José
Roberto de Souza Pinto
ComUnidade
WirelessBrasil
Fevereiro 2010 Índice dos assuntos
12/02/10
• Msg de José Roberto de S. Pinto sobre "Reunião do PNBL", "Comunicado à CVM" e "British Telecom"
de josersp@terra.com.br
data 12 de fevereiro de 2010 11:04
assunto Re: [Celld-group] Reunião do PNBL: Contrariando algumas expectativas e
confirmando outras, o encontro não foi decisivo e comunicado a CVM
Caro Hélio e Grupos
Sobre a reunião e a pressão junto as Prestadoras de Serviço, me parece que esta
é uma das funções do Governo de tratar do interesse público, que neste caso é o
de recuperar o atraso do país nos serviços de banda larga.
Em todos os setores regulados da economia existe um espaço para negociação entre
o regulador e o regulado. Esta é uma prática saudável que é adotada no setor de
Comunicações em vários países e com sucesso.
Se a avaliação do companheiro estiver certa sobre a negociação envolver o apoio
político a campanha do partido, então chegamos ao fundo do poço. Já estávamos
muito próximos do fundo do poço, com o caso das ações da TELEBRÁS, onde o
governo não cumpriu a legislação e mesmo com esse comunicado recente e atrasado
também não cumpre. A CVM certamente vai pedir mais informações.
A prática de negociação não é uma simples ameaça, mas sim opções alternativas
que são oferecidas de forma clara e transparente ao regulado e ao público em
geral.
Um dos melhores exemplos da adoção desta prática foi a negociação da OFCOM
(Agência Reguladora do Reino Unido) que depois de várias trabalhos desenvolvidos
colocados de forma pública ofereceu a BT (British Telecom) a oportunidade de
escolha entre 3 caminhos:
Opção 1: A desregulação completa
Opção 2: Investigação das práticas anticompetitivas
Opção 3: Assegurar uma efetiva igualdade de acesso
A BT escolheu a opção 3, criou uma unidade de venda no atacado que é a Openreach
que atende a todas as demais Prestadoras de Serviço de Banda Larga, inclusive a
unidade de negócios da BT que presta serviços no varejo.
A descrição deste processo pode ser considerada uma obra de arte e os resultados
não indiscutivelmente excelentes para o mercado.
Queda mais acentuada de preços, inovação de serviços e efetiva competição com um
número representativo de Empresas Entrantes no mercado são alguns dos
resultados.
Para os estudiosos deste tema competição, esta é da uma modalidade de separação
estrutural sem alteração em mecanismos da estrutura Empresarial e muito menos
societária. Estamos falando de uma separação funcional que é um instrumento
criado para garantir a isonomia de tratamento, que facilita a gestão da Agência
Reguladora sobre as Empresas Dominantes no mercado.
Quem tiver dúvidas verifique no site da OFECOM o processo nos detalhes e os
resultados econômicos da BT que são melhores a partir desta mudança.
Certamente aí está a diferença entre a forma de conduzir, em um país
desenvolvido de outro ainda em estado rudimentar.
sds
Jose Roberto de Souza Pinto
Engenheiro, Mestre em Economia e Consultor em Telecomunicações.
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