José
Roberto de Souza Pinto
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2010
Índice dos assuntos
13/12/10
• Uma dose de seriedade nas Telecomunicações
de josersp@terra.com.br
para Grupos
data 13 de dezembro de 2010 15:40
assunto UMA DOSE DE SERIEDADE NAS TELECOMUNICAÇÕES
Hélio
Muito interessante esta recuperação de informação onde você cita meu post
(transcrição abaixo).
Em maio de 2007 eu pensava desta forma e em dezembro de 2010 continuo pensando
da mesma forma, mesmo com a nova TELEBRAS criada. Digo nova TELEBRAS, porque
esta, não tem nada a ver com aquela que participou do desenvolvimento das
Telecomunicações no país.
Apesar de considerar que a estratégia das Empresas Dominantes no Mercado, as
"TELES", estar equivocada, dando preferência ao lucro, do que o atendimento à
sociedade e não valorizando a competição como fator de desenvolvimento do
mercado, não vejo solução neste retorno da TELEBRAS.
O embate jurídico entre as partes não vai levar a nada, mesmo que seja para se
buscar uma posição negociada.
Esta possível posição negociação, tem que ser muito cuidadosa, pois ela pode
criar distorções nos conceitos regulatórios que são a base do desenvolvimento
sustentado deste setor.
Só para lembrar esta negociação de metas de Universalização da Telefonia por
backhaul de acesso à Internet (não acredito que alguém diga que este backhaul
era para telefonia), culminando com a questão dos bens reversíveis do STFC,
aparentemente muito boa na época para as partes, mas criou este estado de
controvérsias existente.
Quando se pensa em repetir esta prática em outras doses do mesmo remédio, se uma
das partes não concorda, voltamos a estaca zero. O doente, neste caso a
sociedade brasileira continua sofrendo enquanto se discute o remédio ou a dose
que será aplicada.
sds
Jose Roberto de Souza Pinto
Engenheiro, Mestre em Economia e Consultor.
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Nota de Helio Rosa:
Em 2007, na mensagem citada, José Roberto comentava esta matéria,
transcrita mais abaixo:
Portal Exame
[17/05/07]
Quem precisa de uma nova estatal? -
por Malu Gaspar e Samantha Lima
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18 de maio de 2007
Mensagem de Jose Roberto de Souza Pinto, Engenheiro e consultor em
telecomunicações
de josersp <josersp@terra.com.br>
para Celld-group <Celld-group@yahoogrupos.com.br> , wirelessbr <wirelessbr@yahoogrupos.com.br>,
data 18 de maio de 2007
Estatal no setor de Telecomunicações
No mínimo um contra-senso, ou vai precisar de uma boa justificativa.
O país precisa de novos investimentos em vários setores da economia e o governo
federal é responsável pela infra-estrutura em diversos setores.
Numa crise de estradas e portos fora de condições para escoar a produção, crise
na infra-estrutura da aviação e uma potencial falta de energia para suportar o
Plano de Crescimento Acelerado - PAC do Governo, o país vive um céu de
brigadeiro nas Telecomunicações.
O custo elevado do governo no uso de serviços telecomunicações e a falta de uma
estratégia de desenvolvimento de serviços de banda larga no país não pode ser
justificativa para se criar uma Estatal no Setor de Telecomunicações. Certamente
também a falência da ELETRONET, não pode ser o argumento de aproveitar uma
oportunidade de negócio para o governo criar a sua Empresa.
Os governos de países desenvolvidos têm naturalmente um custo elevado de TI e de
Comunicações, até porque a gestão pública cada vez mais complexa requer
modernização nos seus processos para um melhor atendimento ao cidadão. A melhor
solução é ter uma equipe preparada para desenvolver um projeto considerando
todas as necessidades do governo e compartilhar recursos de modo a se obter uma
otimização dos serviços e buscar uma negociação bastante rígida com os
fornecedores. Recentemente os Estados Unidos da América realizaram uma das
maiores licitações junto aos fornecedores de serviços de Telecomunicações, o que
pode ser uma boa prática a ser seguida.
Mas dois argumentos são centrais em relação a se ter rede própria ou contratar
de terceiros os serviços.
