----- Original Message -----
Sent: Wednesday, May
21, 2003 2:57
PM
Subject: [wireless.br]
QoS e TCP/IP
Perguntas:
Poderia me explicar o conceito
(ou indicar material), desses padrões de medição de
qualidade de voz na camada 3 da arquitetura TCP/IP ?
-RSVP
-Diffserv
-Agente SNMP(MIB 2) (Quem vier com piadinha de Man in
black , vai ver heim ? :-))
-Gitter
etc etc etc....
O protocolo RSVP (Resource reSerVation Protocol)
faz parte de uma proposta de garantia de QoS conhecida
como IntServ (Integrated Services), hoje meio
obsoleta.
DiffServ é uma proposta para administrar o QoS
estritamente na camada 3, via sinalização no byte TOS
(Type Of Service) do header dos pacotes IP.
Já o MPLS (MultiProtocol Label Switching) cria
um mecanismo extra-IP para definir a maneira de
encaminhamento do tráfego, via a agregação de um
header adicional (o label) onde podem ser
especificadas as características de encaminhamento dos
pacotes IP dentro da malha de roteadores MPLS-aware.
Adicionalmente as características do label podem ser
mapeadas para eventuais features de
garantia de QoS da camada 2 utilizada na transmissão
(p. ex.: ATM ou Frame-Relay)
Agente SNMP é um programa executado em um elemento de
rede (roteador, switch, etc.), cuja função é reportar
para um outro programa (gerente SNMP) o status
operacional do elemento gerenciado. As informações
sobre o status do elemento gerenciado são armazenadas
em uma estrutura de dados chamada MIB (Management
Information Base), e as interações entre o agente
e o gerente SNMP são mediadas pelo protocolo SNMP (Simple
Network Management Protocol).
Estas interações podem ser resumidas em três tipos:
-SET - o gerente manda o agente ajustar algum elemento
da MIB para um valor específico (isto pode utilizado
para sinalização com o elemento gerenciado, zerar
contadores, estabelecer valores "gatilho", etc.);
- GET - o gerente solicita que o agente transmita para
ele o valor corrente de um ou mais elementos da MIB
(serve para acompanhar o "estado de saúde" do elemento
gerenciado, coletar estatísticas, etc. - P.S.: para a
parte de estatísticas ainda existe o complemento de
agentes/gerentes/MIBs RMON, ou Remone MONitoring); -TRAP
- o gerente define circunstâncias nas quais o agente
deve enviar para ele uma mensagem de alerta (serve
para definir alarmes).
Com este modelo você pode montar uma estrutura (ou, se
quiser um nome mais "marqueteiro", um framework)
para fazer a gerência dos elementos da sua rede e/ou
interligados à sua rede (gerência dos hosts,
das aplicações que executam nos hosts,
dos bancos de dados que suportam as aplicações nos hosts,
etc.).
Mas a gerência da rede não é um fim em si mesma, ela é
uma das ferramentas para você administrar os aspectos
de disponibilidade do QoS contratado com os seus
clientes/fornecedores.
Detalhe: O SNMP evoluiu da sua versão original
(renomeada para SNMP v1).
Até onde sei, existem duas versões posteriores, SNMP
v2 e SNMP v3, com suas correspondentes estruturas de
dados: MIB 2 e MIB 3.
Acho que você realmente queria dizer jitter,
não? :)
Tudo bem... todo mundo está sujeito a problemas de
grafia. :-)
Quando você fala de QoS, na verdade você está querendo
especificar duas características para o serviço:
- disponibilidade, medida em termos de qual a
probabilidade do usuário conseguir acesso ao serviço
na hora/local desejados; e
- performance, definida por indicadores objetivos ou
subjetivos do desempenho, conforme percebido pelo
usuário.
Quando falamos de redes de transmissão de dados,
existem três fatores principais que afetam a
performance dos serviços (e afetam de forma diferente,
conforme a natureza do serviço):
- delay - que é a medida do tempo de trânsito dos
pacotes entre os hosts que
querem se comunicar;
- jitter - que é a medida da variação do atraso (é
comum especificar delay e jitter em conjunto, tipo
tempo de trânsito médio de x milissegundos, mais ou
menos y milissegundos, com z% de probabilidade);
- loss - que é a medida da probabilidade de perda de
pacotes durante a transmissão, por congestionamento,
corrupção ou qualquer outro motivo que impeça do
pacote ser entregue ao host de destino.
Quanto ao etc. etc. etc. perguntado, vou deixar para
outra oportunidade, porque, sinceramente, tem é muito
etc. ainda para falar!!!
Também recebi pedidos de referências sobre o tema de
QoS. vão algumas (não necessariamente completos, não
necessariamente os melhores para cada caso
individual):
1. Para uma primeira abordagem um pouco mais light,
tem uns artigos online (meio
antigos) e um tutorial (extenso, e cobrindo muito mais
que QoS) da Network Magazine:
http://www.networkmagazine.com/shared/article/showArticle.jhtml?articleId=8711196
http://www.networkmagazine.com/shared/article/showArticle.jhtml?articleID=8702413
http://www.networkmagazine.com/static/tutorial/index.html
2. Montes de referências (no site ou indicados nele)
na Ohio State University:
http://www.cis.ohio-state.edu/~jain/refs/ipqs_ref.htm
3. Mais um monte de referências (também muito mais que
QoS) em:
http://techlibrary.commweb.com/data/web/cweb/cweb_index.jsp
4. Existem vários white
papers nos
sites dos fabricantes de equipamentos, só precisa
paciência para surfar nos sites até encontrar algo que
seja mais do que puro marketing.
5. Um livro que merece atenção: Engineering Internet
QoS, de Sanjay Jha e Mahbub Hassan (Artech House,
2002). Cobre inclusive redes wireless.Tem na Amazon
por US$ 85,00. Não encontrei citação dele no site da
Livraria Cultura nem no da Siciliano.
Bom, acho que por ora é só... Inté outra hora,
pessoal!! :-)
J. R. Smolka