José Roberto de Souza Pinto

ComUnidade WirelessBrasil

Fevereiro 2010                   Índice dos assuntos     


03/02/10

• Comentários de José Roberto de S. Pinto sobre o "post" "Entre o Twitter e o 'bode na sala'..."

de josersp@terra.com.br
responder a josersp@terra.com.br
para HELIO ROSA COMUNIDADE CELL <rosahelio@gmail.com>
data 3 de fevereiro de 2010 16:51
assunto [Celld-group]Telebrás: entre o Twitter e o 'bode na sala'...

Caro Hélio e grupos

A analise do Leonardo Araújo está excelente, tanto do ponto de vista do PNBL quanto das figuras políticas envolvidas.
Resta somente alguém explicar em termos legais a CVM este movimento de alta no valor das ações da TELEBRÁS sem o devido fato relevante, isto se queremos ser um dia um país sério.

Outra questão é a decisão se banda larga será um serviço público ou se será mantido como regime privado.
Se for serviço publico, precisa de um plano de outorgas e naturalmente uma licitação pública onde além da TELEBRÁS outras Empresas podem participar, se atenderem as condições de um edital.
Se for mantido o regime atual a TELEBRÁS vai facilmente obter uma autorização na ANATEL de SCM e poderá prestar o serviço. Tudo isso pode ser feito mas leva tempo.

A realidade é que é um pouco diferente, então como tenho 28 anos de Estatal, 7 anos de Empresa Privada e 5 de consultor no setor de TELECOM, vejo que uma Empresa de Telecomunicações reativada do nada (a TELEBRAS), sem quadro de pessoal e ainda sendo gerida politicamente vai ter dificuldades de decolar, e pode até não decolar dependendo do resultado das próximas eleições.

Este é um aspecto a ser considerado neste processo de especulação com que a ações da TELEBRÁS vem passando, pois não tenho dúvidas que os analistas de mercado de capitais sabem muito bem avaliar estas condições.

sds
Jose Roberto de Souza Pinto

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03/02/10
Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (141) - Análise de Leonardo Araújo: "Entre o Twitter e o 'bode na sala', pode estar o Novo Desenvolvimentismo"

de lrc_araujo <lrc_araujo@yahoo.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 3 de fevereiro de 2010 15:44
assunto [wireless.br] Telebrás: entre o Twitter e o "bode na sala", pode estar o Novo Desenvolvimentismo

Fonte: Insight - Laboratório de Ideias
[03/01/10]   Telebrás: entre o Twitter e o "bode na sala", pode estar o Novo Desenvolvimentismo - por Leonardo Araújo

Leonardo Araujo é analista de TI.

A reunião entre o Presidente e os representantes da sociedade civil, acontecida em Brasília no dia 02 de fevereiro, independentemente do que foi tratado, caracterizou-se por um aspecto novo: apresentou aos brasileiros e brasileiras uma nova ferramenta da era digital. A partir de hoje, devido à disseminação pela imprensa, esse dia ficará conhecido como o primeiro em que alguém tuitou uma reunião presidencial no Brasil, acrescentando também um novo verbo ao dicionário popular.

Como a reunião tratou exatamente do Plano Nacional de Banda Larga, é de se questionar se esse fato teria sido isso uma mera coincidência ou uma grande jogada de marketing, aplicada na hora certa, no lugar certo e com as pessoas certas, a fim de obter a máxima repercussão possível.

Voltando ao assunto da reunião, embora ela não tenha tido caráter sigiloso, o fato é que houve uma disseminação pública de algumas informações relevantes:
- a Telebrás será reativada;
- o FUST será empregado no PNBL e, provavelmente, na capitalização da Telebrás.

Como Lula, seus ministros e seus assessores não são novatos na política, pelo contrário - são "raposas velhas", a possibilidade mais plausível é que o "vazamento" tenha sido planejado; caso contrário, não permitiriam ao Marcelo Branco e ao ministro Paulo Bernardo tuitar a reunião, pois o resultado seria óbvio.

A questão fundamental é: além de uma eventual jogada de marketing, qual seria o objetivo político?

Segundo tuitou Paulo Bernardo, "O PNBL já está pronto e será mostrado ao presidente no próximo dia 10". Ora, se já está pronto, "ouvir a sociedade civil" pode ter sido apenas uma medida pró-forma, no sentido de encaixar uma ou outra reivindicação básica a mais e também conhecer as argumentações contrárias, a fim de que, na divulgação, o governo possa ter respostas prontas a elas.

No tocante ao plano do ministro Hélio Costa, se ele já havia sido entregue em 2009 ao presidente, por que entregá-lo outra vez? Se o PNBL "já está pronto" e o ministro novamente entregou a sua versão, parece óbvio que esta foi publicamente deixada de lado, sendo mais uma atitude pró-forma, ou uma afirmação política perante a sociedade (e às operadoras) ou, ainda, uma última tentativa para emplacar alguma coisa de seu interesse.

Assim, excetuando-se uma ingenuidade política impensável, é de se supor que todo esse circo estava planejado. Agora, com o "bode na sala", caberá ao presidente confirmar que a Telebrás será reativada. No entanto, para retirar o mal-cheiroso animal e acalmar as incumbents, Lula deverá tornar público que, aquelas que desejarem ser parceiras, terão também sua fatia nesse bolo, que pode chegar a 20 bilhões de reais. Isso já deixará satisfeito o "aparentemente" desprestigiado ministro Hélio Costa, que, por outro lado, poderá também ser compensado com favores políticos adicionais, mormente nesse período em está "candidato a alguma coisa", em Minas ou no Planalto.

Ao se levantar hipóteses, também não se pode deixar de considerar o fato de que qualquer capitalização da Telebrás significará, de acordo com a Lei das S.A., uma consequente subscrição a ser ofertada aos minoritários. Em vista disso, pregões com preços elevados agora significarão um preço igualmente mais elevado para essa subscrição. A consequência seria a possibilidade de uma maior capitalização da empresa que já foi uma das "jóias da coroa" e que agora, reativada com prestígio e dinheiro público-privado, pode também voltar a exibir uma saúde invejável, principalmente se houver uma democratização de seu capital, tão ao gosto do setor mais light do PT.

Ao que parece, a Telebrás pode vir a se constituir na primeira concretização da filosofia do "Novo Desenvolvimentismo", pregada insistentemente pela candidata Dilma Rousseff como base de sua plataforma político-econômica. Dentro dessa filosofia, o Estado precisa se mostrar forte onde ou quando o setor privado não quer ou não pode investir, estabelecendo as parcerias que forem desejáveis, mas se mostrando inflexível no atingimento dos objetivos propostos.

Já escrevi outras vezes e faço questão de repetir: Lula pode ter muitos defeitos, mas certamente é um dos maiores articuladores políticos "jamais vistos nesse País". Como tal, caberá a ele acomodar todos os interesses envolvidos e montar uma resultante política que agrade a todos: PT, PMDB, sociedade civil e grandes e pequenas operadoras.

O PT quer a Telebrás reavivada e na liderança do PNBL... e a terá. O PMDB quer prestigiar seu ministro e garantir espaço no governo... e assim será. As operadoras querem uma fatia desse bolo... e a terão. A sociedade civil quer uma justificativa razoável para a reativação da Telebrás... e a terá.

Resolvendo isso, agora que parou até com suas cigarrilhas, só falta Lula começar também a tuitar!

*Leonardo Araújo é analista de TI.

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OBS: Esta matéria está publicada também no Insight - Laboratório de Ideias


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