O primeiro é que neste setor a tecnologia evolui muito rapidamente e em pouco
tempo as soluções ficam desatualizadas e menos competitivas, e se a rede é sua
você terá que estar fazendo permanentemente novos investimentos o que me parece
difícil para o governo devido as suas outras inúmeras prioridades.
A segunda é que uma Empresa de Telecomunicações tem que ser viável
economicamente, auto-sustentada, pois não se admite que uma Empresa neste setor
tenha que ser subsidiada, ou depender do orçamento do governo federal. Sobre
esta questão estudos de viabilidade econômica da Empresa Estatal, como um plano
de negócios devem ser publicamente apresentados.
Sobre a grave situação da deficiente oferta de serviços de banda larga
necessários para o desenvolvimento do país, o governo em tendo um Plano de Metas
para este setor pode negociar com a iniciativa privada o cumprimento destas
metas, que sem dúvida serão de interesse comercial destas Empresas privadas.
Jose Roberto de Souza Pinto
Engenheiro e consultor em telecomunicações
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Portal Exame
[17/05/07] Quem precisa de uma nova estatal? -
Por Malu Gaspar e Samantha Lima
As operadoras tentam evitar que o governo ressuscite a Eletronet e concorra
no mercado de banda larga
Uma nova estatal de telecomunicações está em
gestação no governo federal. A iniciativa é capitaneada pela ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff, que batizou o projeto de Infovias do Brasil. O
plano vem sendo discutido desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, mas foi nos últimos oito meses que as reuniões a respeito se
intensificaram. No dia 23 de março, o próprio Lula e cinco ministros
assistiram a uma apresentação do plano de criação da empresa. A idéia gerou
vários relatórios internos, discordâncias entre ministérios e forte reação
das empresas de telecomunicações, que se movimentam nos bastidores para
tentar impedir sua concretização. EXAME teve acesso a dois dos relatórios
internos. Um foi feito em fevereiro pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE)
da Presidência da República. Outro, intitulado Plano Nacional de Difusão de
Banda Larga, é de dezembro de 2006. Os dois prevêem que o governo federal
assuma a tarefa de levar internet em banda larga às escolas públicas,
cumprindo metas de inclusão digital, e passe a transmitir dados para
estatais que hoje contratam esses serviços na iniciativa privada, como
Serpro, Correios, Dataprev e Banco do Brasil.
Para materializar o projeto, o governo
pretende assumir a rede de cabos de fibra óptica da Eletronet, empresa que
tem como sócias a mutinacional AES, com 51% do capital, e a Eletrobrás, com
49%. Criada em 1999 para prestar serviços de transmissão de dados, a
Eletronet faliu por falta de demanda. Desde 2003, está em estado letárgico,
e sua pouca atividade -- serviços para estatais de energia elétrica e
algumas empresas privadas -- é administrada por um síndico nomeado pela
Justiça. A massa falida tem dívidas de 600 milhões de reais, dos quais 70%
com as fabricantes de equipamentos Furukawa e Alcatel-Lucent. O governo
estuda agora comprar os créditos dos fornecedores por 134 milhões de reais,
um deságio de 80%, e depois tornar a Eletronet subsidiária de uma estatal já
existente ou criar uma nova empresa. Uma vez estatizada, a rede -- que tem
16 000 quilômetros instalados em linhas de transmissão da Eletrobrás e
atravessa 18 estados, mas só chega até a periferia das grandes cidades --
precisaria ser completada para alcançar as escolas. Fazer isso, segundo
estimativa do NAE, custaria 9,7 bilhões de reais em cinco anos.
O argumento do governo em defesa do projeto é
que hoje, para a inclusão social, é mais importante ter acesso universal à
internet do que a telefones fixos, conforme se exigiu das telefônicas nas
privatizações. Mas, segundo essa tese, as empresas privadas não teriam
interesse em implantar banda larga nas regiões mais remotas e menos
rentáveis do país. "Se não houver participação direta do setor público, a
maioria da população brasileira não participará da inclusão digital", diz o
relatório do NAE. A solução, portanto, seria estabelecer um novo modelo para
o setor de telecomunicações para "atribuir ao Estado a oferta desses
serviços onde não houver interesse do mercado e não houver competitividade".
