José
Roberto de Souza Pinto
WirelessBrasil
JULHO 2023 Índice dos assuntos deste website
06/07/23
• Comentário sobre posicionamento da Conexis em relação ao compartilhamento de postes - Transcrição de artigo
Mais abaixo está transcrito este artigo:
[22/06/23]
Conexis defende fim de subsídio cruzado entre o setor de telecom e energia e
preços calculados por custos para uso compartilhado de postes
Meu comentário sobre esta publicação:
Excelente abordagem sobre o tema de utilização de postes.
Pela primeira vez vi uma sequencia preciosa, tratando da ilegalidade dos
subsídios cruzados e a específica adoção de um modelo de recuperação de custos
de utilização dos postes.
Parabéns a CONEXIS e a ANATEL.
A expectativa é que se dê prioridade para a reordenação das instalações que
estão em estado caótico.
Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia empresarial.
TRANSCRIÇÃO
Leia na Fonte: Conexis
[22/06/23]
Conexis defende fim de subsídio cruzado entre o setor de telecom e energia e
preços calculados por custos para uso compartilhado de postes
Seminário organizado pela Conexis discutiu a necessidade de organizar a
ocupação desordenada dos postes sem transferir os custos para as empresas com
contratos regulares
Brasília, 22/06/23 – A Conexis Brasil Digital defendeu uma revisão no modelo de
precificação pelo uso compartilhado de postes pelas empresas de
telecomunicações. A entidade apontou a necessidade de que sejam considerados
exclusivamente os custos incrementais, ou seja, aqueles gerados pela atividade
para manutenção da infraestrutura.
Durante seminário organizado pela Conexis na sede da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), o setor de telecom reforçou que o compartilhamento é
uma obrigação das distribuidoras de energia e, assim, não pode ser incluído
entre as atividades acessórias. Parte das receitas das distribuidoras com estas
atividades são consideradas no cálculo da modicidade tarifária, o que seria um
subsídio cruzado, com o consumidor de telecomunicações pagando às distribuidoras
de energia um valor que se reverte em desconto na tarifa de energia.
Segundo o diretor de Regulação e Autorregulação da Conexis, José Bicalho, do
valor pago hoje pelas empresas de telecomunicações por ponto de fixação nos
postes 31% é direcionado às concessionárias de energia para itens de custos
gerados pelo compartilhamento, incluindo o gasto com a fiscalização, 9%
referem-se a impostos e 60% entram no caixa das distribuidoras e é direcionado
para reduzir a tarifa de energia elétrica.
“Por ser uma oneração administrativa o compartilhamento não deve ser
classificado como receita acessória, cujos ganhos são compartilhados com o
consumidor. A gente tem preços elevados de uso dos postes, o que acaba gerando
desincentivo à ampliação da conectividade”, afirmou durante o seminário.
O presidente-executivo da Conexis, Marcos Ferrari, enfatizou a importância da
discussão e afirmou que o setor tem auxiliado as agências reguladoras no caminho
para a redução dos custos do compartilhamento.
O modelo de remuneração baseado em custos também foi defendido por integrantes
da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Ministério das
Comunicações. “O valor pela ocupação do ponto de fixação deve ser baseado em
custos, evitando subsídios intersetoriais”, afirmou a diretora do Departamento
de Política Setorial do Ministério das Comunicações, Nathalia Lobo.
Moisés Moreira, conselheiro da Anatel e relator da proposta de regulamento,
falou sobre a necessidade de se definir uma metodologia eficiente de custo pelo
uso dos postes, já que se trata de um mercado de monopólio. “Por se tratar de
uma oferta monopolista a oferta do acesso aos espaços compartilháveis dos postes
deve ser objeto de regulação de preço, pois tal estrutura de mercado confere ao
agente detentor liberdade considerável para definição de seus preços em
patamares mais elevados do que aqueles que vigeriam em mercados competitivos”,
afirmou.
Hoje o preço de referência para o uso de ponto de postes é de R$ 6,69, em
valores atualizados pelo IGP-M, mas relatório da consultoria LCA apontou que
esse valor deveria ser de R$ 0,98.
As diretrizes para uma política pública para o compartilhamento de postes estão
sendo tratadas em uma portaria conjunta dos ministérios das Comunicações e de
Minas e Energia, chamada de “Poste Legal”, que deve ser publicada ainda em
julho, afirmou a diretora Natália Lobo. As regras serão definidas em um novo
regulamento conjunto da Anatel e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Desordenamento
Durante sua apresentação, o diretor da Conexis enfatizou que o objetivo do
seminário não era apontar culpados, mas buscar uma solução para a deficiência
que acabou gerando uma ocupação desordenada. “Há uma ocupação desordenada da
infraestrutura por novos entrantes, que acabam ocupando os postes muito além da
capacidade técnica, além de pontos clandestinos, que a concessionária de energia
nem tem conhecimento de quem está ocupando. Existe um problema sério de gestão
dos postes e isso acaba por produzir uma ocupação desordenada”, disse.
Bicalho reforçou a importância de que os custos referentes à regularização do
passivo não componham a precificação dos pontos de fixação e, assim, não sejam
impostos às prestadoras de telecomunicações. Ele lembrou que as operadoras têm
contratos regulares com as distribuidoras e que elas não foram responsáveis pela
ocupação desordenada.
O diretor da Conexis também discorreu sobre a possibilidade de criação de uma
entidade autônoma de gestão de postes e afirmou que qualquer solução para
exploração da infraestrutura deve ser precedida de avaliação exaustiva e
minuciosa e os custos decorrentes devem ser arcados exclusivamente pelas
distribuidoras de energia. “Não é admissível que o setor de telecomunicações
seja onerado para que haja o cumprimento de obrigações normativas atribuídas às
distribuidoras de energia elétrica”.
O setor, afirmou, sugere a criação de um departamento ou unidade de negócio
específica dentro de cada distribuidora para cuidar do compartilhamento,
permitindo assim uma identificação clara das receitas e dos custos desse uso
compartilhado.
Inclusão digital
O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano
Martinhão, que participou da abertura do seminário, afirmou que o tema é
importante já que o custo atual pelo uso dos postes prejudica a expansão da
conectividade em áreas remotas e também a entrada de novos concorrentes no
mercado. “Nenhum projeto de inclusão vai ser viabilizado com esses custos e a
gente precisa tratar desse tema que é prioridade do setor de telecom: a inclusão
digital”, disse.
O encontro também contou com a participação do presidente da Anatel, Carlos
Baigorri; do superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel Nilo
Pasquali; do superintendente de Competição da Anatel, José Borges; do
especialista em regulação da Superintendência de Regulação dos Serviços de
Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica da Aneel Marcos Venicius Leite
Vasconcelos; e de João Gonçalves, da Autoridade Nacional de Comunicações de
Portugal (Anacom).
Sobre a Conexis – A Conexis Brasil Digital reúne as empresas de telecomunicações
e de conectividade, que são a plataforma da economia digital, da
sustentabilidade e da conexão de todos os brasileiros. A Conexis, dentro de um
movimento de transformação digital pelo qual o mundo está passando, vem
substituir a marca do SindiTelebrasil, reforçando o propósito do setor de
telecomunicações de digitalizar o País e de conectar todos os brasileiros.