José Roberto de Souza Pinto

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15/12/25

• Postes e instalações de cabos aéreos e as catástrofes naturais

Comecei a escrever e publicar comentários sobre estas instalações, a partir de 2015.

Em agosto de 2016, texto recuperado de publicação no TELESINTESE, indicava uma disputa ou conflito em relação aos preços cobrados, mas com imagens das instalações, sem um mínimo de padrão técnico de qualidade e segurança, para os serviços e para os transeuntes.

A imagem visualizada, recuperei de um dos meus artigos publicados é de 2020 e considero até ultrapassada ou restrita, pois a situação dessas instalações, estão cada vez mais precárias e abrangentes em praticamente todas as cidades do país.

A situação se agrava, na medida em que aumentam as catástrofes naturais em inúmeras cidades do país, onde convivem arvores em situação de termino de vida e instalações de energia elétrica e de telecomunicações, que não seguem um padrão técnico seguro e que por serem instaladas em postes, estão muito mais sujeitas ao processo de destruição, nesses eventos catastróficos, envolvendo ventos com velocidades entorno dos 100 km/hora.

Certamente é muito mais fácil criticar, após esses eventos, mas a realidade é que não estamos tratando de uma novidade, pois casos semelhantes de menor ou maior proporção tem acontecido nos últimos 20 anos.

Temos um problema nos projetos de engenharia destas instalações, temos uma alternativa de projetos com as soluções de cabos enterrados com custos superiores se comparados ou é um problema cultural da nossa engenharia ou mesmo gestão, pouco qualificada e que não considera a questão dos riscos e prejuízos associados.

Faço essas considerações, em função de outras publicações, em que cito, vários aspectos, ligados, a segurança dos serviços, a poluição visão nas cidades e os prejuízos, para todos os envolvidos, nos períodos de interrupção da infraestrutura de suporte.

Sobre a poluição visual, lembro que publiquei aqui no linked-in, uma foto da lagoa de Piratininga, em Niterói, RJ e fiquei impressionado com a repercussão, em função do número de visualizações, pois as instalações elétricas e de telecomunicações, destruíram a bela imagem.

Em outra publicação fiz uma comparação de imagens de instalações em outros países, demostrando que postes só de iluminação e todos os cabos subterrâneos.

Temos convicção de que esse cenário, não pode ser alterado de um dia para outro, mas temos que começar um trabalho intenso de revisão dos projetos de instalações em postes, tentando minimizar as falhas comuns e os desastres nas condições adversas, que vão acontecer.

O recente caso da cidade de São Paulo, que na realidade é uma repetição de caso recente, pode ser um bom exemplo de prejuízo da ordem de 1,54 bilhões de reais, conforme divulgado só para o comercio e serviços, com mais 1 milhão de imóveis sem energia e provavelmente sem comunicações. Este caso, merece um cálculo minucioso de todos o custo causado por essa interrupção de todos os serviços.

A ideia é comparar esse custo total, com investimentos, para soluções técnicas mais seguras, incluindo as instalações subterrâneas e outras medidas de segurança das instalações.

Lembrando que, energia, agua e agora comunicações, são serviços essenciais e a dependência de sociedade é indiscutível, inclusive nos negócios, saúde e segurança.

Penso que independente das discussões inacabadas, sobre preço de utilização de postes e obrigação de atender ou não as instalações, precisamos de um planejamento e projetos específicos, que considerem todas essas situações de risco e que incorpore os custos das interrupções e desastres, que destroem as redes, criando um ambiente saudável e seguro nas cidades.

Nos artigos publicados, sempre defendo as instalações subterrâneas, mas em face de dificuldades e até como um plano gradativo, sugeri algumas regras para as instalações aéreas em postes, limitando a convivência de arvores e postes e indicando:

O plantio ou mesmo existência de árvores, seriam localizadas nas calçadas opostas às que tem instalações de postes de distribuição de energia e cabos de comunicação.

As travessias de ruas deveriam serem sempre subterrâneas seja na distribuição de energia ou cabos de comunicação, assim como a ligação com os consumidores. Só para lembrar estas instalações merecem uma adequação a um padrão de qualidade da boa engenharia.

Sem dúvida uma atividade, que vai requerer, muito trabalho e esforço de todos os envolvidos, seja os Prestadores de Serviços e as autoridades responsáveis.

As Prefeituras Municipais, devem ter a competência desta gestão, seguindo uma série de padrões, com apoio das Agências Reguladoras, que são responsáveis pelas Concessões e Autorizações para que as Empresas prestem os Serviços.

Lembro que o cidadão e as empresas de todos os ramos de atividade, vivem nos municípios e onde a ordenação urbana com segurança deve se estabelecer.

Jose Roberto de Souza Pinto, engenheiro e mestre em economia.