Desde que foram informados a respeito da
possível reencarnação da Eletronet, executivos e acionistas de operadoras de
telecomunicação têm percorrido os gabinetes de parlamentares e ministros em
Brasília em campanha contra o projeto. "A criação de uma estatal seria um
total descalabro, um descrédito para o setor que investiu 200 bilhões de
reais nos últimos oito anos. É um passo para trás", diz José Pauletti,
presidente da Associação Brasileira das Empresas de Telefonia Fixa, da qual
são associadas operadoras como Telefônica, Oi, Brasil Telecom e Embratel.
Procurados por EXAME, nem a ministra Dilma
Rousseff nem Paulo Bernardo, do Planejamento, comentaram o assunto. Para o
ministro das Comunicações, Hélio Costa, não há intenção de criar uma
concorrente estatal para as empresas privadas. "É importante recuperar um
sistema de infovias que está parado e que pode ser útil para ligar o norte
ao sul do país por banda larga. É disso que estamos falando", afirma Costa.
Para ele, a reação das empresas é um "exagero", já que, por não ter
ramificações em todo o território nacional, a Eletronet não roubaria mercado
do setor privado. Mesmo assim, pelo menos serviços de transmissão de dados
que hoje as estatais alugam das operadoras privadas, pagando 400 milhões de
reais por ano, poderiam passar para a Eletronet.
O mercado de banda larga como um todo faturou 2 bilhões de reais em 2006 e é
o que mais cresce no setor de telecomunicações, a um ritmo de 37,5% ao ano.
É também o mais concorrido. Desde o início de
2006, o preço do acesso à banda larga caiu 10% para os usuários. É nesse
mercado que a nova rede estatal, se formada, dividirá espaço.
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Rede polêmica
O governo federal planeja montar uma nova estatal responsável pela
transmissão de dados para realizar a inclusão digital. Veja como e por quê
O que é o
projeto
A idéia, nascida na Casa Civil, é que o governo assuma a rede de 16 000
quilômetros de fibra óptica da falida Eletronet ? ex-subsidiária da
Eletrobrás ? para levar a internet a 170 000 escolas públicas
Como começará
A alternativa mais cotada é que uma empresa estatal - Serpro, Correios ou
Telebrás - compre os créditos da massa falida da Eletronet (de 600 milhões
de reais) com deságio e passe a administrar a rede de fibra óptica
Os motivos do
governo
As empresas privadas não teriam interesse em levar banda larga a locais
distantes ou escolas por falta de retorno financeiro. Sendo assim, só o
Estado teria como promover a inclusão digital
O que diz o
setor privado
Empresas poderiam prestar esse serviço a custo mais baixo e de
forma eficiente. Há quem considere que a estatização da rede pode criar uma
concorrente para o setor privado, contrariando o modelo brasileiro de
telecomunicações.
Com o investimento previsto nos planos do
governo, a Eletronet teria potencial para chegar a usuários de quase 2 000
municípios brasileiros, cobertura semelhante à das operadoras privadas. Uma
das alternativas à estatização da Eletronet seria a formação de uma parceria
público-privada (PPP) para a operação de sua rede e a construção das
ligações necessárias para alcançar as escolas. Parte dos envolvidos na
discussão sobre o projeto dentro do governo federal defende essa tese. Mas,
pelo que disseram a EXAME funcionários públicos graduados envolvidos na
discussão, até agora ninguém se dispôs a contradizer a opinião da ministra
da Casa Civil, contrária à PPP.
A parceria público-privada é hoje também a
alternativa mais aceita pelas empresas privadas. Para provar que estão
dispostas a universalizar o acesso à banda larga, elas pretendem mostrar ao
governo, nas próximas semanas, sua proposta para pôr a rede em operação.
"Temos certeza de que é possível implantar a universalização a um custo
muito menor e bem antes dos cinco anos propostos. Seria possível atender de
imediato pelo menos 80% das escolas. Nos 20% que não seriam viáveis,
precisaríamos discutir formas de subsidiar o acesso", diz Ronaldo Iabrudi,
presidente da Telebrasil, entidade que reúne todas as empresas de
telecomunicações. "Uma estrutura nacional só com base na Eletronet seria
eternamente deficitária, como já ficou provado. Alguém fatalmente pagaria
essa conta."
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