José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Maio 2014 Índice dos assuntos deste website
15/05/14
• Notícia do Teletime e artigo de José Roberto de Souza Pinto sobre a tecnologia de "Vetorização"
Olá, Grupos
Transcrevo mais abaixo um artigo recente publicado no Teletime e um texto que
escrevi em 2012, resultado de estudo realizado sobre a tecnologia Vectoring nos
sistemas DSL para acesso em Banda Larga à Internet.
O texto esclarece o porque desta alternativa ainda ser uma solução, mesmo em um
ambiente de sistemas moveis em 4G e fibras ópticas em conexões diretas de
usuários.
José Roberto de Souza Pinto
Leia na Fonte: Teletime
[12/05/14]
Alcatel-Lucent abasteceu mercado com 5 milhões de linhas VDSL2 com vectoring
A Alcatel-Lucent (ALU) anunciou nesta segunda, 12, ter abastecido o mercado
global com cinco milhões de acessos em vectoring VDSL2, tecnologia capaz de
entregar velocidade de até 100 Mbps em redes fixas de cobre, servindo como
alternativa às implantações de fibra diretamente no usuário final (FTTH). A
companhia também afirma que a indústria agora está demandando mais produtos de
vectoring VDSL2 do que de VDSL2 comum por conta da necessidade de maior
capacidade de banda larga fixa.
Em nota, o diretor da área de acessos fixos da ALU, Federico Guillen, afirmou
que o mercado tem se mostrado ávido pela solução, com um milhão de linhas nos 18
primeiros meses e, "menos de um ano depois, adicionando mais quatro milhões ao
total". Entre os clientes disponibilizando o vectoring VDSL2 estão a Telecom
Italia, KPN e Telecom Argentina.
Artigo de José Roberto de Souza Pinto
[25/04/12] Incremento na capacidade da Banda Larga no acesso à Internet
1. Introdução
As demandas por acesso a Internet em Banda Larga, são crescentes em número de
assinantes, mas também na necessidade cada vez maior de banda mais larga para
atender as necessidades de novas aplicações e serviços para os usuários.
Particularmente, as aplicações que incluem imagens e vídeos têm apresentado
demandas por bandas cada vez mais largas.
2. Tecnologia DSL
A tecnologia DSL (Digital Subscriber Line), que se utiliza dos pares de
cobre da rede telefônica local, vem evoluindo e proporcionando cada vez mais
capacidade de transmissão para os acessos a Internet em Banda Larga.
Neste breve resumo, podemos ver a evolução da tecnologia DSL e uma comparação
com outras tecnologias de acesso à Internet.
Soluções evolutivas para tecnologias de acesso em banda larga
Tecnologia | Evolução | Taxa de Transmissão | Distância entre a Central da Prestadora e o Assinante |
DSL |
ADSL ADSL2 ADSL2+ VDSL VDSL2 VDSL2 (Vectoring) |
8 Mbps 24 Mbps 24 Mbps 13 Mbps a 52 Mbps 56 Mbps 100 Mbps |
3 km a 5 km 4 km 4 km 330 metros 500 metros 400 metros |
FIBRA OPTICA FTTH / FTTC |
GPON SDH METRO ETHERNET |
2,5 Gbps 155 Mbps a 10 Gbps 10 Mbps a 100 Mbps |
20 km
|
SISTEMAS MÓVEIS CELULARES |
3G HSPA 4G – LTE FDD LTE TDD |
7,2 Mbps 14,3 Mbps 150 Mbps modem de 100 Mbps 75 Mbps down x uplink |
|
Fonte: Recorte da tese de mestrado de Jose R. de S. Pinto atualizado em abril de
2012 e Revista Teletime - ano 12 - número 120 – Especial Redes IP Acesso
DSL – Digital Subscriber Line
ADSL – Asymmetric Digital Subscriber Line
FTTH – Fiber-to-the-Home (fibra optica até a residência)
FTTC – Fiber-to-the-Curb (fibra optica até a calçada)
GPON – Gigabit Passive Optical Network
SDH – Synchronous Digital Hierarchy
3G – Terceira geração de sistemas móveis celulares
HSPA – High Speed Packet Access
4G – Quarta geração de sistemas móveis celulares
LTE – Long Term Evolution
FDD - Frequency Division Duplex, uma banda para o downlink e uma para o uplink,
com separação entre elas.
TDD - Time Division Duplex, em uma banda é dividido, parte para o downlink e
parte para o uplink.
Mais recentemente a tecnologia VDSL2 com a solução Vectoring (*), vem apresentando
resultados significativos de incremento na capacidade de transmissão neste meio,
atingindo 100 Mbps para distâncias de 400 metros ou 40 Mbps para 1.000 metros.
Combinando com a solução Phantom Modem, pode atingir 300 Mbps para uma distancia
de 400 metros.
Existe também a tecnologia bondding onde em uma rede VDSL2 vetorizada e com
quatro pares pode-se atingir 800 Mbps com última milha de 400 metros.
