José
Roberto de Souza Pinto
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2010 Índice dos assuntos
03/12/10
• Abertura terá pouco efeito - Estudo da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA)
de josersp@terra.com.br
para Grupos
data 3 de dezembro de 2010
Olá, Grupos
Em recente artigo publicado no e-Thesis (transcrição no final desta página), já alertava sobre o pouco efeito desta
abertura de TV a cabo na oferta e competição de serviços de acesso em banda
larga, com a simples liberação de licenças.
Agora a ABTA apresenta novos dados que confirmam o pouco efeito desta medida,
pois continuamos sem competição no mercado de TV por assinatura via cabo e sem a
opção desta rede para oferta de banda larga, se limitando aos grandes centros.
Por outro lado a TV por assinatura via satélite, o DTH, continuará a crescer.
Certamente um contrasenso esta Lei do Cabo, que suporta o serviço de TV por
assinatura via cabo, que limita a participação de Empresas com controle de
capital brasileiro, enquanto a TV por assinatura via Satélite não tem esta
restrição.
Os que estão acompanhando este tema devem ter observado a intensa atuação de
algumas Empresas de Radiodifusão (TV aberta), contra a revisão desta Lei do
Cabo, mas não explicam ao cidadão o porque desta campanha e também não citam que
a TV por assinatura via Satélite já é prestado sem restrições por esse tipo de
Empresa.
sds
José Roberto de Souza Pinto
-----------------------------------------
Fonte: Website de Ethevaldo Siqueira
[02/12/10] Abertura terá pouco efeito
A simples liberação das licenças para empresas de cabo resultará em um aumento
insignificante no número de municípios e habitantes atendidos pelo serviço. Além
disso, aproximadamente 63 milhões de habitantes só poderão ter acesso a conteúdo
de TV por operadoras de DTH ou pela TV aberta, além de não conseguirem ter
acesso à banda larga. Essa é uma das conclusões do estudo divulgado hoje pela
Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), intitulado Análise das
Condições de Entrada no Mercado Brasileiro de TV a Cabo.
O trabalho foi preparado pelos professores Arthur Barrionuevo, da FGV/EAESP, e
Cláudio Ribeiro de Lucinda, da USP/FEARP, com o objetivo de analisar a
viabilidade econômica e de subsidiar a redefinição da concessão das licenças de
operação no mercado de TV paga.
“Para que a liberalização das licenças de TV a cabo possa, efetivamente,
contribuir para o aumento da competição e para a entrada de novas empresas em
mercados ainda não atendidos, é necessário antes saber se, de fato, haverá a
entrada de novas operadoras de cabo nessas regiões, onde ela deve ocorrer, e
qual será seu impacto sobre a oferta dos serviços triple play”, detalhou
Barrionuevo.
Para a ABTA, a importância deste questionamento reside no fato de que, com a
liberalização da entrada de novas operadoras de TV a cabo, não necessariamente
se observará uma disseminação dos serviços mencionados. “Dada a atual
configuração de custos fixos e variáveis do setor, é bastante provável que áreas
ainda não atendidas pelos serviços continuem sem acesso. Pode ser que a entrada
adicional se dê apenas em regiões em que já existam operadoras ativas”, segundo
Lucinda.
“A metodologia é uma contribuição da ABTA para que a Anatel possa avaliar
ferramentas econométricas para embasar suas decisões a respeito da concessão de
novas outorgas”, afirmou o presidente executivo da entidade, Alexandre Annenberg.
O modelo da ABTA
De posse de dados coletados junto ao Atlas Brasileiro de Telecomunicações, do
IBGE, foi estimado um modelo com base numa amostra de municípios brasileiros
correspondentes a cerca de 143 milhões de habitantes, parcela significativa (em
torno de 75%) da população nacional (190 milhões em 2007) e que garante que os
resultados apresentados tenham generalidade.
Do ponto de vista dos resultados, quando se assume a existência de mercados
inter-relacionados e, portanto, aprofundamento da competição, a dificuldade de
entrar num único mercado aumenta. Destaca-se ainda que municípios com população
inferior a 108,1 mil habitantes não possuem escala suficiente para receber
nenhuma empresa.
