José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Setembro 2018 Índice dos assuntos deste website
04/09/18
• Customizar e Fidelizar o Cliente de Serviços de
Telecomunicações
Palavras certamente glamourosas em qualquer curso de marketing.
Assim como manter permanente atenção a sua MARCA, bem como aos seus CLIENTES.
Um bom começo para se avaliar como está o atendimento aos clientes, usuários dos
serviços de telecomunicações no Brasil.
O modelo de prestação de serviços completando 20 anos de sua transformação exige
certamente mudanças em suas regras, visando uma maior flexibilidade para os
Prestadores de Serviços.
Por outro lado, o regime privado e a competição exigem um melhor atendimento aos
clientes nos seus diversos aspectos.
Dados recentes indicam que a qualidade dos serviços tem melhorado em função da
redução do número de reclamações, mas não me parece suficiente para se concluir
sobre o atendimento e a satisfação do cliente.
Afinal a qualidade de setor de telecomunicações hoje, após 20 anos da sua
privatização, deveria estar bastante maduro nesta questão de tratamento dos seus
clientes usuários de serviços.
O cenário atual indica que acesso em banda larga e comunicações móveis são a
prioridade das empresas, do cidadão e da sociedade como um todo.
Meu ponto de vista sobre a prestação dos serviços de telecomunicações se
concentra em duas questões; uma ligada as ofertas de serviços, que ainda em 2018
não levam em consideração a premissa de customização da solução e a qualidade do
relacionamento com o cliente usuário dos serviços.
Um dos exemplos é na oferta do serviço de banda larga que não vem com soluções
de distribuição interna nas residências ou pequenas Empresas do tipo WiFi.
Trata-se de uma interessante oportunidade, pois os roteadores com WiFi
oferecidos são normalmente limitados e não dão a devida cobertura. O cliente na
realidade com algum conhecimento parte para aquisição e instalação de
equipamentos para essa distribuição.
Dados recentes do evento “Executive Leadership Forum para a América Latina”
indicam que o volume de tráfego de dados móveis indoor representa 80% do total
de tráfego de Internet, sendo que deste total, 53% passam por redes WiFi.
Uma rede de WiFi na verdade é o principal sistema de acesso do seu terminal
móvel celular às aplicações de comunicações de mensagens, tipo WhatsApp,
messenger entre outros e redes sociais, mesmo quando você está fora da sua
residência ou escritório.
A outra aplicação que tem uma demanda crescente e diria sem limites é a de
acesso aos filmes e programas que estão disponíveis em aplicativos de serviços
de streaming de vídeo, tipo NETFLIX entre outros.
Me parece claro que o elevado custo das TVs por assinatura, além da pouca
flexibilidade nas soluções, diria também não customizadas, tem reduzido o
crescimento desse serviço, fazendo com que o cliente que tenha uma solução
razoável de acesso em banda larga, passe a dar preferência a estes aplicativos
alternativos.
A segunda crítica que faço, que já foi objeto de outros textos publicados é a
relativa ao tratamento aos clientes e potenciais clientes, dado pelos
callcenters, o conhecido “Telemarketing ativo” que realizam um esforço de venda
descoordenado com as necessidades dos clientes, gerando uma insatisfação
generalizada em função da insistência e horários inapropriados, afetando
negativamente a marca do Prestador de Serviços.
Estes dois aspectos, associado a erros em faturamento dos serviços aos clientes,
mostram o pouco amadurecimento do mercado de serviços de telecomunicações,
gerando uma clara insatisfação dos clientes.
Com relação da fidelização, que deveria ser o resultado da satisfação do cliente
com a marca do seu prestador de serviços de telecomunicações, este princípio ou
objetivo, tem sido tratado como compromisso de exigência contratual do cliente
com o prestador de serviços.
As naturais consequências desta conduta se concentram nas dúvidas sobre os
resultados apresentados pelo modelo decidido a 20 anos atrás, que privatizou os
serviços de telecomunicações, assim como na necessidade ou equivocada
necessidade de ampliar a regulamentação.
Penso que certamente não interessa aos Prestadores de Serviços mais regras
rígidas para corrigir estes desvios no atendimento e tratamento dos clientes
usuários de serviços.
O caminho de uma melhor conduta por parte dos Prestadores de Serviços com
flexibilidade nas soluções e com foco na competição saudável, me parece mais
adequado para o amadurecimento deste importante mercado.
Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro, mestre em economia empresarial.