José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
Setembro 2022 Índice dos assuntos deste website
30/09/22
• Carta da CONEXIS aos presidenciáveis com propostas
em 5G, OTT e concessões
A CONEXIS (Conexis Brasil Digital), entidade que representa as maiores
operadoras do País, divulgou uma Carta para os candidatos à Presidência de
Republica. O portal TELETIME produziu um artigo e incorporou o texto da carta.
No conteúdo, são apresentadas as prioridades a serem consideradas, que tocam na
questão de impostos e outros importantes temas para o desenvolvimento do setor
das telecomunicações.
Abaixo está a transcrição do artigo.
Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia empresarial.
Transcrição:
Leia na Fonte: Teletime
[13/09/22]
Conexis divulga carta aos presidenciáveis com propostas em 5G, OTT e concessões
Representando as maiores operadoras do País, a Conexis Brasil Digital divulgou
nesta terça-feira, 13, uma carta do setor aos candidatos à Presidência da
República com sugestões de pautas e programas a serem adotados no próximo
governo. A ideia é mostrar não apenas a importância atual das telecomunicações,
mas também o impacto futuro das novas tecnologias e digitalização, passando por
simplificações regulatórias e tributárias e garantias de investimento, seja no
âmbito de leilões, de concorrência com over-the-tops (OTTs) ou do prospecto do
fim das concessões.
A entidade, que representa as operadoras Algar, Claro, Oi, Sercomtel (Ligga),
TIM e Vivo, cita o potencial, estimado pelo Ministério da Economia, de R$ 590
milhões em ganhos para o Brasil por conta do 5G. Ressalta, contudo, ser
fundamental que o novo governo faça valoração correta do espectro e garanta a
"segurança dos investimentos nas radiofrequências adquiridas em leilões,
evitando criar mecanismos que incentivem comportamentos oportunistas".
A Conexis lembra ainda do fim das concessões em 2025, destacando ser importante
que as "condições trazidas pela nova lei de telecomunicações sejam reguladas de
forma a fomentar uma solução justa e equilibrada que aproveite os investimentos
como alavanca da digitalização".
A proposta coloca quatro frentes: incentivo ao investimento, ecossistema
competitivo, implantação da infraestrutura e equilíbrio tributário. Confira
abaixo ou
clique aqui para ler na íntegra.
Ecossistema
Para lidar com as mudanças, a Conexis coloca a necessidade de revisão de regras
e desburocratização de processos. Ela destaca a importância de se olhar a
concorrência com o mercado digital. "Em particular, a análise competitiva não
mais se deve restringir aos serviços de telecomunicações, mas deve abarcar todo
o contexto competitivo, em especial as plataformas digitais e o conceito de
neutralidade de rede contemplado no Marco Civil da Internet."
Desta forma, fala em enxugar e simplificar obrigações regulatórias obsoletas;
"harmonizar a regra de neutralidade de rede com o 5G" em busca da "segurança
jurídica associada ao fatiamento de rede" (network slicing); adoção de regras
semelhantes a segmentos comuns ou serviços assemelhados para OTTs; maior
segurança jurídica para aplicabilidades potenciais do 5G; "privilegiar e
incentivar" autorregulação; garantir segurança dos investimentos realizados em
leilões; reduzir custos associados ao aluguel de postes.
Infraestrutura
Para a entidade setorial, é importante dar uma "solução equilibrada e justa ao
fim das concessões de telefonia fixa". Isso ocorreria na forma de direção de
investimentos para digitalização. O assunto é delicado, mas será invariavelmente
discutido durante o mandato do próximo presidente, com o fim (ou renovação) das
concessões programado para a metade desse período, em 2025.
A Conexis sugere aos presidenciáveis a adoção de medidas como a definição de uma
política econômica e industrial de incentivo ao financiamento, produção e
comercialização de bens e serviços para conectividade, tecnologia e inovação,
com foco em 5G. Também fala no reforço do quadro técnico e autônomo da
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Coloca ainda ser importante adotar políticas públicas de sustentabilidade de
infraestruturas digitais e de segurança cibernética, além da criação da
Secretaria Especial de Transformação Digital. Neste caso, ela seria vinculada à
Presidência da República e denotaria o tema como pauta central do governo.
Investimento
Diante do contexto do impacto do 5G e do setor como um todo, a Conexis coloca
que é necessário unificar nacionalmente as legislações municipais com base na
Lei Geral de Antenas (Lei nº 13.116/15). Outro ponto é a criação de uma política
de segurança contra o furto e roubo de cabos e equipamentos de telecomunicações.
A entidade sugere a criação de: um programa de Internet para a população de
baixa renda, o "Internet Cidadã"; e uma política de educação digital para os
próximos 30 anos com recursos públicos. Além disso, que se aprove um sistema de
autofinanciamento para TICs, visando perenizar recursos para a "efetiva
aplicação" – ou seja, como um fundo próprio, mas sem a possibilidade de captura
de recursos para o superávit como o Fust.
Tributário
Em busca do equilíbrio tributário, a Conexis apoia a aprovação de uma reforma
ampla a integrada que considere o PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI para
racionalizar, simplificar e reduzir a carga sobre os serviços de
telecomunicações. Também sugere reduzir esse fardo dos tributos para o setor.
Para a população de baixa renda, sugere reduzir a incidência de impostos para
aparelhos (smartphones e tablets) e serviços de telecomunicações.
Especificamente para o 5G, pede a introdução de depreciação acelerada fiscal
para investimentos em infraestrutura e isenção de PIS/Cofins para toda a cadeia
de infraestrutura e serviços.
De forma mais ampla, solicita a redução da alíquota de imposto de renda
corporativo para "patamares similares" a de outros países da OCDE e equiparar a
carga tributária de importação de equipamentos e cadeia de infraestrutura 5G a
de outros países da América Latina.