dados e imagens,
possam ser transportados neste mesmo meio de telecomunicações.
Ainda mais com os novos sistemas sem fio (wireless), com as tecnologias
celulares, 3G (terceira geração), WiFi e WiMAX, estes acessos, ou meios
individuais de conexão aos núcleos centrais das redes de telecomunicação, passam
a viabilizar uma comunicação entre os usuários e, portanto fim a fim,
independente da localização geográfica, e de capacidades requeridas, como mais
recentemente temos denominado de banda larga.
Da mesma forma, os terminais, que cada vez menores, e, portanto portáteis e com
facilidades de uso, permitem ao homem que é móvel, se descolar mantendo a
comunicação, receber e transmitir mensagens e imagens, se comunicando cada vez
mais de uma maneira mais ampla.
Adiciona-se também o fenômeno da globalização e da sociedade da informação, onde
o cidadão tem requerido um volume crescente de informações, que estarão cada vez
mais armazenadas de forma digital e, portanto aumentando a demanda de acessos em
banda larga.
Em resumo temos um novo desafio que sem dúvida, vai diferenciar os povos, que é
a busca de uma viabilidade deste conjunto de soluções de Banda Larga em escala
que atendam não só mercado o Empresarial, mais também o Residencial em suas
classes, até as menos favorecidas.
Levantada à questão, resta indicar alguns caminhos para a solução. Em primeiro
lugar, não podemos subordinar a viabilidade da solução ao crescimento econômico
do país e a uma mudança no perfil de distribuição da renda, o que certamente vai
acontecer lentamente, mas o Brasil não pode esperar para ser um dia competitivo.
Grandes e Médias Empresas e o mercado residencial classe A e B, em curto prazo
estarão totalmente inseridas neste contexto de convergência de serviços e serão
beneficiadas por esta inovação e queda de preços dos Serviços de Comunicações.
A questão então se resume à inclusão das pequenas e micro Empresas e o mercado
residencial de classe C, D e E, neste contexto, que como é sabido, se
viabilizado o seu atendimento, podem mudar a economia do país e a distribuição
de renda.
Se recuperarmos um pouco da história do desenvolvimento das Telecomunicações no
Brasil, verificamos grandes feitos, como a integração do país, a interiorização
e mais recentemente a Universalização e a expansão da telefonia celular, ambas
como produto da reestruturação das Telecomunicações Brasileiras, tudo isso
realizado por um grupo dedicado de profissionais do setor, mas suportado por
Políticas claras do Setor das Comunicações.
Portanto aí está foco das soluções de convergência e integração de serviços de
Comunicação, onde devem ser investigados e investidos os maiores esforços de
todo o conjunto profissionais das Empresas, da Agencia Reguladora e do Governo,
cada um com o seu papel, visando viabilizar estes mercados.
Finalmente fica a crença que esta necessidade de comunicação integrada existe,
pois ela é da natureza do homem.
Jose Roberto de Souza Pinto é Engenheiro e Consultor em Telecomunicações.