José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Fevereiro 2020 Índice dos assuntos deste website
25/11/20
• Matérias recentes sobre o FUST - (Transcrições)
Comentário:
Finalmente um ato de lucidez, gerando uma boa notícia, neste momento que
prevalecem as notícias ruins. Tudo indica pelas informações, que além do FUST
(22 BILHÕES), vão também dar o destino certo para o FISTEL, que era exclusivo
para a fiscalização (deveria ser reduzido a real necessidade da atividade) e
outras medidas de redução da tributação. Destaco que são mais de 20 anos de
descumprimento da Legislação, de um tema que foi profundamente discutido, que
era o atendimento as áreas e pessoas menos favorecidas, visando o óbvio
desenvolvimento a partir do recurso de TELECOM disponível.
Triste dizer isso, MAS A PANDEMIA serviu para gerar uma consciência na
necessidade de comunicações e conhecimento.
Jose Roberto de Souza Pinto
Leia na Fonte: Teletime
[19/11/20
Senado aprova uso dos recursos do Fust para investimentos em Internet por
Marcos Urupá -19/11/20, 18:10 Atualizado em 19/11/20, 21:35
O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 19, o PL 172/2020, que prevê a
liberação dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações (Fust) para ampliação de infraestrutura de acesso à Internet. O
texto agora segue para sanção presidencial.
Pelo texto aprovado, os cerca de R$ 22 bilhões poderão ser investidos em
programas, projetos e atividades governamentais voltados a ampliar o acesso a
serviços de telecomunicações prestados em regime público ou privado. Esses
investimentos serão feitos prioritariamente nas regiões de zona rural ou urbana
com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O PL 172 contou com o apoio do
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.Br) e originalmente foi apresentado
pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em 2007.
Além disso, fica também autorizado o uso dos recursos para dotar todas as
escolas públicas brasileiras, em especial as situadas fora da zona urbana, com
acesso à banda larga, em "velocidades adequadas", até 2024. Prevê ainda a
possibilidade de uso de no mínimo de 18% dos recursos em projetos de educação
desenvolvidos para os estabelecimentos públicos de ensino, tais como manutenção
de conectividade instalada e aplicações de EAD.
Os projetos e programas que utilizarão os recursos do Fust poderão ser aplicados
nas modalidades de apoio não reembolsável, limitado a 50% das receitas no
exercício.
Conselho Gestor
O texto que seguirá para sanção presidencial prevê a criação de um conselho
gestor para o Fundo, com o intuito de garantir agilidade na implementação das
políticas públicas voltadas à ampliação da infraestrutura e à expansão dos
serviços.
O senador Diego Tavares (PP-PB), relator da matéria, mostra no seu relatório que
dos três fundos setoriais existentes hoje no setor de telecomunicações – o Fust,
o Fundo de Fiscalização dos Serviços de Telecomunicações (Fistel) e o Fundo para
o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) –, apenas o último
conta com um conselho gestor, sendo o mais bem sucedido na utilização de seus
recursos. "Em 2019, o Funttel executou R$ 317 milhões dos R$ 504 milhões
autorizados no orçamento, ou seja 62,7%. Como já demonstrado, a execução dos
recursos do Fust para a universalização do serviço de telefonia fixa é, desde
sua criação, de apenas 0,002%", diz Tavares.
Ao Conselho Gestor do Fust, caberá elaborar e submeter, anualmente, ao
Ministério das Comunicações a proposta orçamentária do Fust, para inclusão no
Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). O Conselho também terá a tarefa de
aprovar os projetos de investimentos em infraestrutura de telecomunicações na
modalidade não reembolsável.
O Conselho Gestor que administrará oo Fundo será composto por:
Um representante do Ministério das Comunicações, a quem caberá presidi-lo;
Um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações;
Um representante do Ministério da Economia;
Um representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
Um representante do Ministério da Educação;
Um representante do Ministério da Saúde;
Um representante da Anatel;
Dois representantes das prestadoras de serviços de telecomunicações, dos quais
um represente as prestadoras de pequeno porte; e
Três representantes da sociedade civil.
O Conselho ficará vinculado ao Ministério das Comunicações.
Leia na Fonte: Teletime
[19/11/20]
Fust: um erro de 20 anos - por Samuel Possebon
Parece inacreditável, mas apenas nesta quinta-feira, 19 de novembro de 2020, o
Brasil saiu da era da telefonia fixa analógica e entrou na era digital. Pelo
menos do ponto de vista do que deveria ser o principal instrumento de políticas
públicas, o Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações, o Fust.
Levamos exatamente 20 anos, três meses e dois dias para corrigir uma das maiores
barbeiragens legislativas já cometidas no setor, o que, aliado ao
fundamentalismo burocrático e à falta de vontade política dos diversos governos
que vieram desde então, criou uma aberração de R$ 22 bilhões de recursos que
poderiam ter ajudado a corrigir um pouco as disparidades que ainda existem no
acesso à conectividade. Sem dúvida, um retrato do que é a burocracia no Brasil.
O Senado aprovou neste dia 19 de novembro de 2020 o PL 172/2020, a primeira
mudança significativa na Lei do Fust, sancionada em 17 de agosto de 2000. Na
verdade, houve uma outra pequena alteração em 2019, de natureza tributária. Mas,
no mérito, o que aconteceu nesta quinta, 19, foi de fato histórico, e abre a
possibilidade para que finalmente os recursos recolhidos do setor de
telecomunicações possam ser reinvestidos em políticas de expansão e uso dos
diferentes serviços. Qualquer um dos serviços, e não apenas STFC.