Estas indicações, sem dúvida acrescentam valor aos pares metálicos de acesso
originalmente instalados para a prestação do serviço de telefonia fixa.
O fator chave da tecnologia é a redução do ruído existente nas linhas de pares
telefônicos com uma solução de medidas continuas e cancelamento deste ruído o
que permite o aumento da taxa de transmissão neste meio. Esta solução também
reduz a interferências entre pares pelo natural carregamento elétrico do cabo de
pares, minimizando o problema de crosstalk nos pares vizinhos.
Esta tecnologia
VDSL2 padronizada pelo ITU está em franco desenvolvimento, em função dos custos
envolvidos e da facilidade de implantação, se comparada com a solução de fibra
óptica pura até as residências dos usuários.
Combinações estão sendo adotadas, com sistemas híbridos que se utilizam de
fibras ópticas até o quarteirão ou esquina da rua e chegam à residência do
assinante com cabos de pares metálicos com esta tecnologia vectoring.
3. Fornecedores da tecnologia vectoring
Alguns fornecedores tem se destacado no desenvolvimento e implementação desta
solução vectoring.
A ALCATEL – LUCENT, a NOKIA – SIEMENS estão fornecendo esta solução para
diversos operadores, prestadores de serviços de acesso à Internet em alta
velocidade.
4. Experiências Internacionais de Operadores
Uma pesquisa realizada sobre o uso desta tecnologia identificou, que a
partir de 2009, 48 países estão em estudo, testes ou implantação desta solução,
com destaque para a Europa com 27 países, a Ásia com 11 países e as Américas com
7 países.
Na Austria, a TELECOM Austria iniciou a prestação do serviço com a tecnologia
vectoring em novembro de 2009. Na Bélgica a BELGACOM iniciou testes com o
produto da ALCATEL – LUCENT. A Telefônica 02 na Republica Checa iniciou em 2009
os testes para uso da tecnologia.
Outros países como, por exemplo, a DINAMARCA, a ESTONIA, a FINLANDIA, a FRANÇA,
a ALEMANHA, a GRECIA, a ESPANHA, o REINO UNIDO e a ITALIA estão em fase inicial
de testes ou implantação da solução vectoring.
5. Infraestrutura das redes de Telecomunicações no Brasil
O Brasil com sua vasta área territorial esta coberta em termos de serviços de
telefonia fixa pelas Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC)
e por Empresas entrantes no mercado com Autorizações.
As Empresas
Concessionárias com uma abrangente rede de cabos de pares metálicos se utilizam
da infraestrutura de rede de acesso ao assinante de telefonia para prestar
outros serviços diversos da telefonia fixa. Esta mesma infraestrutura de rede de
telecomunicações vem sendo utilizada por estas Concessionárias para prestação
dos serviços de acesso a Internet em Banda Larga, utilizando-se da tecnologia
DSL.
Dados recentes do final de 2011 indicam que a tecnologia xDSL no mundo ainda é
responsável por 60,8 % do mercado de acesso a Internet. As demais soluções se
dividem com o uso da rede de cabos utilizada para o serviço de TV por assinatura
(cable modem) e soluções hibridas que combinam uma estrutura de rede com fibra
óptica, cabos coaxiais e pares de cobre com adição da tecnologia DSL.
Apesar do
crescimento das outras tecnologias as soluções com pares de cobre e a tecnologia DSL, devem prevalecer por muito tempo, inclusive em função deste potencial de
capacidade criado pelo vectoring.
O aspecto positivo é que no Brasil algumas Empresas Prestadoras de Serviços de
Telecomunicações, começam a utilizar este tipo de solução, o que vai permitir
uma melhoria na oferta de serviços de acesso à Internet em Banda Larga,
valorizando os cabos de pares metálicos disponíveis e diminuindo as intervenções
nas vias públicas para lançamento de novos cabos.
José Roberto de Souza Pinto
Engenheiro, Mestre em Economia e Consultor na área de Telecomunicações
(*) Nota:
'A vetorização é uma técnica que reduz
dinamicamente os efeitos dos ruidos gerados a partir da transmissão de
frequências nos pares de cobre, também chamado e crosstalk, uma das principais
desvantagens da rede de par trançado em relação à fibra óptica. A vetorização
pré-compensa o crosstalk que será sentido nas linhas de cobre. O FEXT (tipo de
crosstalk) é pré-subtraído no nó de acesso e compensado, ao longo da transmissão
no par trançado, de modo a deixar livre de interferência os sinais recebidos no
modem do usuário. A vetorização administra as portas Ethernet analisando a
melhor relação entre potência transmitida e consumo de energia.
Os parâmetros de linha variam durante o dia, de acordo com o aumento de
umidade, de calor, ruído... A solução busca injetar a potência correta de acordo
com as perdas e vai monitorando a linha e fazendo um balanço em tempo real entre
potência transmitida e energia consumida.
[Procure também "posts" antigos e novos sobre este tema no WirelessBrasil