José
Roberto de Souza Pinto
ComUnidade
WirelessBrasil
Abril 2011 Índice dos assuntos
• "OFCOM e ANATEL - Veja a diferença"
de josersp@terra.com.br
para Grupos
data 1 de abril de 2011 10:54
assunto OFCOM e ANATEL - Veja a diferença
Esta notícia veiculada no "Tele.Síntese - Momento" desta semana, merece uma
ampla divulgação.
Mais uma demonstração do que é possível ser
feito, quando se tem uma Agência Reguladora das Telecomunicações, séria e
comprometida com a sociedade.
Cabe observar que o usuário consumidor será beneficiado e as Empresas não vão
quebrar, pois está sendo adotado um modelo de custos para determinar os valores
da tarifa de interconexão.
Interessante destacar que esta discussão do modelo de custos e da redução das
tarifas de interconexão, são temas bastante desenvolvidos no Brasil desde de
2002, portanto estamos fazendo 9 anos este ano de 2011.
Porque será que as coisas aqui no Brasil andam um pouco mais devagar?
sds
Jose Roberto de Souza Pinto
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Ofcom impõe redução de 80% da VU-M até 2011 para quatro
operadoras celulares
Chiadeira está enorme, mas as quatro operadoras celulares com cobertura nacional
no Reino Unido – Vodafone, O2, Everething Everywhere e H3G – vão ter de reduzir
em 80%, até 2014, sua taxa de terminação de chamada na rede móvel. As novas
regras da Ofcom para a terminação de chamadas móveis começam a valer a partir de
hoje, 1º de abril, e foram estabelecidas após um longo processo de discussão,
iniciado em 2009, e que envolveu duas consultas públicas. Todas as operadoras
móveis do país com significativo poder de mercado ficam obrigadas a garantir o
acesso a suas redes sem discriminação e a preços razoáveis e transparentes. Além
de cumprir as exigências de transparência, as operadoras nacionais serão
submetidas a controle de preço.
A decisão do regulador inglês de apertar o controle das tarifas de interconexão
das celulares foi adotada para proteger o consumidor das altas tarifas cobradas,
especialmente do consumidor que liga de um telefone fixo para um celular ou
mesmo de um celular para outro celular de outra rede. Embora a tendência seja de
queda nas ligações fixo/móvel, o regulador diz que não se pode penalizar o
usuário que opta por esse tipo de comunicação, mais usada justamente pelas
pessoas mais velhas. Também entende que as altas tarifas de interconexão
cobradas, mesmo que compensadas para os usuários da mesma operadora com tarifas
de uso menores e maiores subsídios a aparelhos, não são vantajosas para as
ligações off-net, ou seja, feitas entre redes diferentes.
Para levar à frente a política de redução das tarifas de interconexão das redes
móveis, o regulador inglês optou por controlar o preço praticado pelas quatro
operadoras nacionais com base na metodologia de apuração de custo incremental de
longo prazo pura, Leric na sigla em inglês (Long Run Incremental Cost). As
operadoras nacionais, na consulta pública, se posicionaram contra esta
metodologia, preferindo a chamada Leric+, metodologia utilizada até ontem. Mas
as autoridades chegaram a conclusão de que se aceitassem a demanda das
operadoras, as receitas de interconexão por volta de 2015 representariam o dobro
do valor apurado com a aplicação da metodologia Leric pura.
A expectativa do regulador é de que as novas regras derrubem os preços para o
valor cobrado do consumidor final, permitam uma competição mais justa entre as
redes (fixa-móvel e móvel/móvel) e estimulem a entrada de novos competidores,
eliminando a barreira de entrada até então representada pela tarifa de
interconexão para operadoras virtuais e redes com menor número de clientes.
De sua parte, as operadoras celulares dizem que a nova metodologia vai afetar
planos mais vantajosos para usuários, que muitos deles vão se tornar
antieconômicos e que as tarifas do pré-pago devem subir.
E no Brasil?
Enquanto o Reino Unido promove o segundo corte expressivo das tarifas de
interconexão das redes móveis, o Brasil não consegue levar a frente a consulta
pública para promover uma modesta redução desta tarifa, a segunda maior do
mundo, perdendo apenas para o Japão. A falta de apetite da Anatel para tratar
tema tão relevante causa perplexidade, como mostra a jornalista Miriam Aquino no
artigo “Cadê a prometida redução da tarifa VC/VU-M?” (www.telesintese.com.br).
Estudo divulgado em fevereiro pela consultoria Goldman Sachs sobre os possíveis
efeitos do corte da VU-M no Brasil mostra que uma redução de 10% no valor desta
tarifa este ano e outros 10% em 2012, proposta submetida à consulta pública,
deverá provocar redução nas tarifas do usuário final do celular, o que deverá
também acelerar a substituição da linha fixa pelo celular.
As projeções da consultoria levam em conta o que aconteceu no México, que adotou
política de redução da tarifa de interconexão móvel a partir de 2005. Segundo os
dados da Goldman Sachs, a operadora fixa mexicana Telmex perdeu 9% de seus
usuários de linha fixa e o tráfego das linhas remanescentes caiu 18%. A
expectativa do banco é de que a partir da queda da VU-M no Brasil, também a
Telefônica e a Oi deverão enfrentar aceleração da desconexão da linha fixa. Em
média, elas estão perdendo 3% de suas linhas fixas por ano. Com a queda nos
preços do celular essa perda deverá ser de 5% ao ano, prevê o banco.
Outro movimento que houve no México e deverá se repetir no Brasil, a partir da
redução da tarifa de interconexão, é o aumento da média mensal de uso (MOU), já
que os usuários de celular são muito sensíveis a preço. No Brasil, a taxa de uso
é muito inferior a de países da América Latina com o mesmo perfil, porque o
valor da chamada é muito mais alto.
Só para lembrar: a tarifa de interconexão do celular gira em torno de R$ 0,42
(ou US$ 0,25/minuto), enquanto os preços globais variam de US$ 0,03 a US$
0,10/minuto. Como essa tarifa tem que ser paga para o completamento de toda a
chamada de celular off-net ou chamada fixo-móvel local, a tarifa final do
celular brasileiro também é muito alta: em média R$ 1,47 no pré-pago (ou US$
0,90/minuto) e R$ 1,07/minuto no pós-pago.
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