Mas por que isso não acontecia antes? por conta do emprego da palavra
"universalização", que para fins legais só se aplica a serviços prestados em
regime público. A lei original do Fust repetiu e reforçou o equívoco da Lei
Geral de Telecomunicações ao dizer que o Fust só poderia ser utilizado a "cobrir
a parcela de custo exclusivamente atribuível ao cumprimento das obrigações de
universalização de serviços de telecomunicações". Como o único serviço prestado
em regime pública era, e ainda é, a telefonia fixa, só as concessionárias de
telefonia fixa poderiam, por esta leitura, executar as políticas públicas com
recursos do fundo. Diante desta terminologia adotada, e ainda que a sua lei
original fale muitas vezes, e claramente, no uso para "serviços de redes
digitais de informação", e que a expansão do acesso à Internet também seja
claramente um dos objetivos da lei original, conforme sua exposição de motivos,
o Fust nunca foi utilizado. A confusão entre o que seria serviço público e o que
seria serviço privado, e as consequências do enquadramento de um lado ou do
outro, travaram por duas décadas qualquer iniciativa de destravar o uso dos
recursos.
A terminologia infeliz foi uma das causas. Mas também pesou a vontade política.
Já em 2003 se pensava em uma alternativa de serviço público de acesso à
Internet, algo que ficou em discussão por anos e foi inclusive minutado em
consulta pública pela Anatel (chamava-se Serviço de Comunicação Digital, ou SCD),
mas nunca se viabilizou por conta das obrigações de continuidade,
reversibilidade de rede e controle tarifários exigidos na Lei Geral de
Telecomunicações. As empresas não queria saber de encarar uma outra concessão de
telecomunicações, e o governo não conseguiu adotar uma solução que passasse por
um serviço privado.
De qualquer forma, o projeto original que alteraria a redação da Lei do Fust,
apresentado em 2007 pelo então senador Aloízio Mercadante, ficou tramitando por
13 anos no Congresso sem ser aprovado. Alguém certamente não queria que os
recursos arrecadados fossem gastos.
A mudança na Lei do Fust, que agora poderá ser aplicado em "políticas
governamentais de telecomunicações", é uma notícia extremamente significativa,
mas é apenas um tardio primeiro passo. Caberá agora ao conselho gestor do Fust
definir os projetos e brigar para que haja previsão no orçamento para os
recursos. O valor arrecadado até hoje, de mais de R$ 22 bilhões, é
significativo, mas muita gente acredita que este saldo está fora do alcance de
qualquer execução, e que mais simples será trabalhar com um orçamento anual
restrito à arrecadação no ano. Equalizar esta questão será uma missão para o
Ministério das Comunicações e do conselho, mas finalmente existe a perspectiva
de que políticas públicas setoriais possam os recursos setoriais arrecadados
para este fim.
O importante é que filigranas burocráticas e falta de vontade política,
precisamente as razões que fizeram com que o Fust passasse duas décadas no
limbo, não signifiquem mais duas décadas para que os projetos saiam do papel.
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Em tempo, também deve ser comemorada a aprovação de isenção de fundos e
contribuições setoriais sobre aplicações de IoT. Fica agora a expectativa de que
em 2021 o Congresso possa fazer os ajustes necessários ao Fistel para a nova
realidade dos serviços de banda larga via satélite, e reforme a Lei do Serviço
de Acesso Condicionado (SeAC), que perdeu completamente o sentido e precisa
urgentemente ser revista.
Leia na Fonte: Teletime
25/11/20]
Destravamento do Fust deve viabilizar fundo garantidor para ISPs - por
Henrique Julião
A aprovação pelo Senado de projeto que permite a liberação dos recursos do Fundo
de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para ampliação de
infraestrutura de acesso à Internet deve favorecer a efetivação de um fundo
garantidor para projetos de provedores regionais (ou ISPs).
A avaliação é do secretário de telecomunicações do Ministério das Comunicações (MCom),
Artur Coimbra. Segundo ele, a aprovação do destravamento do Fust após 13 anos de
debates no Legislativo será "essencial" para os pequenos provedores por permitir
a criação de um fundo garantidor voltado ao segmento.
Coimbra afirmou que o MCom está confiante na sanção do projeto (PL 172/2020)
pela presidência. Depois disso, os próximos passos seriam "no sentido de botar o
fundo pra rodar, desenhando com a Economia um orçamento e regulamentando toda a
gestão e operação, a participação de ministérios no conselho e como serão
priorizados diferentes projetos e investimentos".
Para tal, é considerada necessária uma interlocução com o BNDES. De acordo com o
secretário, a experiência do banco no Programa Emergencial de Acesso a Crédito
(que teria disponibilizado R$ 200 milhões para ISPs durante a pandemia) deve
auxiliar o desenho do fundo garantidor a partir do Fust.
Modelos
Neste sentido, a definição de modelos para subvenção de recursos não
reembolsáveis também deve ser alvo de esforços. Ainda que Coimbra classifique
como ideal e de menor risco o modelo de leilão reverso para liberação dos
recursos, ele também reconhece que em determinadas regiões do País (notoriamente
o Norte e Nordeste), o formato não reembolsável será o único viável.
As considerações foram feitas durante debate online promovido pelo portal
Tele.Síntese nesta quarta-feira, 25. Na ocasião, tanto o MCom quanto empresas
lembraram que um mapeamento mais apurado da infraestrutura já construída por
ISPs é necessária para evitar a duplicação de investimentos a partir do Fust.