Além disso, pode-se constatar que o fornecimento de banda larga ou TV por
assinatura por um concorrente beneficia a entrada de uma empresa combo,
portanto, os produtos separados seriam um chamariz para o produto mais
sofisticado. Um resultado interessante é que a entrada de duas empresas de
produtos combo ocorre mais facilmente que a entrada de duas empresas de TV por
assinatura. Isso corrobora com a ideia de que a expansão do mercado de empresa
de TV por assinatura usa como auxílio o setor de banda larga, embora a oferta
dos serviços combinados implique aumento de mercado mínimo necessário em termos
absolutos.
-----------------------------
Fonte:
e-Thesis
[05/11/10]
Rede de TV a cabo, uma alternativa para banda larga competitiva
no Brasil? - por José Roberto de Souza Pinto (link
descontinuado)
José Roberto de Souza Pinto, Engenheiro, Mestre em Economia e Consultor na área de Telecomunicações. Ver website aqui.
Tendo como referência os dados
publicados na revista TELETIME no artigo “A
disputa pelas novas redes” que aborda a questão da competição nos serviços
de acesso em banda larga e os recursos advindos da TV por assinatura, apresento
os seguintes comentários com relação ao potencial que esta rede tem, para ser
suporte competitivo para os serviços de acesso em banda larga.
O atual nível, por sinal muito baixo, de cobertura da TV por assinatura via
cabo, quero dizer somente 200 municípios não representa um nível de competição
quando comparado com as soluções via rede telefônica local, com tecnologia DSL.
O potencial futuro da solução via cabo de TV, decorrente das novas outorgas de
TV por assinatura via cabo poderia ser um caminho. Entretanto o impacto das
novas outorgas, é praticamente nulo, pois são apenas 81 cidades propostas que
não tem nenhuma rede de acesso em banda larga, mais 92 onde já existem outras
operadoras de cabo, com redes de acesso à Internet em banda larga e mesmo
considerando outras tecnologias como rádio e fibra óptica, acrescentaríamos mais
210 cidades.
Estes dados nos permitem concluir que a infraestrutura de TV a cabo não será o
recurso para gerar competição com as redes DSL das Concessionárias Locais de
Telefonia (STFC).Além disso, imaginar que as Concessionárias de Telefonia
entrando no serviço de TV por assinatura via cabo concorreriam com as suas redes
DSL e também com as suas redes de telefonia 3G, sem dúvida seria outro equivoco.
Outro aspecto interessante é o fato do maior interesse do mercado consumidor
pelos serviços de TV por assinatura via satélite (o DTH), o que faz com que a
solução via cabo se torne cada vez mais restrita e menos competitiva, só tendo
um maior espaço nos grandes centros.
Neste cenário de fraco potencial de competição é fundamental que se analise o
posicionamento dos detentores destas plataformas que podem suportar os serviços
de acesso em banda larga, haja visto que não interessa aos prestadores de
serviços de um mesmo grupo econômico, gerar ofertas de serviços que roubem
clientes de outras Empresas do mesmo grupo econômico.
A conclusão que chegamos é que no caso brasileiro, assim como em vários países
da Europa, a solução que criará uma competição nos serviços de acesso em banda
larga por um longo período de tempo, será a utilização das redes das
Concessionárias Locais de Telefonia, na forma de uma desagregação destes
elementos de rede, por novas Empresas Prestadoras de Serviço entrantes no
mercado.
Na nossa tese de Mestrado em Economia, apresentamos para analise os 3 Modelos,
quais sejam:
- Competição entre plataformas.
- Uso da rede das Concessionárias de Telefonia Local.
- Separação funcional da rede dos serviços prestados.
Nossa escolha, recaiu sobre o Modelo de Separação Funcional, que inclui
obviamente o uso da rede das concessionárias de uma maneira mais segura e
confiável. Esta em síntese é uma das razões para escolha deste modelo que possui
também maior estabilidade, para todos os participantes deste processo (ANATEL,
Concessionárias Locais, Empresas Entrantes e Consumidores).
Finalmente, resta-nos definir o que consideramos como competição, indicando que
a existência de um conjunto de Empresas no mercado não quer dizer que teremos
competição, pois poderíamos apressadamente concluir que hoje existem várias
Empresas com outorgas, seja de STFC / SCM, SMP ou TV por assinatura.
Na nossa visão a competição deve ser medida pelos benefícios para o consumidor
usuário de serviços, que são traduzidos, na queda dos preços, na melhor
qualidade do serviço e atendimento ao usuário e na inovação, com a introdução de
novas facilidades, situação esta que não verificamos no mercado brasileiro.
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil