José
Roberto de Souza Pinto
ComUnidade
WirelessBrasil
Setembro 2011 Índice dos assuntos
20/09/11
• Indicação de leitura: "Postes: uma barreira para expansão da banda larga no Brasil"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Recebi de José Roberto de Souza Pinto - e agradeço - esta matéria publicada no Informativo TelComp nº 57, de setembro de 2011: "Postes: uma barreira para expansão da banda larga no Brasil"
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Postes: uma barreira para expansão da banda larga no Brasil
Postes e direitos de passagem por rodovias são recursos absolutamente
essenciais para expansão das telecomunicações
Distribuidoras de energia elétrica cobram altos valores para permitir o
compartilhamento de postes. Concessionárias de rodovias cobram —a título de
direito de passagem — montantes várias vezes maiores que os cobrados pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) que, por sua vez
já são elevadíssimos.
As concessionárias de ferrovias cobram valores expressivos para que cabos de
fibra óptica cruzem suas linhas. Todas entendem ter direito à livre cobrança com
base nos seus próprios critérios, sob o argumento de liberdade de contratação e
necessidade de aumentar a arrecadação para assegurar a "modicidade tarifária da
energia elétrica, dos pedágios e das tarifas ferroviárias".
Por outro lado. empresas de telecomunicações que estão investindo em expansão de
redes de fibra óptica no país encontram grandes dificuldades para ter acesso aos
postes e para firmar contratos de direitos de passagem. Para operadores de
telecomunicações este é um custo alto e por vezes limitação intransponível para
expansão de redes.
Em um país com as dimensões do Brasil, postes e direitos de passagem por
rodovias e ferrovias são recursos absolutamente essenciais para expansão das
telecomunicações. Hoje, os novos investimentos são feitos principalmente por
operadoras competitivas que querem atingir mercados desatendidos, muitos deles
em localidades identificadas pelas concessionárias locais de telecomunicações
como mercados não atrativos em virtude de baixa renda e população pequena.
Entretanto, por entender que telecom é infraestrutura com forte potencial para
dinamizar a atividade econômica e criar riquezas, operadoras competitivas
enxergam oportunidades nestas áreas onde não há alternativas de ofertas de
serviços.
O acesso aos postes das concessionárias de eletricidade é, com frequência,
privilégio das concessionárias de telecomunicações que contam com contratos
antigos, por valores que - quando cobrados - estão na casa de centavos de
real.
Para um novo operador, no entanto, é comum vermos o acesso negado ou ter de se
sujeitar a pagar valores que ultrapassam R$ 10 por poste por mês. Esta é uma
faixa de preços elevada e que inviabiliza muitos projetos de expansão. Além
disso, representa uma barreira de entrada significativa para um novo competidor.
Apenas para referência, nos Estados Unidos, o preço de aluguel não passa de US$
1 por poste por mês.
Um caso para ação de Política Pública
Um grupo interministerial - reunindo especialistas em telecomunicações,
transportes e distribuição de energia elétrica - poderia analisar a questão
tendo por base planilhas de receitas e despesas de cada setor e definir os
níveis adequados de subsídios intersetoriais que maximizam o bem estar social.
Ou pode-se concluir serem desnecessários tais subsídios e cada qual deve arcar
com os custos marginais gerados com o compartilhamento da infraestrutura
pública, corno é o caso de postes utilizados por concessionárias de energia ou o
leito de estradas.
Nesse instante em que a massificação de banda larga figura como prioridade
política e que o novo ordenamento regulatório vai abrir oportunidades de
expansão de redes para capilarização de serviços convergentes de banda larga,
voz e TV por assinatura, tais definições seriam uma providência de enorme
impacto como incentivo a investimentos novos.
Dar transparência a esta atividade pode reduzir custos e eliminar desperdícios
com discussões judiciais e exigências burocráticas que afetam sobremaneira o
Custo Brasil em Telecom.
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