José Roberto de Souza Pinto

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Agosto 2014               Índice dos assuntos  deste website    


27/08/14

• Prevenir ou remediar, qual a melhor política? - por José Roberto de Souza Pinto

Certamente você já pensou neste tema, e até tem tomado medidas no sentido de se prevenir.

Basicamente as políticas públicas são implementadas em função da existência de recursos que são obtidos de toda a sociedade por meio de taxas e impostos de uma maneira geral, que em suma são dos contribuintes, que pagam e esperam receber em troca os benefícios em termos de serviços públicos, nas áreas como saúde, educação, segurança entre outras.

A questão é como estão sendo aplicados estes recursos, em que áreas, qual é a prioridade, são técnica e economicamente as melhores soluções, são viáveis e até que ponto representa o desejo da sociedade.

Estudos demonstram que os custos de atendimento da saúde e segurança pública e despesas com presídios são sempre mais elevados do que investimentos em prevenção, como na área de saneamento básico, educação e muitas outras atividades na linha preventiva.

Neste campo podemos também incluir as questões do consumo de água e energia em comparação com alternativas de uso de energias limpas como o vento e a energia solar e renováveis, sem desprezar o potencial de outras fontes.

Por outro lado, vemos também como crítico o nível de poluição dos rios e outras fontes que sem dúvida é provocado principalmente pela deficiência no nível educacional da população e pela falta de uma cultura de preservação e sua redução passa naturalmente pela solução destes problemas.

Certamente temos inúmeras iniciativas neste campo da prevenção e também não podemos abandonar os que já estão doentes, assim como não tomar medidas coercitivas na segurança pública entre outras, que são caracteristicamente para remediar os problemas que estão aí e tem que ser enfrentados numa política de curto prazo.

O que precisamos na realidade é de uma mudança cultural, no seio das famílias e das escolas com uma ampla campanha educativa promovida por todos os setores responsáveis da sociedade, evitando o desperdício e atuando preventivamente em todos os setores.

Talvez seja necessário incorporar em todos os currículos das escolas e universidades esta matéria e também formar profissionais altamente especializados nesse tipo de atitude e procedimento, que atuariam na multiplicação desses conhecimentos. Teríamos que ter um compromisso formal com os políticos, com os três poderes e dirigentes de grandes empresas e investidores.

A proposta envolveria todos os segmentos da sociedade com participação efetiva e incentivada das Universidades e Centros de Pesquisa que realizariam estudos e trabalhos especializados e orientativos para toda a sociedade com ênfase na conduta dos governantes e entidades ligadas a questão da sustentabilidade.

O campo de atuação é vastíssimo, porque estaria presente na questão da prevenção de doenças crônicas, incluindo a obesidade, o uso excessivo de sal e açúcar, alimentação em geral o uso de drogas, o lixo desde a sua origem até o seu reaproveitamento e a segurança pública com o espírito investigativo e preventivo.

Os resultados seriam medidos não só pelos benefícios obtidos pela sociedade, mas também pelos recursos aplicados nos orçamentos dos três níveis de governo, assim como as empresas seriam beneficiadas por suas novas práticas.

Em resumo não se trata de somente tomar um conjunto de iniciativas, mas sim de criar uma nova forma de vida, de comportamento do cidadão e do dirigente, seja ele público ou privado e teria o compromisso de toda a sociedade.

Faltam, portanto, lideranças que percebam a importância deste projeto, se comprometam e a assumam efetivamente.

O que não pode em hipótese alguma é dizer que já está fazendo, podendo até ter atuado em algum segmento nesta linha preventiva, porque na realidade os resultados do país como um todo estão todos muitos ruins, na saúde, na educação, na segurança pública, na poluição, desperdício e na infraestrutura de uma maneira geral, porque se o pensamento for este, ficaremos sempre no compasso de espera aguardando não sei o que, e o projeto não se deslanchará.

Jose Roberto de Souza Pinto é engenheiro, mestre em economia e consultor na área de comunicações.