José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Outubro 2016 Índice dos assuntos deste website
28/10/16
• Separação Estrutural em Indústrias Reguladas
Referência:
Separação Estrutural em Indústrias Reguladas (tradução) - Relatório do
secretariado da OCDE (download)
O documento citado acima na Referência elaborado pela OCDE - Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico é uma versão em português de 05 de abril
de 2001, texto original na língua inglesa e tem por objetivo apresentar as
principais informações sobre a tese geral de separação estrutural em industrias
reguladas nos setores de infraestrutura e as aplicações específicas na área de
Telecomunicações.
Visa proporcionar uma reflexão sobre o setor de Telecomunicações no Brasil e
permitir a orientação de estudos de alternativas de atendimento pleno de
serviços de serviços de telecomunicações à sociedade brasileira e criando um
ambiente de efetiva competição no setor.
Este documento foi amplamente divulgado em 2002, no Brasil junto aos principais
profissionais da área e autoridades do setor de telecomunicações da época.
Os recentes resultados apresentados em relatório da ANATEL, dão conta que a
efetiva competição proposta e regulada pela Lei Geral de Telecomunicações - LGT,
ainda não se estabeleceu no país, se concentrando em poucas cidades.
O relatório da ANATEL indica que o serviço de banda larga fixa no país continua
muitíssimo concentrado: em 97,45% dos municípios há quase nenhuma competição. E
nessas cidades moram 66,2% da população.
Apenas em 25 municípios pode-se falar que há uma competição efetiva na oferta de
banda larga fixa (com mais de três operadoras prestando o serviço), o que
abrange 7,25% da população. E em 117 cidades, que congrega 26% da população, há
uma competição moderada.
Neste contexto, a oportunidade de se rever a LGT, recomenda a atenta leitura
deste texto sobre separação estrutural em industrias reguladas.
Em dezembro de 2009 ao concluir o mestrado em economia empresarial, tive a
oportunidade de rever alguns destes conceitos, que incorporei na minha
dissertação, denominada; “Modelos de Competição no Setor de Telecomunicações
para serviços de Banda Larga”, publicada em sites do setor e no website
WirelessBrasil.
Em particular neste trabalho citado, analiso e avalio a aplicação das opções de
Competição entre Plataformas de Serviços de Telecomunicações e Competição com o
uso das Redes de Telecomunicações das Prestadoras Dominantes pelas Empresas
Entrantes no Mercado.
Competição entre Plataformas de Serviços de Telecomunicações se caracteriza
predominantemente pela prestação do serviço a ser realizada com recursos
técnicos de uma rede de telecomunicações própria. Como exemplo, podemos citar a
rede de Telefonia, as redes para TV a cabo e as redes móveis celulares, que
prestariam serviços de telefonia, dados e vídeo integrados pela banda larga,
sendo que cada prestador de serviço investe em toda a infraestrutura de rede
para prestar o serviço ao usuário final.
Já na Competição com o uso das Redes de Telecomunicações das Prestadoras
Dominantes pelas Empresas Entrantes no Mercado, as Empresas prestadoras de
serviço de telecomunicações utilizam-se de partes da rede das Empresas
Dominantes sob a forma de compra no atacado, para configurarem as suas redes e
serviços de banda larga, que serão prestados ao usuário final, na forma de venda
no varejo.
Em minha conclusão defendi a tese da adoção da separação funcional, separando a
área de rede de telecomunicações (venda no atacado de recursos de rede) da área
de prestação de serviços de banda larga com a venda no varejo aos clientes
finais), como melhor forma para se efetivar a competição e um melhor atendimento
de serviços de telecomunicações à sociedade brasileira.
Jose Roberto de Souza Pinto
Engenheiro e mestre em Economia